quinta-feira, 31 de maio de 2012

OPERETA ORTOPÉDICA


            Esses dias fui a um ortopedista.  O profissional da saúde, segundo uma amiga me disse tempos atrás, tem um errado costume: o de não cuidar de sua própria saúde. Mas é porque não gosto de tomar medicamento. Mas não estava mais aguentando de dor. Estava esperando ela se curar sozinha.
            A porta dele estava entreaberta, deu para ver com o pescoço quase torto, que ele estava com um livro em uma de suas mãos, e a outra apoiava seu rosto, com o cotovelo na mesa. Vi de relance também, ele cochilar, jogando a cabeça para frente. A dor estava muito grande. Fui na sala de triagem, e perguntei, se poderia bater na porta, já que na sala, não havia ninguém. Os enfermeiros disseram que não, que era o médico que chamava. Aguardei por mais uns minutinhos. E  até que foi rápido ele me chamar, como a própria consulta.
            Toda a consulta demorou menos de cinco minutos.
            O médico me perguntou o que eu tinha.
            Disse que estava com dores nos pescoço.
            Ele rebateu perguntando se não seria um torcicolo. Perguntando senão havia sofrido um acidente, ou queda, ou coisa do tipo.
Disse que não. E Já emendei dizendo que aquela dor havia aparecido “do nada”, depois de uma noite de sono, e que já estava doendo há uns 15 dias. Disse que no final do dia ela piorava, que quando acordava, parecia não doer muito.  Disse que há dois dias, uma amiga fisioterapeuta com toda sua boa vontade, a meu pedido, me examinou, e depois fez uma massagem. E que isso havia piorado muito a dor.
O médico levantou, e veio me examinar. Depois de alguns pedidos de movimentos, começou a falar de maneira muito estranha, dando suas orientações como se estivesse cantando:

- É-mês-mo, es-tou-sen-tin-do-u-ma-ar-ti-cu-la-ção-a-rra-nhar. Tal-vez-vo-cê-pre-ci-se mes-mo –de-fi-sio-te-ra-pia- mas- te-mos- que- e-xa-mi-nar- pri-mei-ra-men-te. Fa-ça- um- ra-io-x, e- vou- lhe- re-cei-tar- uma –me-di-ca-ção. Vo-cê- tem- pro-ble-mas- de- es-tô-ma-go?

- Sim.

- En-tão- não- to-me- es-as- me-di-ca-ção- de- es-tô-ma-go- va-zio,- de- pre-fe-rên-cia- com- lei-te. Não as-sis-ta- es-sas- te-le-vi-sões- que- fi-cam- no- au-to- tam-bém-.Quan-do-es- ti-ver- pron-to- a- ra-dio-gra-fia-, tra-ga- a -pa-ra- eu- ver.

           - Obrigado doutor.