segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Janaína

 

Otto


Disse um velho orixá pra oxalá
Pra acreditar
Pra não temer, temer, temer
Desses tempos verdadeiros
Tempos maus

Disse um velho orixá pra oxalá
Pra acreditar
Pra não temer, temer, temer
Desses tempos verdadeiros
Tempos maus

Dia 2 de fevereiro
Dia de Iemanjá
Vá pra perto do mar
Leve mimos pra sereira
Janaína Iemanjá
Pra perto do mar
Leve mimos pra sereia
Janaína Iemanjá

Havia rosas no mar
Havia ondas na areia

Lá em Rio Vermelho
Em Salvador
Vamos dançar
Dia 2 de fevereiro
Dia de Iemanjá

Leve mimos pra sereira
Janaína Iemanjá

Disse um velho orixá pra oxalá
Pra não temer
Pra não temer
Dia 2 de fevereiro
Festa lá no Rio Vermelho
Em Salvador vamos dançar

Leve mimos pra sereia
Janaína Iemanjá
Havia rosas no mar
Havia ondas na areia
Vá brincar no Rio Vermelho
A festa de Iemanjá

Salvador está em festa
Vou cantar
Vou cantar, ahhhhh
Pra saudade sereia
Vai brincar na areia
Para acreditar

Pra saudade sereia
Vista de branco
Dia de lua cheia

 
 
Serra Pelada – 2013 – Dir. Heitor Dhalia

                Já havia assistido o interessante Cheiro do Ralo (2007) de Heitor, e agora depois da passagem do diretor por Hollywood, chega aos cinemas Serra Pelada. Ainda não assisti ao filme que ele rodou no estrangeiro, mas Serra Pelada, vale muito a pena...

                O Cheiro do Ralo, um filme que retratou um sujeito a beira ou na própria loucura, com poucos cenários, e mesmo personagens e figurantes, em nada se correlaciona com Serra, uma história que fala nada mais, nada menos do que o maior garimpo de escavação humana  que existiu na década de 80, e que tinha 100 mil pessoas ali. O que os dois filmes tem em comum, é o orçamento baixo, e o improviso e também da garra, de se rodar ótimos filmes, com baixos orçamentos. O Cheiro do Ralo por exemplo, o Selton Mello trabalhou “de graça”, e teve participação nas vendas do filme (aposta), que foi premiadíssimo inclusive. Já o Serra, me parece que também tiveram que “adaptar” vários aspectos do filme, inclusive a mudança do protagonista, que seria vivido por Wagner Moura (mas ele participa do filme, com o impressionante Lindo Rico), devido ao tempo reduzido para gravar.

                Serra Pelada conta a história de dois amigos, que se aventuram no meio da selva, no Pará, em busca de riqueza. São muitas as histórias que vemos chegar de Serra Pelada, como: pessoas que ficaram ricas e pobres por umas setes vezes, no filme conta de passagem a história de um garimpeiro que achou um pepita de 7 kg de outro.  Outro que de tanto dinheiro que achou, fretou um avião, e foi festar em uma “zona”, na capital.

                O Brasil passava por uma grave crise financeira, e estávamos na época do “chumbo grosso”. Então, era mesmo um lugar bastante atrativo. Heitor, que também assina o roteiro, disse em uma entrevista, que quando pensou em rodar o filme, não entendia o porquê ninguém ainda ter rodado esse filme. A partir que ele foi construindo a história, ele foi percebendo que era uma história muito “complexa” e “pesada”, e começou entender os motivos do “esquecimento”.

                É complicado, pois envolve a corrupção não apenas dos homens com relação ao dinheiro – os dois amigos acabam brigando. Mas a corrupção das instituições, como o governo e principalmente a polícia.

                O faroeste

                Não tem como não pensarmos em faroeste brasileiro assistindo o filme. É aquele negócio de quem tem o “dedo” mais rápido no gatilho, é que consegue sobreviver em lugares como Serra. Sem falar nas “brigas de facas”....

                No meio da trama, um dos amigos, Juliano (vivido por Juliano Cazarré) se apaixona por Tereza ( Sophie Charlotte), com um belo cabelo “esvoaçado”.  É uma paixão picante, avassaladora, que no meio do filme para o final, quase rouba todo o contexto.

                A câmera de Heitor é ansiosa, rápida e angustia. Talvez seja um efeito para nos relembrar o que foi a maior concentração de homens trabalhando, depois da construção das pirâmides do Egito.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Lançamento do Livro: Medicina Financeira (Luiz Vianna Sobrinho)

Medicina Financeira – A ética estilhaçada

Livro questiona a quem serve a medicina contemporânea

Lançamento: 18 de novembro


 A quem realmente serve a nossa medicina? Quais são os interesses que, de fato, determinam as decisões na área da saúde? O conflito surgido  com a implantação repentina do  programa Mais Médicos, entre o Governo Federal e as entidades de representação da classe médica, só reforça a ideia de que o paciente talvez não seja verdadeiramente o foco da questão.
Luiz Vianna Sobrinho - médico cardiologista - lança Medicina Financeira – A ética estilhaçada, pela Garamond, no próximo dia 18 de novembro, às 19h, na Livraria da Cultura (Cine Vitoria). Na obra, o pesquisador questiona se, na vida real, o principal objetivo da medicina contemporânea é de fato o paciente. Para Vianna, este é substituído pelo médico, pelo hospital, pela ciência, pelo plano de saúde, pela sociedade, ou, quando muito, pelo ‘cliente consumidor. Todo esse desvio ocorre em uma atmosfera já marcada pelo impacto do avanço tecnológico, agora agravado pela financeirização da medicina, com uma mais profunda e perversa deterioração da relação entre médico e paciente. O autor analisou como cada um desses componentes tem prioridade em relação ao paciente no sistema de atenção à saúde. Provocador, Vianna questiona e até ironiza a prática médica atual.
“O paciente, essa peça fundamental para a existência da medicina, como uma engrenagem sem a qual todo o sistema não funciona, até porque justifica toda a existência do próprio sistema – e em seu nome são levantadas todas as justificativas de resoluções de condutas, principalmente as mais conflituosas – definitivamente, não funciona nem como motivo condutor das ações individuais, nem como finalidade global do sistema”, afirma Vianna.
Depois de mais de vinte anos de observação e prática profissional, o médico se debruçou em pesquisas acadêmicas para examinar a doença da medicina contemporânea. O diagnóstico a que chegou aponta para a falta de uma matriz para a já tão enfraquecida ética médica.
O livro Medicina Financeira – A ética estilhaçada é dividido em uma introdução conclusiva e seis capítulos: “Para o médico”, “Para o hospital”, “Para o seguro-saúde”, “Para a ciência”, “Para o cliente e a sociedade” e “A conta não fecha”.
O prefácio do livro é assinado por Paulo Amarante, Pesquisador Titular da Escola Nacional de Saúde Púbica Sergio Arouca ENSP/Fiocruz) e Editor Científico da Revista Saúde em Debate. Já o texto da orelha ficou a cargo de João Gonçalves Barbosa Neto, Ouvidor da Fiocruz.
Sobre o autor: Formado há 27 anos na Faculdade de Medicina de Petrópolis, onde foi professor; pós-graduado em cardiologia e bioética; dedicou a última década a duas atividades: a prática clínica e gestão de um serviço de saúde próprio dos servidores da Fiocruz e aprofundar o entendimento sobre a medicina contemporânea ingressando na formação em filosofia e psicanálise.
Sobre o livro:
Editora Garamond
Formato: 14 x 21 cm
Páginas: 336
Preço: R$52,00
ISBN: 9788576173151