terça-feira, 30 de abril de 2013

DIA DO TRABALHADOR - HEROÍNA EDILEUZA: MULHER - MÃE - ACS - GARÇONETE - ETC

29/04/2013 07:15
Edileuza trabalha bastante e como trabalha, todo dia, das 7h à meia-noite
Viviane Oliveira e Anny Malagolini

Edileuza Martins Cardim mantém há 8 anos uma jornada de 14h de trabalho. Hoje com 46 anos, ela começa a pensar em deixar um dos empregos, mas afirma que se sente uma mulher realizada por ter conseguido ultrapassar os obstáculos que a vida lhe impôs.
Há 20 anos, Edileuza, decidiu abandonar tudo em Valença, no estado da Bahia, para acompanhar o marido que queria tentar uma oportunidade no ramo da culinária em Campo Grande.
Após cinco anos vivendo na cidade, o casamento não deu certo e os dois resolveram se separar. Sem os familiares por perto, morando de aluguel com dois filhos pequenos para criar, Edileuza conta que tinha duas opções: arregaçar as mangas e trabalhar ou ficar se lamentando da sorte.
Tive que me virar e arrumar dois empregos para conseguir manter as despesas da casa. Na época em que me vi sozinha, o meu filho mais velho tinha 13 e a mais nova, 9 anos”, disse.
Primeiro Edileuza conseguiu uma vaga de garçonete em uma churrascaria na avenida Bom Pastor. Lá a jornada de trabalho é das 18h a 00h15. Mais o salário ainda não era o suficiente para manter sozinha uma casa, então resolveu arrumar outro emprego durante o dia.
Edileuza então passou a estudar e conseguiu passar em um concurso público da Prefeitura para agente de saúde, onde trabalha de segunda a sexta das 7h às 17h. “Só vou descansar daqui 12 anos, quando me aposentar. A gente tem que trabalhar enquanto está nova e tem energia”, destaca.
Com o esforço, a agente de saúde, conseguiu conquistar a casa própria, um carro, e realizou o sonho de ver a filha, hoje com 24 anos, formada em Jornalismo.
Eu posso dizer com todo orgulho que conquistei com o fruto do meu trabalho tudo o que queria. Tenho uma casa boa, tirei minha CHN (Carteira Nacional de Habilitação), comprei um carro e ajudei a minha filha a comprar uma moto”, conta.
Na quarta-feira (1), dia do Trabalho, Edileuza afirma que só tem a comemorar e agradecer a Deus pelos dois empregos que conseguiu manter durante todos esses anos. “A gente não pode ficar parada, tem que erguer a cabeça e ir à luta”, finaliza.

http://www.campograndenews.com.br/lado-b/comportamento-23-08-2011-08/edileuza-trabalha-bastante-e-como-trabalha-todo-dia-das-7h-a-meia-noite
 

METADE

 

Metade
Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.


Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.


Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.


Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso
mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste,
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.


Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.


Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.


Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.


E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Desumanidade

Desumanidade

Antonio Porto


Desumanidade é fato
Quando o tema é a terra
Ser perverso é ser intacto
Ter bondade é ter a fera
Que nos atormenta a cada dia
Tira o sono, uma desalegria
Desumanidade é gente
Não podia ser os bichos
Oriente e Ocidente
Continuam o mesmo lixo
Que a gente vê a toda hora
E que a televisão não ignora
Desumanidade cega
Desumanidade omite
Desumanidade mata
Desumanidade agride
Ser humano ou ser de pano
Tanto faz em nosso plano, onde
A vida é não saber morrer
Por onde passamos sem saber porque...

mazelas - GIANI TORRES


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Polícia Civil investiga desmandos na Saúde, após denúncias de médico sindicalista

 
25/04/2013 15:56

Polícia Civil investiga desmandos na Saúde, após denúncias de médico sindicalista

 
 
Pio Redondo
Depois de denúncias formuladas pelo médico e sindicalista Ronaldo Costa ao Ministério Público Estadual, ainda em 2007, sobre o esvaziamento das atividades fundamentais do SUS em hospitais públicos do MS, como o tratamento oncológico, agora a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes de Defraudações eFalsificações (Dedfaz) entrou no caso.
Hoje pela manhã, o sindicalista foi ouvido pela delegada Ariene Nazareth Murad de Souza Cury que, a partir de comunicado da 29ª Procuradoria de Justiça, instaurou um inquérito para dar seguimento às apurações que a Polícia Federal vem fazendo sobre os fatos denunciados.
Em 2007, Ronaldo Costa já denunciava o desmonte do setor de oncologia nos hospitaispúblicos, como também a desativação do CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do MS.
“Foram as primeiras denúncias que formulei, no sentido de melhorar o sistema público, que deram origem a toda a investigação do setor de oncologia, agora. À época,a suspeita era de que grupos privados estariam se apropriando de todos os serviços, criando um monopólio do atendimento da oncologia no estado, usando tráfico de influência e proximidades com os gestores estaduais, impedindo que novos serviços públicos fossem abertos, fazendo disso um domínio individual, para objeto meramente de lucro”.
De fato, com a deflagração da Operação Sangue Frio, realizada pela CGU e a Polícia Federal no mês passado, as denúncias do sindicalista vieram a ser comprovadas. A Sangue Frio, depois de mil horas de gravações, descobriu que o Hospital Universitário da UFMS desativou o atendimento oncológico em favor do Hospital do Câncer, dirigido pelo médico Adalberto Siufi.
Empresas ligadas à família de Siufi e outros diretores eram contratadas por eles mesmos no HC,com pagamentos superiores em até 70% a tabela do SUS, como no caso da clínica Neorad.
Além disso, tanto a CGU quanto a PF retiveram documentos e computadores sobre contratos nos dois hospitais. Em Campo Grande, comenta-se que apesar do decreto de sigilo às investigações ter sido imposto pela Justiça, gravações teriam sido vazadas, em trechos que implicam autoridades superiores.
No depoimento à delegada Ariene Nazareth, Ronaldo Cosa frisou que estes serviços são de baixa qualidade, porque não atendem a Resolução 471 da Anvisa, que determinou que “os centros de oncologia tem de ser completos, crianças e adultos, com quimioterapia, radioterapia, pronto-socorro para pacientes oncológicos, assistência social e também cirurgia plástica reparadora, nos casos necessários de paciente mutilados pelas cirurgias de câncer, entre outras providências”.
Policia Civil
Segundo o sindicalista, como as denúncias que originaram a investigação foram direcionadas para órgãos que recebem recursos federais, e surgiramindícios de que órgãos estaduais estariam envolvidos também, foi necessário ampliar essa investigação para a Polícia Civil, para que as apuração de responsabilidades na área estadual fossem feitas em conjunto.
“A questão é que não só a oncologia está no inquérito, mas agora há possibilidade para que a gente possa ampliar essas investigações com novas suspeitas de irregularidades e desmonte do SUS no estado em favor do privado”.
http://www.midiamax.com/noticias/848182-policia+civil+investiga+desmandos+saude+apos+denuncias+medico+sindicalista.html

A dificuldade de enxergar o óbvio? Nelson Rodrigues...

26/04/2013 09:12

Relatório da Vigilância contradiz vereadores e denuncia precariedade na Santa Casa

Pio Redondo
 
“Tudo limpo, com desfibriladores em todos os andares. A gente entendeu, pelo que os pacientes internados nos falaram, que eles estão sendo bem atendidos”, declarou nesta quarta-feira (24) o presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Campo Grande, Paulo Siufi (PMDB) após visitar a Santa Casa.”
A depender daquilo que consta em uma grande auditoria feita pela Vigilância Sanitária na Santa Casa de Campo Grande, realizada na semana de 1º de agosto de 2012, e que fez uma espécie de pente fino nas irregularidades que agravam problemas de infecção hospitalar no principal hospital do MS, deve ter ocorrido um ‘milagre’ durante a inspeção da Comissão.
Ou então, a direção da Santa Casa conseguiu, no tempo recorde de seis meses, consertar aquilo que vem se acumulando por anos e anos, e que atende pelo nome de “descaso”.
O relatório é subdividido em categorias relativas aos níveis de gravidade do problema encontrado. As irregularidades de Nível III são assim descritos no relatório: “Afeta em grau crítico o risco. Determina exposição a risco que se não cumprido ou cumprido inadequadamente, influi em grau crítico na qualidade e segurança dos processos de trabalho, e dos serviços e produtos oferecidos”.
O tempo fixado para a correção desses problemas era curto, de um a 15 dias. Mas em uma busca pelo longo texto da auditoria, o Nível III aparece 121 vezes. São relatos detalhados como os desses poucos exemplos, transcritos na íntegra. Sem contar os de Nível I e II, também irregulares:
“Não realizam controle de qualidade dos alimentos prontos. Não são realizadas análises microbiológicas de acordo com a freqüência adequada e descrita em POP. (Nível III)”
“Não dispõe de filtro de água na UAN. Utilizam a água do bebedouro que não possui filtro. Não realiza análise para controle da qualidade da água utilizada. (Nível III)”
“Sala do Estoque de Material de Limpeza com formação de mofo nas paredes, desorganizado, com materiais em desuso, sem espelho nas tomadas e com caixas no chão não permitindo uma limpeza adequada do local. (Nível II)”
“Não realizam controle de qualidade dos alimentos prontos. Não são realizadas análises microbiológicas de acordo com a freqüência adequada e descrita em POP. (Nível III)”
“Não realizam desinfecção dos utensílios utilizados pelos pacientes. (Nível III)”
“Saída do ar condicionado e entrada do exaustor com acúmulo excessivo de sujidades, principalmente dentro da sala de manipulação. (Nível III)”
“Não realiza controle microbiológico das fórmulas prontas para consumo. (Nível III)”
“Presença de mosquinhas em vários ambientes do setor de nutrição enteral.”
“Obs.: A mosca encontrada é popularmente conhecida como mosca-de-banheiro ou moscas dos filtros e, como suas larvas alimentam-se principalmente de acúmulos de bactérias, é um indício da deficiência na higienização dos ambientes, principalmente dos ralos. (Nível III)”
“Funcionária que realiza a desinfecção de mamadeiras desconhece os procedimentos de diluição e preparação do hipoclorito de sódio e a concentração utilizada. (Nível III)”
“Produtos alimentícios com prazo de validade expirado. (Nível III)”
“Consideramos que houve uma melhora dos processos de trabalho e do fluxo de atendimento no pronto socorro, no entanto o setor apresenta sua estrutura física comprometida, necessitando de reparos emergenciais de teto e forro, considerando ainda a necessidade de priorização dos reparos nos vazamentos, nas infiltrações e nas áreas com mofo os quais aumentam o risco de infecção hospitalar”.
O texto integral da inspeção está anexado em arquivo, ao fim da matéria.
Pronto Socorro
As condições gerais de um pronto-socorro que realiza cerca de 4.000 atendimentos/adulto por mês, com uma média de 150 por dia, e mais de 70 por dia na pediatria (2.000 mensais) são as mais sensíveis da Santa Casa.
Ao analisar as condições da Emergência dos atendimentos particulares, o Prontomed, o relatório dá uma ideia do que ocorre com os pacientes todos, inclusive os do SUS.
Nota-se que o procedimento conhecido como “Ambu”, a ventilação mecânica, manual, ainda era frequente. O atendimento de adultos e crianças é feito na mesma área crítica, como aponta o relatório:
“Na SALA DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS, havia pacientes internados, em ventilação mecânica, aguardando vaga no CTI: Nível III
“Quando chega um paciente em estado de emergência é atendido junto com os outros internados, inclusive pacientes pediátricos, pois não dispõe de uma sala exclusiva para pediatria”;
“Espaço físico insuficiente; presença de materiais/mobiliário com processo de ferrugem”;
“Apenas uma pia, onde é realizada a higienização das mãos e lavagem de materiais”;
“Almotolias sem proteção de tampa”;
“Lâmpadas sem proteção contra queda”.
Quanto ao PS do SUS, o relatório aponta as mesmas dificuldades, ressaltando a existência de goteiras na entrada da Emergência, medicamentos abertos, pacientes não identificados com soluções aplicadas nas veias e medicamentos psicotrópicos em local aberto.
No PS pediátrico, mesmo constatando melhoras, o relatório fala da necessidade de “reparos emergenciais de teto e forro, considerando ainda a necessidade de priorização dos reparos nos vazamentos, nas infiltrações e nas áreas com mofo os quais aumentam o risco de infecção hospitalar”.
No Centro Cirúrgico do hospital, o mais sensível às infecções hospitalares que vitimam pacientes, levando os mais combalidos à morte, o relatório chegou a apontar a presença de “medicamentos endovenosos abertos tipo multidose sem identificação adequada”, e soluções anticépticas voláteis sem tampa.
Centro Obstétrico e Sala de Parto
Nesse ponto, o relatório afirma que os partos são assistidos por acompanhantes, mas não há biombos na sala, pequena. Portanto, as parturientes não têm privacidade. O relatório afirma que “a ala possui ainda uma sala de pré-parto, com 4 leitos e um banheiro, que não atende a área física mínima para tal atividade. Possui duas salas de parto normal, as quais se encontram em más condições de uso. O centro obstétrico não atende as recomendações da Resolução RDC nº 36, de 3 dejunho de 2008.”
Na Sala de pré-parto a precariedade local não tem limites. 
Na data da vistoria, o vaso sanitário do banheiro da sala de pré-parto não possuía uma simples tampa. O relatório afirma que “a sala de pré-parto não possui as dimensões mínimas para 04 leitos, possui rachadura e infiltração no teto, que segundo informações, quando ocorre lavagem de ambiente do andar de cima, há vazamento de água no pré-parto (Nível III)”. E há a rachaduras dentro das salas de parto (Nível III).
Solução em dois anos
A reportagem localizou um dos especialistas que participaram da inspeção, que prefere não ter o nome revelado. Segundo ele, muitas medidas foram tomadas depois da atuação da Vigilância Sanitária pela junta Interventora da Santa Casa. Mas o especialista crê que a situação só vai melhorar com boa gestão, investimentos e formação profissional, para que os agentes tenham mais ciência sobre as formas de proliferação da infecção hospitalar e possam evitar contágios.
Arquivo/Midiamax
Segundo a fonte, uma reforma profunda no hospital pode resolver a situação precária da infraestrutura do edifício. A Santa Casa já estaria em negociação adiantada com a Caixa Econômica Federal, para obter o dinheiro do empréstimo.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

LEBOYER


EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares)

Estudantes protestaram ontem na UFMS. (Foto: Marcos Ermínio)
17/04/2013 09:47

Sob protesto, Hospital Universitário aprova adesão à empresa estatal

Aline dos Santos
 
Estudantes protestaram ontem na UFMS. (Foto: Marcos Ermínio)
O HU (Hospital Universitário) de Campo Grande vai passar a ser administrado pela EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), estatal criada em 2011 pelo governo federal. Sob protesto de estudantes, a decisão foi tomada ontem pelo Conselho Universitário da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Contrário à adesão, que retira a autonomia da universidade sobre o hospital-escola, o Sista (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino do Estado de Mato Grosso do Sul) promete reagir. “Vamos nos unir com a CUT [Central Única dos Trabalhadores] e o DCE [Diretório Central Estudantil] para procurar o Ministério Público”, afirma o presidente do sindicato, Lucivaldo Alves dos Santos.
Segundo ele, o hospital, que é voltado para a educação, será repassado a uma empresa. A Ebserh tabém vai receber os bens patrimoniais do HU. “Além da transferência de todos os servidores para o quadro da empresa”, afirma.
Conforme Lucivaldo dos Santos, o hospital tem mil servidores contratados. Acadêmica de Medicina, Vitória Marcondes, de 20 anos, afirma que a adesão do HU à empresa pública não vai solucionar os problemas da instituição. Ela participou do protesto ontem na UFMS.
O HU foi inaugurado em 1970 pelo então governador Pedro Pedrossian. A Ebserh foi criada com a justificativa de garantir as condições necessárias para que os hospitais universitários federais prestem assistência à população, de acordo com as orientações do SUS (Sistema Único de Saúde). Outra meta é oferecer condições adequadas para formação dos profissionais.
http://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/sob-protesto-hospital-universitario-aprova-adesao-a-empresa-estatal

CFM é contra a criação da Empresa Brasileira de

Serviços Hospitalares

 

O Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu ingressar como amicus curiae* na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pelo procurador Geral da República, Roberto Gurgel, contra a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

O conselho aposta em riscos jurídicos, econômicos e sociais da empresa pública de natureza privada criada para fazer, de forma centralizada, a gestão de 45 Hospitais Universitários federais (HUs). E entende, ainda, que a Ebserh agride a autonomia do sistema educacional, além de comprometer o funcionamento dos serviços de assistência em saúde públicos ancorados nos hospitais universitários e de ensino.

Já o Supremo Tribunal Federal (STF) acredita em uma desarmonia entre a lei de criação da Ebserh e Lei Orgânica do SUS (Lei 8.080/1990), que determina que “os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS)’”.
http://www.mariolobato.blogspot.com/

"Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar o modo de nascer".

25/04/2013 - 10h57

Filme sobre violência obstétrica faz campanha na internet para chegar ao cinema

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GIOVANNA BALOGH
DE SÃO PAULO
 
 
"Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar o modo de nascer". Ao acreditar nesta frase do cientista francês Michel Odent, mulheres ativistas de todo o Brasil têm feito uma campanha nas redes sociais para arrecadar recursos para colocar o filme "Renascimento do Parto" nas salas de cinemas.
Por meio de um crowdfunding (financiamento coletivo), o filme, que mostra a violência obstétrica sofrida diariamente pelas mulheres nos consultórios e nas maternidades, conseguiu arrecadar mais do que a meta estabelecida (R$ 65 mil) em apenas cinco dias.
O valor era o necessário para fazer a distribuição do filme. Até as 11h desta quinta-feira (25), já haviam sido arrecadados mais de R$ 87 mil. No crowfunding é possível doar a partir de R$ 30.
O filme conta com relato de profissionais da saúde, como Michel Odent, da antropóloga norte-americana Robbie Davis-Floyd, da parteira mexicana Naoli Vinaver.
Mães e pais também dão depoimento sobre a experiência no nascimento dos filhos, entre eles, o ator Márcio Garcia e sua mulher, Andréa Santa Rosa. O casal tem três filhos e conta como foi vivenciar um parto cesáreo, um normal hospitalar e um natural, ocorrido na casa do casal.
O longa-metragem, com duração de 90 minutos, conta ainda com entrevistas de obstetras, parteiras, doulas (mulheres que ajudam a gestante antes, durante e após o parto) e pediatras.
Todo o trabalho foi feito pelo casal Erica de Paula, 26, e Eduardo Chauvet, 42, que arcou sozinho com as despesas do filme. Segundo eles, alguns colaboradores ajudaram, por exemplo, com a liberação de uso de fotos e imagens de partos.
O dinheiro levantado no crowdfunding, explica Erica, é para pagar as novas despesas para que o filme possa chegar até o público, como os custos de distribuição do filme, material gráfico de divulgação, eventos da pré-estreia e a primeira tiragem de DVDs do filme.
Erica conta que o período de pesquisa começou em 2011 e que o trabalho só foi concluído em março deste ano. "O filme é uma ferramenta muito importante para a conscientização de toda a população sobre a importância da forma como nascemos e as repercussões que esse momento tem em toda a nossa vida", explica.
O longa-metragem mostra que as cesáreas são cirurgias que salvam bebês todos os dias, mas que devem ser indicadas apenas quando há algum tipo de risco para mãe ou para o bebê. As estatísticas apontam que o Brasil é o país campeão mundial de cesarianas (52% no índice geral e mais de 90% no sistema privado, contra os 15% recomendado pela Organização Mundial de Saúde).
A expectativa é que o filme esteja em 60 dias nas salas de cinemas de oito capitais - Rio, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Salvador e João Pessoa. Em seguida, a ideia é comercializar o filme em DVD e inscrever o longa-metragem em festivais nacionais e internacionais.
As doações podem ser feitas por meio do site.

Carla Raiter
Casal tem parto em casa com auxílio de doula e obstetriz; famílias tem buscado alternativas para conseguir um nascimento humanizado
Casal tem parto em casa com auxílio de doula e obstetriz; famílias buscam alternativas para conseguir um nascimento humanizado

quarta-feira, 24 de abril de 2013

PREFEITO PROÍBE FUNCIONÁRIOS DE FALAREM SOBRE A PREFEITURA EM REDES SOCIAS

Para os políticos daqui, as redes sociais só mesmo "prestam" em época de campanha, para pedirem votos.

Prefeito de Dourados proíbe funcionários de falarem sobre a prefeitura em redes sociais

94 FM de Dourados/WM

Reprodução
Comunicação Interna veta o uso de redes sociais por parte dos funcionários públicos municipais

Uma nova comunicação interna da prefeitura de Dourados, assinada pelo secretário de governo, José Jorge Filho, o popular ‘Zito’, gerou polêmica e revolta nas redes sociais. A C.I. 098/2013 veta os agentes públicos em exercício do uso de redes sociais para divulgação, informação ou qualquer outro registro de atos, obras ou questões sobre o poder público municipal.

Em uma dos vários protestos no facebook, a nova determinação teve 335 compartilhamentos e centenas de comentários. Alguns usuários, como Domingo Rosa Vega, discorda da posição da prefeitura. “Absurdo, agora querem nos privar da livre expressão!!?? Penso que isso não pode e não deve ser aceito por ninguém, pelo amor de Deus estamos em 2013...”, reclamou.

Já o perfil ‘Dourados QueVejo’, vai mais além e afirma que a atual administração tem um posicionamento antidemocrático. “Governo ditatorial controla acesso à internet, servidores não temam essas chantagens, pressões, pois se o Murilo fizer isso quem será vitorioso será você, que poderá até ganhar uma boa indenização e curtir uma melhora na vida, pois assédio moral é crime”, reiterou.

Prefeitura

Para a 94FM, o autor da C.I., o secretário de governo José Jorge Leite, disse que a polêmica tem origem em um erro de interpretação de algumas pessoas. “Infelizmente tem gente que propositalmente confunde galhos com bugalhos. Não é nenhuma espécie de policiamento do funcionário público”, explicou.

Zito afirma que diferente do que foi propagado na rede, o objetivo da C.I. é apenas vetar o uso de redes sociais por parte dos funcionários durante o expediente. “Não está escrito no documento, mas está subentendido. Não teria lógica em coibir o uso de redes sociais ou privar o funcionário da opinião própria fora do expediente. O que queremos é apenas que os funcionários se foquem em suas atividades e não usem os computadores para atividades pessoais durante o serviço”, complementou.

Ainda segundo o secretário, a atual administração, que está no poder há mais de dois anos, priva pela honestidade, transparência e seriedade, logo, não seria de sua índole retroceder à época da ditadura, quando o SNI (Serviço Nacional de Informações), controlava o pensamento e a opinião pública.

terça-feira, 23 de abril de 2013

HINO DE DURAN

Hino de Duran

Chico Buarque



Se tu falas muitas palavras sutis
Se gostas de senhas sussurros ardís
A lei tem ouvidos pra te delatar
Nas pedras do teu próprio lar


Se trazes no bolso a contravenção
Muambas, baganas e nem um tostão
A lei te vigia, bandido infeliz
Com seus olhos de raios X


Se vives nas sombras freqüentas porões
Se tramas assaltos ou revoluções
A lei te procura amanhã de manhã
Com seu faro de dobermam


E se definitivamente a sociedade
só te tem desprezo e horror
E mesmo nas galeras és nocivo,
és um estorvo, és um tumor
 
A lei fecha o livro, te pregam na cruz
depois chamam os urubus


Se pensas que burlas as normas penais
Insuflas agitas e gritas demais
 
A lei logo vai te abraçar infrator
com seus braços de estivador


Se pensas que pensas estás redondamente enganado
 
E como já disse o Dr Eiras,
vem chegando aí, junto com o delegado
pra te levar...

MORTE EM CLÍNICA PARTICULAR PARA DESINTOXICAÇÃO

Família acusa Clínica Carandá pela morte de jovem de 20 anos


Mayara Sá e Mariana Anunciação

 

Mariana Anunciação
Documento indica que o rapaz já estava com rigidez cadavérica quando deu entrada no Miguel Couto

O pai de Rafael Guimarães de Oliveira, 20 anos, Paulo Sérgio de Oliveira, responsabiliza a Clínica Carandá pela morte do jovem. “Meu filho foi morto pela clínica”, acusa Paulo Sérgio nesta terça-feira (23). O pai do jovem conversou com a imprensa nesta manhã e diz não entender como um rapaz tão novo pode ter morrido por ataque cardíaco – a causa da morte informada pela Clínica à família.
O rapaz faleceu no domingo (21) quando estava internado para fazer exames médicos. Usuário de drogas, ele foi internado para fazer exames antes de ser levado para outra clínica de desintoxicação em Três Lagoas.
Paulo explica que o filho não foi internado para fazer tratamento no local, apenas para fazer os exames. ”Fui claro que não faria tratamento na Clínica Carandá, apenas exames”, revela. Por isso, diz não entender porque o filho estava sendo medicado no local. A suspeita é que o uso de algum remédio possa ter causado a morte do rapaz.
O jovem, inclusive, teria fugido da clínica, no dia 15 de abril, quatro dias após a internação, porque a clínica estava ‘enrolando’ para fazer os exames e o medicando. “Ele me ligou e disse que fugiu porque eles não estavam providenciando os exames. Só estavam dando medicamentos a ele. O Rafael não queria ser tratado ali. O combinado foi fazer apenas os exames”, explica.
Negligência
Na data da fuga, a clínica comunicou o pai sobre o episódio apenas uma hora depois que o rapaz já estava com o pai. Para Paulo, isso mostra claramente a negligência da instituição.
Na ocasião, os dois saíram, conversaram, tomaram água de coco e Paulo convenceu Rafael de voltar à clínica e fazer os exames. No domingo, por volta das 16h30, o pai ligou para saber se o material já estava pronto e como estava o filho. “Eles me disseram que ele estava bem e quando os exames estivessem prontos iriam me comunicar”, diz.
Às 18h51, a clínica ligou dizendo que o rapaz teve um ataque cardíaco e estava morto. “Nem sensibilidade tiveram. Onde já se viu dizer essas coisas por telefone”, critica.
Morte
Rafael foi transferido da Clínica Carandá para o Hospital Miguel Couto, por volta das 18h30. A entrada do hospital está detalhada com parada cardiorrespiratória e rigidez cadavérica. O pai suspeita que o filho entrou morto por causa da rigidez cadavérica.
 

CPI da SAÚDE: Pra debaixo do tapete faz tempo...

23/04/2013 15:17

Luiza volta a cobrar rigor na investigação de denúncias na saúde e irrita Siufi

Lidiane Kober
 
Insatisfeita com suposta inércia da Câmara Municipal, a vereadora Luiza Ribeiro (DM) subiu, nesta terça-feira (23), à tribuna para questionar a atuação da Comissão Permanente de Saúde ampliada para acompanhar a investigação de desvios de verba do SUS nos Hospitais do Câncer e Universitário. A cobrança irritou o vereador Paulo Siufi (PMDB), presidente do grupo.
Integrante da comissão ampliada, Luiza disse que, por enquanto, a equipe se reuniu apenas uma vez por 10 minutos. “Deixamos de abrir uma CPI e até agora não vejo uma solução adequada”, disse. “Nem sequer foi publicado o ato para regulamentar a comissão”, emendou.
Para ela, é preciso estabelecer prazos a fim de “dar uma resposta à sociedade”. O vereador Zeca do PT endossou a cobrança. “Temos que nos apressar, até uma devassa na saúde foi autorizada diante da suspeita de novas irregularidades”, frisou.
Líder do prefeito Alcides Bernal (PP) na Câmara, o vereador Alex do PT voltou a ignorar o apelo do chefe do Executivo por ações mais rigorosas por parte do legislativo e defendeu “dar tempo ao tempo”. “Temos que nos assenhorar de todas as informações e confiar no Siufi”, disse.
Diante das críticas, o presidente da comissão reagiu a voltou a atacar Luiza a acusando de estar mal informada. “Fomos ao MPE (Ministério Público Estadual) e temos 11 mil páginas de investigação para estudar”, comentou. “Amanhã (24), às oito horas temos visita à Santa Casa e, depois, vamos ao Hospital do Câncer”, completou.
Luiza, por sua vez, enfatizou não ter o interesse de atacar colegas e repetiu sua preocupação com os resultados dos trabalhos da comissão ampliada. “O fato é que houve apenas uma reunião e a comissão não está regulamentada”, reafirmou. “Faltam três dias para completar um mês, se não observar resultados em breve, vou voltar a cogitar CPI”, finalizou.

Ranking de Corrupção por Estados: Mato Grosso do Sul - MS ocupa primeiras colocações

Com uma rápida análise feita por mim mesmo, baseando-me apenas nos prefeitos cassados e indiciados no estado do MS apenas esse ano, imaginei um ranking da corrupção por estados, e esse nosso, com certeza ocupa as primeiras posições. Só deve perder mesmo para aqueles estados do nordeste como o Maranhão e Alagoas. Talvez não!
1º - 2º ou 3º - MATO GROSSO DO SUL -MS

VULGO:
 
 CAPITAL DO PANTANAL

VULGO:

 TERRA DO BOI

Abaixo, mais uma prefeitura corroborado com essas tristes "estatísticas":


23/04/2013 09:24

TRE/MS cassa mandato de prefeito e convoca nova eleição em Figueirão

Edivaldo Bitencourt


O TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Su) cassou, na sessão de ontem, os mandatos do prefeito e vice-prefeito de Figueirão, respectivamente, Getúlio Furtado Barbosa e Rogério Rosalin, ambos do PMDB. Como eles obtiveram mais de 50% dos votos, o órgão também aprovou a realização de novas eleições na cidade, que tem 2.487 eleitores.
A medida foi aprovada por unanimidade ontem à noite. A Justiça Eleitoral confirmou a sentença do juiz da 38ª Zona Eleitoral de Costa Rica, que condenou os peemedebistas por abuso de poder político e autoridade.
De acordo com a assessoria do TRE, Furtado efetuou a contratação irregular de servidores para cargos comissionados e temporários sem concurso público ou processo seletivo simplificado. Ele teria trocado os cargos por votos.
Para o relator, juiz Heraldo Garcia Vitta, a contratação de 70 servidores foi “exarcebada”. Foram contratados sem concurso 11 servidores em 2009, dois em 2010, 31 em 2011 e 46 em 2012.
“Ademais, nas eleições municipais realizadas, a diferença entre o candidato eleito e o segundo colocado foi de apenas 49 votos, em 2004; 19 votos, em 2008; e 249, nas últimas eleições. Isso evidencia a gravidade das circunstâncias em que se deram as contratações, as quais, sem sombra de dúvida, influenciaram no resultado do pleito”,destaca Vitta.
No julgamento desta segunda, além da cassação e de novas eleições para provimento dos cargos, ficou definido que o TRE-MS deve expedir resolução, fixando a data da nova eleição, com aprovação das instruções e do respectivo calendário eleitoral, cabendo ao Presidente do Poder Legislativo municipal assumir e exercer o cargo de prefeito municipal de Figueirão até a posse dos novos eleitos.
O TRE já cassou os mandatos dos prefeitos eleitos em Sidrolândia e Bonito, que já realizaram eleições neste ano. Em Paranaíba, o prefeito José Garcia Freitas, o Zé Braquiária (PDT), foi cassado, mas assumirá o segundo colocado, o deputado estadual Diogo Tita (PPS). Em Porto Murtinho, também assumiu o segundo colocado, Heitor Miranda (PT). 
Outros dois prefeitos, de Miranda, Juliana Almeida (PT), e de Jardim, Doutor Marcelo (PDT), também tiveram os mandatos cassados, mas conseguiram reverter a decisão na Justiça.
 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

domingo, 21 de abril de 2013

3 meses após início de ação para internações, cracolândia está cheia

20/04/2013 - 23h05
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/04/1266127-3-meses-apos-inicio-de-acao-para-internacoes-cracolandia-esta-cheia.shtml

3 meses após início de ação para internações, cracolândia está cheia

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO


O jovem de 16 anos acende o cigarro de maconha no quintal de casa, na frente do pai. "Melhor aqui do que fumando crack na rua", diz o desempregado Samuel de Paula, 45, morador de Itapevi, na Grande São Paulo.

Tratamento é 'sistema em construção', diz governo
Mãe fica 'grudada' 24 horas no filho após internação

Com os dedos queimados pelo acender de cachimbos, o filho dele fugiu após 18 dias de internação. O adolescente é um dos 590 internados após o início do plantão judiciário para atendimento a dependentes químicos no Bom Retiro (centro).

O programa, iniciado há três meses não conseguiu amenizar o fluxo da chamada cracolândia, que segue apinhada de dependentes.

Com sede no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas) do Estado, a iniciativa sofre com problemas estruturais, segundo juízes que atuam ali desde 21 de janeiro.

Demora para conseguir vagas, falta de ambulâncias para transportar dependentes e de equipes para lidar com viciados em surto foram algumas das falhas detectadas pelo desembargador Antônio Carlos Malheiros.

Recuperação de viciados em crack

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Thomas Watanabe Fantine, que acaba de sair de uma internação, em sua casa na zona norte de São Paulo

"As vagas faltam, sim. Acabam aparecendo depois que o Judiciário determina o aparecimento", disse Malheiros. "Com essa demanda terrível tem que se reestruturar para ser mais ágil. A falta de estrutura é uma marca da Saúde de forma geral", afirmou.

A alta demanda gerou casos de falta de vagas, segundo Malheiros. "Teve uma mãe que me procurou e disse que estava havia quatro dias ali esperando que o filho, numa maca, fosse internado. Imediatamente subi e pedi ao juiz que determinasse e a vaga saiu", disse o desembargador, que coordena o plantão.

O plantão judicial foi criado para agilizar internações. Nos três meses, houve 177 processos para isso -nem toda a internação necessita da intervenção direta da Justiça.

A presença do juiz serve, por exemplo, para que se determine a internação compulsória, que ocorre contra a vontade do dependente e independe do aval da família.

Nos três meses, 3.295 pessoas foram atendidas no centro, que se transformou numa espécie de pronto-socorro de dependentes e seus parentes em busca de ajuda.

A medida foi criada um ano depois da ação policial na cracolândia para coibir o tráfico e incentivar usuários a buscar tratamento. O tráfico persiste e os dependentes estão espalhados pelas ruas.

Apenas uma pessoa foi internada por medida judicial. Nas demais, ou o dependente aceitou o tratamento ou a internação ocorreu de forma involuntária - quando a família autoriza mediante indicação de um psiquiatra.

À FORÇA

No caso do filho de Samuel de Paula, ele mesmo agarrou o jovem de 16 anos pelo braço e o levou à força até o Cratod, no dia 21 de janeiro.

O desempregado havia acabado de flagrar o rapaz vendendo crack na rua Dino Bueno, região da cracolândia.

O garoto fugiu pela porta da frente após ficar 19 dias no hospital psiquiátrico Pinel (Pirituba). "Aqui o protejo. Deixo ele fumar para não ser extorquido nem aliciado ou que o matem na rua. Do portão para dentro, eu sou a polícia".

Depois da fuga, o rapaz voltou para casa. "Me disseram que se quisesse poderia sair. Passei pelo porteiro e vim embora", disse o jovem. "Lá só tomava remédio e ficava trancado. Não tinha atividade quase", disse ele, que parou de estudar na 5ª série e tem passagens pela Fundação Casa.

Segundo o pai, o garoto voltou para casa sozinho de trem. "Mas e agora? Se o Estado não foi capaz de retê-lo até o fim do tratamento, vou ficar numa loteria, sem saber o que fazer".

OUTRO CASO

"Um mês foi muito pouco. Saí e estou me segurando para não usar", diz Thomaz Watanabe Fantine, 20.

Viciado em crack há cinco anos, ele foi internado [no interior de SP] por 25 dias, após se cortar na frente de funcionários do governo. "Fiquei num lugar para louco. Não quero esse tratamento".

Após ter alta, foi deixado na Cracolândia. Não voltou ao crack por causa dos remédios. "Peguei carona num ônibus e vim para a casa da minha mãe [na zona norte]".

Sheilla Watanabe, 45, a mãe, não trabalha mais como pintora de parede para cuidar do filho. "Sem um bom tratamento, voltará às ruas".

Editoria de Arte/Folhapress

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Juiz critica postura do CRM: Médicos condenados por tráfico de órgãos continuam trabalhando

http://www.mariolobato.blogspot.com.br/2013/04/juiz-critica-postura-do-crm-medicos.html#more
 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

 Sentenciados a prisão por remoção irregular e comércio de material para transplantes, médicos seguem atendendo pacientes em Poços de Caldas. 


no EM


Apesar de condenados a penas que variam de 8 anos a 11 anos e meio de prisão, médicos condenados em primeira instância por tráfico de órgãos em Poços de Caldas continuavam ontem a atender normalmente pacientes em consultórios e na Santa Casa de Misericórdia da cidade do Sul de Minas. 


O hospital é  conveniado ao Sistema Único de Saúde e a sentença determina  expressamente que os réus se afastem do atendimento no SUS. Outros dois profissionais, que tiveram os crimes prescritos em decorrência de terem ultrapassado 70 anos – um deles inclusive acusado de homicídio doloso –, também operam e atendem sem qualquer constrangimento. O Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), que tem o poder de suspender preventivamente profissionais sob suspeita de conduta grave, preferiu não lançar mão dessa medida e ainda iniciará procedimento de investigação sobre o caso, ocorrido mais de uma década atrás.


Foram quatro os profissionais sentenciados: o médico Alexandre Crispino Zincone, de 48 anos, recebeu pena de 11 anos e seis meses de prisão; João Alberto Goés Brandão, de 44, Celso Roberto Frasson Scafi, de 50, e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes, de 53, foram condenados a oito anos cada um. Todas as penas são em regime fechado, embora os réus possam recorrer em liberdade. As acusações contra Félix Herman Gamarra Alcântara, de 71, e Gérsio Zincone, de 77, caducaram. A defesa dos acusados informou já ter recorrido da decisão.




A condenação ocorreu em um dos oito casos investigados pela polícia, referente à morte, remoção e tráfico dos órgãos de José Domingos Carvalho, morto aos 38 anos, em 2001. Outras sete mortes e procedimentos de transplante aguardam julgamento. Um nono caso, que diz respeito à morte e retirada de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, que hava sido fechado, foi reaberto no ano passado. Em 2000, aos 10 anos, o garoto caiu do prédio onde morava e foi atendido por Celso Roberto Frasson e Cláudio Rogério Carneiro, entre outros. Foram as apurações de sua morte que levaram a descobrir o grupo considerado pelo Ministério Público uma organização criminosa especializada em tráfico de órgãos. 


O esquema, que consistiria em tratar com descaso proposital vítimas de traumatismo craniano e acidentes vasculares cerebrais, teria rendido até R$ 200 mil por mês aos envolvidos. De acordo com a sentença da 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas, pacientes eram mantidos em condições inadequadas de tratamento até que seu quadro se tornasse irreversível. Nesse estágio, segundo indicam as apurações, eram mandados para a unidade de terapia intensiva, a fim de manter em funcionamento os órgãos que interessavam ao grupo, definido na sentença em termos como “organização” e “máfia”. Conseguida a autorização para doação, rins, córneas, coração e fígado eram encaminhados a médicos “dos estado vizinho de São Paulo ou remetidos a Belo Horizonte”, ignorando a fila única de transplantes e com cobrança irregular.



No meio da tarde dessa quinta-feira, o Estado de Minas procurou pelos réus em suas casas e locais de trabalho. A informação obtida é de que todos continuam a atender normalmente. Considerado pelo juiz do caso, Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, como “o mais perigoso do grupo”, o médico que foi processado por homicídio doloso, o neurocirurgião Félix Herman, continua atuando na Santa Casa de Misericórdia, hospital onde a promotoria aponta que as mortes e tráfico de órgãos ocorreram. Lá são feitos atendimentos tanto do SUS quanto de particulares. 



Ontem, a secretária do consultório de Félix na Santa Casa disse que o médico estava atendendo um paciente e que não daria entrevistas sobre as acusações que pesam contra ele. Alexandre Crispino Zincone foi procurado e estava atendendo em seu consultório no edifício do Centro Clínico, no Centro de Poços de Caldas. Deixou as recepcionistas avisadas de que não comentaria a decisão judicial. Na casa do urologista Celso Roberto Frasson Scafi, a informação era de ele que estava atendendo pacientes na clínica, como faz todos os dias. Ele não retornou os contatos da reportagem. 



Conselho ainda vai começar apuração



O próprio juiz do caso considerou “um absurdo” o fato de o CRM não suspender preventivamente os acusados, para garantir a segurança de pacientes. “Deveriam suspender esses profissionais, porque (a continuidade do exercício da profissão) contamina toda a sociedade. Os conselhos são órgãos de fiscalização e têm essa obrigação”, afirmou Narciso Monteiro de Castro. 



Procurado, o presidente do CRM-MG, João Batista Gomes Soares, disse que as investigações da entidade sobre o caso – ocorrido há 12 anos – ainda serão iniciadas, e que enquanto isso os médicos poderão trabalhar. “Não se pode punir por antecedência. Isso geraria ação na Justiça por perda da atividade da qual se tira o sustento. A exceção ocorre em fatos altamente gritantes, em que se determina uma interdição. Esse é um caso grave, mas não tivemos acesso aos autos do processo criminal”, argumentou.



Jose Arthur Di Spirito Kalil , advogado dos acusados João Alberto, Celso Roberto e Cláudio Rogério, afirma que seus clientes são inocentes de todas as acusações e disse ter recorrido da sentença de condenação, por acreditar que houve vícios no processo. “Deve levar uns quatro meses para que seja julgado o recurso. Em determinados momentos do julgamento, a defesa não pode atuar e isso prejudicou meus clientes. Não houve crime, tudo o que os médicos fizeram foi seguindo estritamente as rotinas regulares”, disse.

Querem trocar juiz após vir à tona nome de tucano acusado de tráfico de órgãos

 

Leandro Fortes: “Querem trocar juiz após vir à tona nome de tucano acusado de tráfico de órgãos”

publicado em 17 de abril de 2013 às 13:12
Paulinho, então com 10 anos, foi sedado e teve os órgãos retirados quando ainda estava vivo
 
A dor de Paulo Pavesi
por Leandro Fortes, em CartaCapital 
 
Sozinho, escondido em Londres, na Inglaterra, depois de ter conseguido asilo humanitário na Itália, em 2008, o analista de sistemas Paulo Pavesi se transformou no exército de um só homem contra a impunidade dos médicos-monstros que, em 2000, assassinaram seu filho para lhe retirar os rins, o fígado e as córneas.
Paulo Veronesi Pavesi, então com 10 anos de idade, caiu de um brinquedo no prédio onde morava, e foi levado para a Irmandade Santa Casa de Poços de Caldas, no sul de Minas, onde foi atendido pelo médico Alvaro Inhaez que, como se descobriu mais tarde, era o chefe de uma central clandestina de retirada de órgãos humanos disfarçada de ONG, a MG Sul Transplantes. Paulinho foi sedado e teve os órgãos retirados quando ainda estava vivo, no melhor estilo do médico nazista Josef Mengele.
Na edição desta semana de CartaCapital, publiquei uma reportagem sobre o envolvimento do deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB) com a chamada “Máfia dos Transplantes” da Irmandade Santa Casa de Poços de Caldas.
Mosconi, eleito no início do ano, pela quarta vez consecutiva, presidente da Comissão de Saúde (!) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foi assessor especial do senador Aécio Neves (PSDB-MG), quando este era governador do estado. Aécio o nomeou, em 2003, presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMG), à qual a MG Sul Transplantes, idealizada por Mosconi e outros quatro médicos ligados á máfia dos transplantes, era subordinada.
As poucas notícias que são veiculadas sobre o caso, à exceção da matéria de minha autoria publicada esta semana, jamais citam o nome de Carlos Mosconi. Em Minas Gerais, como se sabe, a imprensa é controlada pela mão de ferro do PSDB. Nada se noticia de ruim sobre os tucanos, nem quando se trata de assassinato a sangue frio de uma criança de 10 anos que teve as córneas arrancadas quando ainda vivia para que fossem vendidas, no mercado negro, por 1,2 mil reais. Nada.
Esse silêncio, aliado à leniência da polícia e do judiciário mineiro, é fonte permanente da dor de Paulo Pavesi. Mas Pavesi não se cala. De seu exílio inglês, ele nos lembra, todos os dias, que somos uma sociedade arcaica e perversa ao ponto de proteger assassinos por questões políticas paroquiais.
Como sempre, a velha mídia nacional, sem falar na amordaçada mídia mineira, não deu repercussão alguma à CartaCapital, como se isso tivesse alguma importância nesses tempos de blogosfera e redes sociais.
Pela internet, o Brasil e o mundo foram apresentados ao juiz Narciso Alvarenga de Castro, da 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas. Em de 19 de fevereiro desse ano, ele condenou quatro médicos-monstros envolvidos na máfia: João Alberto Brandão, Celso Scafi, Cláudio Fernandes e Alexandre Zincone. Eles foram condenados pela morte de um trabalhador rural, João Domingos de Carvalho.
Internado por sete dias na enfermaria da Santa Casa, entre 11 e 17 de abril de 2001, Carvalho, assim como Paulinho, foi dado como morto quando estava sedado e teve os rins, as córneas e o fígado retirados por Cláudio Fernandes e Celso Scafi. Outros sete casos semelhantes foram levantados pela Polícia Federal na Santa Casa.
Todos os condenados são ligados à MG Sul Transplantes. Scafi, além de tudo, era sócio de Mosconi em uma clínica de Poços de Caldas, base eleitoral do deputado. A quadrilha realizava os transplantes na Santa Casa, o que garantia, além do dinheiro tomado dos beneficiários da lista, recursos do SUS para o hospital. O delegado Célio Jacinto, responsável pelas investigações da PF, revelou a existência de uma carta do parlamentar na qual ele solicita ao amigo Ianhez o fornecimento de um rim para atender ao pedido do prefeito de Campanha (MG). A carta, disse o delegado, foi apreendida entre os documentos de Ianhez, mas desapareceu misteriosamente do inquérito sob custódia do Ministério Público Estadual de Minas Gerais.
Ontem, veio o troco.
A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) suspendeu as audiências que aconteceriam de hoje, 17 de abril, até sexta-feira, 19 de abril, para se iniciar, finalmente, o julgamento do caso de Paulinho. Neste processo, estão sendo julgados, novamente, Cláudio Fernandes e Celso Scafi, além de outros acusado, Sérgio Poli Gaspar.
De acordo com a assessoria do TJMG, o cancelamento se deu por conta de uma medida de “exceção de suspeição” contra o juiz Narciso de Castro impetrada pelo escritório Kalil e Horta Advogados, que defende Fernandes e Scafi. A defesa da dupla, já condenada a penas de 8 a 11 anos de cadeia, argumenta que o juiz teria perdido a “necessária isenção e imparcialidade” para apreciar o Caso Pavesi.
Ou seja, querem trocar o juiz, justo agora que o nome do deputado Carlos Mosconi veio à tona.
Eu, sinceramente, ainda espero que haja juízes – e jornalistas – em Minas Gerais para denunciar esse acinte à humanidade de Paulo Pavesi que, no fim das contas, é a humanidade de todos nós.