terça-feira, 31 de maio de 2016


Política

Governo Temer

Ministro da Transparência pede demissão do cargo

Fabiano Silveira foi gravado criticando a Lava Jato e dando orientações para a defesa de investigados na operação
Geraldo Magela/Câmara dos Deputados (07/11/2013)
Fabiano Silveira
Em gravação, Silveira parece orientar Renan Calheiros a não entregar à PGR uma versão de sua defesa
O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, telefonou no início da noite de segunda 30 ao presidente interino Michel Temer e pediu demissão do cargo. A informação foi confirmada há pouco pelo Palácio do Planalto.
De acordo com a assessoria de imprensa da Presidência, Silveira ainda não se reuniu pessoalmente com Temer. Ele ainda pode entregar uma carta de demissão ao presidente interino, mas Temer não se opôs ao pedido de Silveira. O substituto de Silveira ainda não foi divulgado.
A situação de Fabiano Silveira na pasta ficou fragilizada após virem à tona conversas gravadas em que ele aparece criticando a Operação Lava Jato e dando orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Desde o início do dia, protestos organizados pelos servidores da antiga Controladoria-Geral da União (CGU) foram feitos em Brasília, incluindo um ato em frente ao Planalto e entrega de cargos por parte dos funcionários.
Nas conversas gravadas, reveladas pelo programa Fantástico, da TV Globo, Silveira aparece criticando a Operação Lava Jato e dando orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras. Segundo a reportagem, as gravações foram feitas por pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado no fim de fevereiro, durante um encontro na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). 
Funcionário de carreira do Senado, Silveira participou da reunião quando ainda era integrante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e seria indicado por Calheiros para o cargo. A conversa ocorreu antes de assumir o comando da pasta criada pelo presidente interino Michel Temer para substituir a extinta Controladoria-Geral da União (CGU), órgão que era responsável por investigar e combater a corrupção no governo.
Nos áudios, Machado, Renan, Silveira e Bruno Mendes, advogado do presidente do Senado, discutem a cobertura da mídia e estratégias de defesa envolvendo a Operação Lava Jato.
Em um dos trechos, Silveira diz que a Procuradoria-geral da República (PGR) “está perdida nessa questão”, ao comentar as investigações envolvendo Sérgio Machado no âmbito da Lava Jato.
Em um momento anterior da conversa, Silveira parece orientar Renan Calheiros a não entregar à PGR uma versão de sua defesa para os fatos investigados.
“A única ressalva que eu faria é a seguinte: está entregando já a sua versão pros caras da... PGR, né.  Entendeu? Presidente, porque tem uns detalhes aqui que eles... (inaudível)  Eles não terão condição, mas quando você coloca aqui, eles vão querer rebater os detalhes que colocou. (inaudível)”, diz Silveira nos áudios veiculados pela TV Globo.
Em outra passagem, Renan se demonstra preocupado com uma denúncia de que sua campanha teria recebido R$ 800 mil em propinas ligadas à Transpetro. "Cuidado, Fabiano! Esse negócio do recibo... Isso me preocupa pra c...", afirma o presidente do Senado.
A reportagem da TV Globo disse ter apurado que Silveira serviu como emissário de Calheiros no contato com pessoas ligadas a investigações da Lava Jato.
Por meio de nota enviada à Agência Brasil, Fabiano Silveira disse ter comparecido “de passagem” à residência do presidente do Senado, sem saber da presença de Sérgio Machado, com quem não tem nenhuma relação pessoal ou profissional. Ele negou ter feito qualquer intervenção em órgãos públicos a favor de terceiros. “Chega a ser um despropósito sugerir que o Ministério Público [...] possa sofrer interferências”, diz a nota.
As conversas entre Sérgio Machado e membros da cúpula do PMDB começaram a vir à tona há uma semana, quando o jornal Folha de S. Paulo publicou trechos de áudios em poder da Procuradoria-Geral da República (PGR). O executivo teria gravado as conversas para negociar uma delação premiada, pois temia ser preso na Lava Jato.

http://www.cartacapital.com.br/blogs/parlatorio/ministro-da-transparencia-pede-demissao-do-cargo-1

tamo fudidooo faz tempo!! parabéns coxinhada!!!


http://www.conversaafiada.com.br/politica/aloysio-300-mil-vai-liderar-o-governo

Aloysio 300 mil vai liderar o "Governo"

Outro pendurado na brocha da Lava Jato!
  publicado 31/05/2016              
aloysio 300_phixr (1).jpg
No Estadão:

Citado na Lava Jato, Aloysio Nunes será o novo líder do governo no Senado

O tucano Aloysio Nunes (PSDB-SP) será o novo líder do governo no Senado. A informação foi confirmada pelo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. O parlamentar foi vice candidato à presidente na chapa de Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014 e é citado no âmbito das investigações da operação Lava Jato.

Nunes terá uma reunião no Palácio do Planalto para que o convite seja formalizado, apesar de ainda negar a informação. Na manhã desta terça-feira (31), o presidente em exercício Michel Temer ligou para o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), para comunicar a escolha.

Em fevereiro, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), anexou novos fatos sobre o senador Aloysio Nunes e o ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em um inquérito mantido até hoje sob sigilo na Corte.

O inquérito não faz parte da Lava Jato, mas tanto Nunes quanto o ex-ministro são investigados por supostos crimes eleitorais com base na delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, obtida no âmbito da operação.

(...)


Diretor do Ministério da Saúde se demite denunciando retrocessos sob Ricardo Barros

28 de maio de 2016 às 10h41
 
Captura de Tela 2016-05-28 às 10.40.41
O engenheiro Barros dispensou um técnico e colocou a mulher na comitiva!
Diretor do Departamento de Aids, Fábio Mesquita, pede demissão por incompatibilidade com atual governo
27/05/2016, na Agência de Notícias da Aids
Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais há três anos, anunciou hoje em sua página no Facebook que está  saindo do governo.
“Desculpa, gente, não deu mais, pedi hoje para sair deste Governo Ilegítimo e conservador que ataca os direitos conquistados sem dó. Lutarei sem descanso pelo SUS de qualidade que sempre sonhamos e por um mundo mais tolerante com a diversidade. Obrigado por todo apoio nestes 3 anos!”, escreveu ele.
Fábio também escreveu uma carta aberta na qual explica suas razões e diz que segue no Departamento até a publicação de sua exoneração no “Diário Oficial da União”.
Ele assumiu o Departamento em julho de 2013.
Formado em medicina pela Universidade Estadual de Londrina, é doutor em saúde pública pela USP (Universidade de São Paulo). Coordenou os Programas Municipais de DST/Aids em Santos, São Vicente (litoral de SP) e São Paulo.
Chefiou as unidades de Prevenção e Direitos Humanos do então Programa Nacional de Aids do Ministério da Saúde.
Foi fundador e é membro honorário permanente da Associação Internacional de Redução de Danos (em inglês International Harm Reduction).
Antes de ser convidado para assumir a direção do Departamento de Aids, era membro do corpo técnico da Organização Mundial de Saúde (OMS), atuando no escritório do Vietnã, com base em Hanoi.
Carta Aberta de Fábio Mesquita
Por que deixo o Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde depois de três anos à frente da Pasta
Minha gestão à frente do DDAHV começou em Julho de 2013 quando o então Ministro Alexandre Padilha me convidou para deixar meu trabalho de oito anos no exterior, seis dos quais na Organização Mundial da Saúde, para voltar ao Brasil e dirigir a vitoriosa política pública de DST/AIDS e Hepatites Virais do país.
O dilema entre resistir dentro do governo provisório em defesa do SUS ou encerrar um ciclo de gestão arrojada chega ao fim em apenas 13 dias.
Os problemas que afetam a política pública de saúde no Brasil não começaram neste governo provisório, mas em poucos dias foram intensificados de maneira alarmante.
Já convivíamos internamente, há certo tempo, com inúmeras imposições político-partidárias, como a inclusão – ainda na gestão do então ministro da Saúde Arthur Chioro – do ex-secretário de saúde Municipal de Maringá, Antônio Nardi, na cota do Partido Progressista, como secretário de Vigilância em Saúde, contrariando a história dessa Secretaria – que, desde a sua criação, sempre foi dirigida por profissionais de Saúde Pública altamente qualificados.
Também na Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), o governo da Presidenta Dilma, legitimamente eleita pelo voto popular, tolerou a inserção do psiquiatra Valencius, contrariando toda a história da luta antimanicomial no Brasil, liderada por governos do Partido dos Trabalhadores e aliados, gerando uma manifestação inédita do movimento antimanicomial contra um governo do PT.
Cortes de gastos na Saúde haviam sido impostos já no governo Dilma em 2015 e 2016, mas nada que chegasse a comprometer os princípios constitucionais, como a vinculação orçamentaria dos recursos da Saúde.
O poema do brasileiro Eduardo Alves da Costa: No Caminho, com Maiakowski, retrata bem esse processo de subtração gradativa de conquistas:  “Na primeira noite eles se aproximam, roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E como não dissemos nada, já não podemos dizer mais nada”.
Chegamos exaustos da batalha perdida em defesa da democracia, ao governo provisório de Michel Temer – um governo que se inicia com uma composição de ministros (homens, brancos e héteros, vários deles líderes religiosos fundamentalistas) que em nada representam a diversidade da população brasileira ou a inexorável conexão com o século 21 (como disse o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, ao justificar o seu honroso ministério, composto de 50% de mulheres).
No anúncio de sua política econômica, o governo provisório já antecipou significativos cortes na Saúde e na Educação – e começou a anunciar a futura desvinculação do Orçamento da União.
Na política de direitos humanos, esse governo acabou com o Ministério de Direitos Humanos –  colocando-o submetido ao Ministério da Justiça, sob comando do ex-secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre Moraes, um notório repressor dos movimentos sociais, que há pouco tempo dirigia as operações truculentas da Polícia Militar paulista, responsável por boa parte do genocídio da juventude negra e, seguramente,  a que mais viola os direitos humanos no Brasil.
Esse mesmo governo também extinguiu o Ministério da Cultura, desprezando a atividade cultural do país, menosprezando sua historia e desvalendo seu povo, voltando atrás pouco depois, graças à resistência dos movimentos populares de cultura, de artistas e intelectuais, por todo Brasil.
Com relação à política pública sobre drogas, o governo interino transferiu a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) para o Ministério do Desenvolvimento Social, sob a coordenação do ministro Osmar Terra, que propõe a hegemonia das Comunidades Terapêuticas – diga-se de passagem, já imposta secundariamente pela senadora do PT, Gleisi Hoffmann, durante o primeiro governo de Dilma Rousseff .
Essa proposição do Ministro Osmar Terra de política pública sobre drogas no Brasil dá todo poder ao setor privado, ressaltando que não há nenhuma evidência de que essas instituições funcionem, porque, em sua maioria, são de caráter religioso e não são do ponto de vista técnico-científico, nem comunidades, nem terapêuticas.
Voltemos então ao Ministério da Saúde, que é o meu lugar de fala.
Para ele, o presidente interino convidou um engenheiro e deputado federal do Partido Popular, Ricardo Barros, para ocupar o posto de ministro da Saúde.
Essa negociação político-partidária – que rifa o Ministério da Saúde – já havia de fato ocorrido também no governo Dilma, mas Marcelo Castro que teve um curto mandato, era um parlamentar médico e um ser humano extremamente decente.
Para começar, foi um dos únicos aliados da base governista que não traiu Dilma Roussef durante as votações do impeachment.
Além disso, deu suporte a todas as ações do DDAHV, prestigiando e celebrando suas conquistas e tendo uma postura ética com os funcionários, mesmo quando em eventual discordância técnica.
Ricardo Barros, por sua vez, já chegou anunciando que ia diminuir o SUS e incentivar o aumento de planos de saúde; se propôs a cortar os médicos cubanos do programa Mais Médicos; e passou a dar voz aos setores mais reacionários de minha categoria profissional.
Recentemente, em sua primeira missão internacional na Assembleia Mundial de Saúde da Organização Mundial da Saúde, na Suíça, seus assessores argumentaram que precisava viajar com uma delegação menor – provável justificativa para a ausência da diretoria do DDAHV na delegação, apesar de estarem sendo votadas as estratégias quinquenais de DST, AIDS e hepatites virais – mas sua esposa, inexplicavelmente, compôs a delegação oficial.
E mais, em onze dias após a  sua posse – no dia 24 de maio de 2016 –, houve a nomeação apenas da Secretaria Executiva: o coração político e de gestão do dinheiro do Ministério.
Apesar das gravíssimas epidemias de zika, dengue, chikungunha e H1N1 não houve, até o momento (agora 13 dias após a posse), nomeação de nenhum outro secretário, nem mesmo para a Secretaria de Vigilância em Saúde, responsável pelo controle dessas epidemias.
O único nomeado até agora, foi o ex-secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi, promovido a secretário-executivo, que é a mesma coisa que ser um vice-Ministro.
Desde então ele tornou-se responsável pelo manejo da maior fatia do orçamento do Ministério da Saúde.
Já não era tarefa fácil suportar os desmandos de Nardi  durante este último ano de minha gestão – pelo constante assédio moral dirigido aos trabalhadores do SUS; pela arrogância de, mesmo sem formação adequada, ou sensibilidade necessária, portar-se como se fora um  profundo conhecedor de um campo tão vasto quanto a Vigilância em Saúde; e pela deselegância, no trabalho; de seu constante uso de gritos e xingamentos, por vezes destinados a funcionários de menor posição.
Conduta evidentemente inadequada  particularmente a alguém que ocupa cargo tão relevante no serviço público, e que está à frente de um setor que prima, entre outras coisas, pela promoção dos Direitos Humanos.
Há hoje incontáveis exemplos de suas frases memoráveis circulando pelos corredores do Ministério da Saúde.
Em uma das reuniões do Colegiado de Diretores da SVS, contrariado com um dos Diretores que buscou apoio do Gabinete do Ministro para solucionar um problema que ele  se negou a resolver,  bateu na mesa e com uma palavra de baixo calão, se disse o dono da SVS para espanto de todos.
Essas posturas inadequadas, no entanto, são detalhes, diante de seu mais recente arroubo de truculência.
Enquanto o ministro estava em Genebra, Nardi, atuando interinamente, despachou um documento PROIBINDO a participação do diretor ou de qualquer outro funcionário, consultor ou colaborador do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde no Encontro de Alto Nível das Nações Unidas em HIV/AIDS, que será realizado entre os dias 8 e 10 de junho, em Nova York.
Trata-se de um importante encontro  sobre  AIDS, e sobre o que fazer para garantir o controle da epidemia de AIDS até 2030, meta dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, do qual o Brasil é signatário.
Em 31 anos de existência formal da resposta brasileira à epidemia de AIDS, essa será a primeira ausência dos técnicos que trabalham com o tema em um fórum tão crucial, se esta sandice prosperar.
Os ataques de Antônio Nardi à política brasileira de DST, de AIDS e de Hepatites Virais foram incontáveis ao longo desse último ano, no entanto, até o presente momento, eram sempre superados através da intercessão da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde ou do próprio gabinete do Ministro.
Por esse motivo, muitas dessas tentativas de ataque e retrocessos passaram quase que imperceptíveis aos que estão de fora do Ministério da Saúde, mas foram motivos para muito desgaste, stress e desânimo por parte da equipe à frente do Departamento.
Portanto, diante desse governo provisório lamentável e conservador – e diante desse ministro da Saúde e de seu secretário executivo – e especialmente diante dos mais recentes ataques à independência e autonomia técnica que sempre gozei ante meu trabalho com os quatro Ministros que trabalhei anteriormente, infelizmente me dou conta de que resistir de dentro do DDAHV, neste governo provisório,  não será mais possível.
Certamente, continuarei a defender o SUS que ajudei a construir (ainda como parte do Movimento da Reforma Sanitária) nos anos 1980, com tantos companheiros e companheiras de luta e, com certeza, jamais deixarei de combater as infecções sexualmente transmissíveis, a AIDS e as hepatites virais; e a lutar pela vida das pessoas que dependem dessas políticas públicas.
Enquanto estiver vivo, dedicarei a minha vida para a promoção dos Direitos Humanos de homens e mulheres transexuais, bissexuais, gays e lésbicas, pessoas que usam drogas, profissionais do sexo, jovens, negros, indígenas, mulheres e às pessoas vivendo com HIV e aos portadores de hepatites virais e IST’s,  consistentemente com a minha história.
Estes são os irmãos de jornada aos quais tive orgulho de escolher para serem meus companheiros, amigos e cúmplices nessa estrada, e que são a expressão maior dos motivos que me levam a dedicar minha vida pessoal e profissional a essa causa.
Seguirei lutando a partir de outro endereço.
Não importa qual, mas não mais como diretor do Departamento que tive a honra de dirigir durante quase três anos.
Peço exoneração amanhã, dia 27 de maio de 2016, torcendo para que essa política do Estado Brasileiro seja preservada por quem quer que assuma esta diretoria, e enquanto durar esse governo provisório.
Sigo no Departamento até a publicação de minha exoneração no Diário Oficial da União, e sigo na luta pelo SUS com o qual sonhamos, onde quer que eu esteja.
Por fim, agradeço a todos aos funcionários e agregados do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais por seu trabalho incansável e militante; aos trabalhadores e trabalhadoras da SVS e do Ministério da Saúde que dedicam suas vidas à construção do SUS; a todos (as) os (as) pesquisadores (as) e profissionais de saúde que trabalham no tema no Brasil, com destaque à Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), à Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) e à Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT).
Agradeço à sociedade civil organizada, incluindo todas as entidades de pessoas vivendo com HIV, pessoas vivendo com Hepatites Virais, jovens, mulheres, negros, indígenas, populações trans, de gays, lésbicas e bissexuais, pessoas que usam drogas, profissionais do sexo e de varias outras organizações que contribuíram de maneira destacada para o aprimoramento da luta por diretos humanos, pela diversidade e por um SUS de qualidade, inovador e baseado em evidências científicas.
Agradeço ainda à parceria sempre presente dos (as) colegas do Itamaraty, de agências da ONU como a OMS, UNAIDS, UNICEF, UNFPA, UNESCO, UNODC, PNUD, ONU Mulheres, Banco Mundial dentre outras, bem como às agências bilaterias como o CDC dos Estados Unidos da América.
Agradeço ainda a todos (as) os (as) coordenadores (as) municipais e estaduais de DST, Hepatites Virais e HIV/AIDS de todo o país por seu compromisso com as causas comuns e alinhamento com o DDAHV.
Parafraseando Darci Ribeiro “eu sinto de não ter sido vitorioso em todas as minhas causas, mas os fracassos são minhas vitórias e eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”.
Fábio Mesquita
Médico – Doutor em Saúde Pública
Militante do SUS

http://www.viomundo.com.br/denuncias/diretor-do-ministerio-da-saude-se-demite-atirando-contra-ministro-ricardo-barros.html

quinta-feira, 26 de maio de 2016



A PM está ‘terceirizando’ a desocupação das escolas e a 1ª vítima fatal pode ter surgido. Por Mauro Donato

A estudante Rayzza Ribeiro
A estudante Rayzza Ribeiro

Desgastada perante a opinião pública após os episódios de espancamento em estudantes adolescentes e menores de idade, a polícia mudou de estratégia e passou a ‘terceirizar’ as tarefas de desocupações e reintegrações de posse de escolas. Desde o final do ano passado, vem encomendando a ação para milicianos e policiais à paisana, juntamente com um ou outro aluno, pai e diretor descontente.
Com ajuda da mídia viciada, a população é induzida a acreditar que trata-se de alunos aplicados que desejam ter aulas e que a maioria estaria contra as ocupações. Não são, são criminosos que vem ameaçando, agredindo e que podem ter feito sua primeira vitima fatal.
A estudante Rayzza Ribeiro, de 21 anos, era ativista em uma ocupação na escola Miguel Couto. Após uma festa na escola no domingo, foi até o ponto de ônibus e não havia mais sido vista. Foi encontrada morta, na segunda-feira (dia 23). Seu corpo estava carbonizado na estrada do Chaparral, na região dos Lagos (RJ). Para o delegado responsável pelo caso, Jorge Veloso, ainda não é possível declarar o que causou a morte da menina, mas o estado em que o corpo foi encontrado deixa claro que a intenção era dificultar o reconhecimento.
Consternada, a mãe de Rayzza afirmou que pediu para que não fosse. “Cheguei a falar para ela não ir ao evento por todos os problemas que estão acontecendo”. Que problemas? Bem, os casos de perseguição a estudantes ativistas de ocupações estão tomando uma proporção assustadora e que remonta ao piores momentos da ditadura. Em todos os estados onde elas ocorrem.
Em São Paulo, T.C.R. não dorme mais em paz. Ela é mãe de um estudante que tem participado das ocupações a escolas e que é vítima de uma perseguição aterradora. Ela estava assistindo a TV no ano passado quando viu seu filho ser preso e agredido por um policial, ao vivo. Revoltada, foi até a delegacia para denunciar o PM mas quem acabou fichado foi seu filho, por desacato. Desde então, acabou a paz.
“Na noite da ocupação ao Centro Paula Souza, policiais foram até a casa do meu filho. Por sorte ele não estava lá. Depois foram até a escola onde ele estuda e enquadraram alguns alunos. Colegas disseram que os policiais estavam com a foto do meu filho no celular, estavam procurando por ele. Estão perseguindo ele desde as ocupações do ano passado, uma perseguição constante. Essa não é a primeira vez que fazem isso”, conta.
“A polícia já entrou armada com fuzil na casa dele, sem um mandado judicial de busca. Já relatei isso na Comissão Interamericana de Direitos Humanos e vou denunciar o que está ocorrendo agora de novo porque eles me pediram que eu avisasse imediatamente caso sofresse alguma repressão ou se meu filho sofresse perseguição. E já é a segunda vez que vão até a casa de meu filho, armados.”
O menor G.M.B. (16 anos) também tem um relato contundente. Foi detido em uma manifestação no mês passado, algumas semanas antes da ocupação do Centro Paula Souza. “Eles vieram pra cima de mim. Me prenderam e levaram para a DP da avenida Rio Branco. Disseram ter puxado meu nome e que eu era fugitivo da FEBEM (Fundação Casa), que precisavam saber de qual Febem eu era, de onde tinha fugido. Minha mãe chegou logo depois mas daí me colocaram numa viatura com quatro policiais e começaram a andar comigo. Começou às 17:00 e só fui liberado às 22:30. Todo esse tempo no porta-malas, sem poder beber água, nada”.
“Levaram-me primeiro na Febem do Belém. Não encontraram nada. Levaram-me então para a do Brás e depois na Mooca. Não tinha absolutamente nada. Na viatura ficavam me ameaçando: ‘quando a gente acabar vou te dar um pau’. Diziam que iriam me encher de cascudo por estar fazendo eles andarem tanto, me chamavam de macaco. Um deles falou que iria entrar comigo numa Febem e que lá ele poderia me bater. Toda hora ficavam mostrando fotos minhas que tinham feito durante o protesto. Quando voltei, minha mãe ainda estava me esperando. Para ela, disseram que tinham me levado fazer exame de corpo delito. Não quero passar por aquilo nunca mais.”
Os relatos de perseguição têm se multiplicado entre os jovens. Essa perseguição da polícia é agora acrescida das ações comandadas por milícias. A nova tática foi facilmente constatada quando, há algumas semanas, o governador Geraldo Alckmin visitou a favela de Paraisópolis e ‘conversou’ com três ou quatro alunos contrários a uma ocupação na escola Basilides de Godoy e com um líder da comunidade.
Pouco depois, os alunos passaram a sofrer pressão psicológica devido a ameaças de que o PCC invadiria a escola para tirar os ocupantes na base da força. Isso ocorreu alguns dias depois deixando feridos, mas se eram da facção ou não, só Marcola pra responder. Na escola Mendes (RJ) a desocupação também se deu de forma semelhante e estudantes que ocupam os colégios Central do Brasil e Cairu, no Méier, dizem estar sofrendo ameaças diárias.
“Com certeza haverá uma perseguição e criminalização muito pesada a esses jovens, tanto administrativamente nas escolas, quanto tentativas de responsabilização dos pais. Tudo que as autoridades puderem imputar, de forma ilegal, pra pressionar os estudantes e desmobilizá-los e reprimi-los eles vão fazer”, declarou profeticamente há alguns meses uma advogada que acompanha os estudantes e que, também ela, preferiu não se identificar.
Casos graves estão ocorrendo em Goiás, Rio (onde até pitbull é usado) e São Paulo e já estavam sendo relatados aqui no DCM. Agora surgiu um cadáver. A sociedade vai esperar mais um?
 
 
 
 
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).

quarta-feira, 25 de maio de 2016



Entrevista com o médico sanitarista Arthur Chioro
Por Cecília Bacha e Helio Carlos Mello, especial para o Jornalistas Livres

O médico Arthur Chioro, desde que saiu do Ministério da Saúde, assumiu seu vínculo junto à Universidade Federal de São Paulo, à Escola Paulista de Medicina, como professor do Departamento de Medicina Preventiva. Trabalha na área de política, planejamento e gestão, sua área de atuação, pesquisando os arranjos tecnológicos em hospitais públicos e na análise das políticas públicas de saúde e defesa do SUS.
Nessa manhã fria e chuvosa na cidade de São Paulo, o ex-ministro concedeu entrevista exclusiva aos Jornalistas Livres:
foto por Hélio Carlos Mello
foto por Hélio Carlos Mello
JL – Qual o seu envolvimento com o SUS?
AC – Total. Eu sou fruto do SUS. Eu participei, como aluno do sexto ano, da 8º Conferência Nacional de Saúde. Eu fiz residência durante um período em que se discutia, na Assembleia Nacional Constituinte, a produção do SUS. Terminei minha residência e fui trabalhar com o David Capistrano, em 1989, em Santos, na implantação da primeira leva de municípios já a partir dos novos marcos do SUS. Fui secretário de saúde de São Vicente aos 29 anos, em 1993. A minha vida profissional, como gestor, como professor e como pesquisador, sempre no SUS. É uma trajetória concomitante, vinculada, imbricada e implicada, comprometida com o Sistema Único de Saúde. Agora, junto com a Escola Nacional de Saúde pública , a ENSP, ligada a FIOCRUZ, nós estamos com uma linha de pesquisa sobre a relação público-privado, tentando entender mais essa relação que existe entre o setor privado e o setor público. Poucos sanitaristas, poucos defensores do SUS tem mergulhado para compreender melhor esses mecanismos.
JL – Esse conflito entre o privado e o público são os que mais aparecem lá no Ministério da Saúde?
AC – Ou que nem aparecem no discurso, tem uma dimensão subterrânea, às vezes ficam submersas. Eu vou dar um exemplo concreto: se faz toda a discussão do financiamento da saúde, do sub financiamento, da falta de recursos para a saúde. Você tem por um lado os que defendem a volta da CPMF como uma alternativa imediata, pronta, que poderia trazer recursos para a saúde, mas só a desoneração fiscal que é feita, a isenção que é dada no imposto de renda para quem tem recursos e que paga consulta particular, e só o Brasil é o país que faz isso, dando 100% de isenção, significaria um aporte de 22 bilhões de reais à mais ao ano. Seria colocar a mão na ferida, quer dizer, nós temos um sistema público para todo mundo, que é SUS, como é o sistema nacional de saúde inglês, você quer usar o privado, você pode usar, mas você não vai abater 100% no imposto de renda. No final das contas só quem está pagando é o trabalhador, é o assalariado indiretamente através de seus impostos e não tem como descontar. Então isso não aparece.
Aparece o tempo inteiro só reclamação, mas quem está financiando o sistema privado é o público onde ele desonera, quando ele deixa de recolher impostos, contribuições que poderiam vir para a base do sistema. Isso sem contar a taxação das grandes fortunas, das heranças que trariam recursos substantivos, e uma pequeníssima parcela, de 800 à 1200 brasileiros teriam capacidade de contribuir.
JL – Você esteve frente ao Ministério da Saúde entre 2014 e 2015, mais de um ano, quais foram as principais conquistas e dificuldades, qual panorama você faz desse período?
AC – Eu penso que de conquista nós tivemos a consolidação e a ampliação do programa Mais Médicos. Quando eu cheguei o ministro Padilha me passou o bastão do programa que ele criou com a presidenta Dilma. O Programa foi criado em agosto de 2013 e eu entrei em fevereiro de 2014. Então terminar a consolidação, fazer os ajustes me torna co partícipe do Programa Mais Médicos para o Brasil. Eu acho que nós tivemos um papel muito importante nas discussões das políticas de prevenção e promoção à saúde. Trazer à cena, por exemplo, o enfrentamento da epidemia de cesarianas, as discussões e as implicações que tem dessa transição nutricional que o Brasil fez saindo da desnutrição, e nesse sentido o governo Lula e o governo Dilma ajudaram muito, pois na hora que colocaram o salário mínimo real reajustado acima da inflação, quando implantou o bolsa família, quando fez um conjunto de políticas públicas, fez com que houvesse uma grande mobilização de classe e aumento de consumo. Só que alguns efeitos sobre a saúde tem sido deletérios, nós deixamos de ser um país de desnutridos e passamos a ser um país de obesos, com sobrepeso. Isso tem uma carga de doenças muito significativas, um problema de saúde pública. Então eu trouxe essa discussão, a discussão da reorganização da gestão, a pactuação da gestão, que foi uma questão que avançou muito. A gente conseguiu trabalhar de maneira muito importante para a repactuação de Estados e municípios em relação ao conjunto de prioridades. Eu diria que foi um período muito intenso em 20 meses de gestão, marcados pelo sub financiamento brutal, marcados por uma conjuntura eleitoral dificílima, porque peguei o ano da eleição, e depois foi o ano crítico do terceiro turno que foi imposto por essa agenda dessa direita golpista. Foi um período de grande turbulência política, o que não nos impediu de ouvir muito o Conselho Nacional de Saúde, de avançar no diálogo com os movimentos sociais. Eu diria que uma outra coisa importantíssima, que é um legado da nossa participação no Ministério, foi a reconfiguração das políticas de desenvolvimento produtivo, as chamadas PDPs. Nós fizemos toda uma reconfiguração dessa política hesitosa de valorização do poder de compra pública, da reafirmação dos laboratórios públicos. Cercamos de maneira muito substantiva, muito qualificada, ouvindo o setor empresarial, os laboratórios públicos, as universidades e fizemos um grande aprimoramento desse processo. Foi uma grande contribuição. Reordenamos uma política para órteses e próteses.
JL – Como você vê a PEC 143, que desonera obrigações de municípios e Estado, que passou em primeiro turno no Senado e vai à Câmara agora?
AC – Com enorme preocupação. Em tese ela pode retirar em torno de 44 à 65 bilhões de reais no próximo ano do sistema público de saúde, das três esferas de governo, ou seja, num sistema que precisaria para funcionar de maneira qualificada de pelo menos 55 bilhões à mais. Retirar esses valores seria decretar a morte. Na prática eu vejo algum grau de dificuldade na sua aplicação, pois mesmo que seja aprovada, os Estados que tenham ficados no limite constitucional dos 12%, esses vão regredir rapidamente. O Estado de São Paulo, não tenho dúvida nenhuma, ele vai meter um corte linear para todo mundo, diminui a oferta e pronto, ajusta. O grande problema serão os municípios executarem, pois ao mesmo tempo que estão fortemente impactados com a crise econômica, com a diminuição da arrecadação pública, os municípios são aqueles que historicamente foram ampliando, ampliando suas contribuições e muitos hoje já aplicam mais de 25%, quando o limite constitucional deveria ser de 15%. Limite, não é teto, de 15% para cima. Muitos já passaram dos 30% ou 36%. E por que eles passaram e não ficaram no limite dos Estados, dos 12% ? Porque é no município que a pressão está no cotidiano. O cidadão cobra do vereador, cobra do prefeito. É muito difícil para um prefeito lidar com a pressão social, por isso que um dos princípios do SUS é a descentralização para transferir para o nível local o máximo possível da responsabilidade pela execução, e pela possibilidade de controle social. A municipalização é uma estratégia central do processo de descentralização do SUS. Agora me preocupa demais em relação aos governos estaduais, em particular o governo de São Paulo, porque para eles fechar ou mandar um corte de 25% num hospital de porta fechada, como a gente chama, que não tem pronto socorro, que a demanda só entra pela central de regulação, é muito simples, basta ofertar 25% a menos. A fila vai ficar aonde? Vai ficar nos municípios, nas unidades básicas. Vai ficar a conta para a população que depende do Sistema Único de Saúde. É muito preocupante. Assim como me preocupa muito a PEC 451, que tem sido falada pouco, e que foi apresentada por Eduardo Cunha.
foto por Hélio Carlos Mello
foto por Hélio Carlos Mello
Nessa PEC, e aqui é importante notar que uma PEC é aprovada por dois terços dos deputados e não cabe ao presidente veto, Eduardo Cunha, com a malandragem que lhe é característica, com a desfaçatez que lhe é típica, ele propôs uma mudança no artigo 7º da Constituição, inserindo novo inciso que obriga todos os empregadores a garantirem aos seus empregados serviços de assistência à saúde. Sugere a palavra plano de saúde. Se isso for aprovado, todos os trabalhadores assalariados, urbanos e rurais obrigatoriamente passarão para o mercado de saúde suplementar, passarão para as operadoras de planos de saúde. Ou seja, o SUS voltará a ser o que era no passado, um sistema público para os pobres, àqueles totalmente desprovidos de qualquer relação de formalização do mercado de trabalho. O SUS passa a ser o sistema dos indigentes. A gente já sabe aonde é que isso vai dar, não é? Eu acho que essa é uma grande ameaça ao Sistema Único de Saúde e está aí a ponto de ser votada.
Olha, deixa eu lhes contar uma coisa para vocês verem como o Eduardo Cunha, esse facínora, esse psicopata, aliás psicopata não, eu estaria denegrindo a imagem das pessoas que tem transtorno mental, melhor dizer essa criatura abjeta da sociedade brasileira, lhes contar como ele opera: quando eu era ministro da saúde, apareceu no meio de uma medida provisória, daquelas que estavam nos prazos finais, ultra finais, uma medida que só falava de taxas alfandegárias, uma medida evidentemente da Fazenda, que só lidava com essas questões, percentuais de cobrança, etc. No meio disso: ele isentava do pagamento das multas todas as operadoras de planos de saúde até seis meses antes da vigência da medida provisória. Quando a gente analisou isso, simplesmente isso legalizava um calote de quatro bilhões e meio de reais das operadoras de planos de saúde. E qual era o problema? Uma grande manobra estava sendo articulada.
Eu comuniquei a Presidenta Dilma, assim que descobri, e ela convocou o líder do governo, Humberto Costa. Explicamos para ele o que estava acontecendo e combinamos, que por orientação do governo o Senado iria aprovar a emenda, e a Presidenta vetou, pois medida provisória se pode vetar.
JL – Quem tem plano de saúde deve ter direito ao SUS? Como solucionar essa relação que as vezes é considerada injusta?
AC – A nossa Constituição garante a universalidade, então nós temos que pensar o SUS para 204 milhões de brasileiros. Em muitas coisas tem gente que usa o SUS, mesmo sem saber que usa o Sistema. Vou lhes dar alguns exemplos: todo sangue que é processado e tal, ele é público. Toda lista de transplante, a captação de órgãos, são feitas pelo Sistema. A Constituição não permite a comercialização de sangue e hemoderivados.
Se você cair no meio da rua, vítima de um infarto, vão chamar o SAMU. Quando você entra em um restaurante para comer, quem garante que aquele restaurante tem condições de funcionar é a vigilância sanitária, que é do SUS. Quando você está usando o esmalte, um shampoo, comendo um alimento industrializado, tomando um medicamento, usando uma água sanitária ou um agrotóxico, tem a vigilância sanitária agindo ali no registro, na aprovação. Quando você tem a formação dos recursos humanos para a área da saúde e você está dentro de uma universidade federal, que é pública e forma 700 residentes por ano para o SUS.
O que acaba acontecendo? Se você, por algum motivo precisa ser atendido por um serviço do Sistema Único e você tem plano de saúde, e nossa Constituição garantiu essa característica dual, tendo o SUS e a livre iniciativa privada na saúde, foi criado a figura do ressarcimento ao SUS. Ela não funcionou desde o ano em que foi criada, 2000, mas em 2011 e 2012 o ministro Padilha fez algumas modificações importantes. Em 2014 e 2015 já aumentou muito a arrecadação e isso precisa ser aperfeiçoado , praticamente para as situações de urgência.
foto por Hélio Carlos Mello
foto por Hélio Carlos Mello
O último levantamento que eu fiz quando era ministro, 69% dos atendimentos das internações feitas no SUS para clientes de planos de saúde fora na área de urgência/emergência e principalmente para parto normal. A mulher hoje que quer ter um neném por parto normal e que tem plano se saúde, e vejam que ironia do destino, ela tem que ir ao SUS. Agora também é verdade que nós fazemos 97% das hemodiálises, 99% dos transplantes. Então quando fica mais caro medicamentos de alto custo e atendimento de alta complexidade, a classe média que tem plano de saúde corre para as ilhas de excelência do Sistema Único de Saúde, e isso é uma injustiça. Ou vamos apostar todo mundo para ter um sistema grande e de grande qualidade, certo, ou espera lá, cada um que siga sua opção.
JL – Arthur, você falou do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) e a Farmácia Popular, que são dois programas mais citados que terão cortes esse ano. Ainda cabem esses planos no orçamento do Ministério da Saúde?
AC – Não tem a mínima chance de não caber. Eu participei da criação do SAMU. Hoje o Serviço tem uma cobertura nacional, salva a vida das pessoas. Não faz o mínimo sentido deixar sem lastro de cobertura o SAMU, até porque nós deixamos o orçamento previsto para isso. Se o Congresso Nacional cortou para caber as emendas parlamentares impositivas, emendas que são discutidas de forma desarticulada com as prioridades do SUS, e preciso dizer aqui que o Brasil é o único país do mundo em que o poder legislativo determina o que o executivo, um pedaço do orçamento do executivo é executado por outro poder. Parem para pensar nisso. Só que ele executa desarticulado do plano municipal, do plano regional, do plano estadual de saúde. Eu não vejo nenhum sentido nisso. É uma maneira de ameaçar.
Por que que pegam o SAMU e a Farmácia Popular? Porque são os dois programas melhor avaliados pela população brasileira. Logo depois vem o Brasil Sorridente e agora o Mais Médicos, que é um sucesso. Então chamá-los para a discussão dos cortes é colocar a faca no pescoço da população brasileira dizendo que o governo foi imprevidente. Posso responder pelo período em que fui ministro. Eu tinha já identificado a deficiência orçamentária, dialoguei muito com Ricardo Barros, fiz muitas reuniões com ele. Eu ministro e ele deputado, mostrando aonde precisava de ampliar o orçamento, aonde o Congresso teria que aumentar os recursos. Agora ele tem a responsabilidade de manter e ampliar o SUS e não diminuí-lo , colocando a conta para todos pagarem.
JL – Na entrevista que Ricardo Barros deu à Folha de São Paulo, a repórter perguntou sobre os conflitos de interesses que envolvem a indústria da saúde e as especialidades médicas. Que conflitos são esses? A que Ricardo Barros se opõe?
AC – Ele não se opõe à nada. Ele está fazendo um discurso. A cada local que ele vai está fazendo um discurso, de manhã é um, de tarde é outro. Ele soltou uma pérola para nós que somos da área médica, dizendo que irão rever todos os protocolos e diretrizes, e falou isso no meio de especialistas, porque?
Porque boa parte desses especialistas são financiados por suas pesquisas, seus interesses, são financiados pela indústria, e tem desejo não de economizar no protocolo, mas de substituir pelas drogas novas que são mais caras. Deu para entender? Peguem a hipertensão arterial como exemplo: o Ministério reúne todos os especialistas , os professores universitários, etc, e faz uma diretriz para isso. Nós começamos um tratamento com os remédios mais eficientes e mais baratos. Se não funcionar, substituímos, e claro que esses medicamentos mais especializados são mais caros, a relação custo/efetividade. As diretrizes clínicas tem que ser atualizadas de tempos em tempos porque os medicamentos mais modernos e eficazes vão sendo descobertos, mas sempre temos que analisar custos e efetividade, pois temos que garantir substâncias para 30 milhões de hipertensos, 12 milhões de diabéticos. Mesmo quando são doenças raras isso deve ser analisado. Temos que ser muito criteriosos nesse processo.
Se você lança mão entregar a determinados especialistas, que ao invés de trabalhar com critérios científicos e republicanos, eles passam a atender interesses de certos segmentos da indústria, você abre espaço para enorme manipulação, e não só não há diminuição, mas um aumento de custos. Por que? Porque vamos comprar os remédios mais caros, incorporá-los. Muitas vezes nós não incorporamos um medicamento não porque ele não é bom, mas porque seu custo não é sustentável e capaz de colocá-lo em funcionamento. Vou dar o exemplo da vacina do HPV. Nós só introduzimos a vacina no calendário de imunização em 2014 quando conseguimos garanti-la como direito, pois não adianta dar uma vez e não fornecer mais, temos que garantir todos os anos, para todas as meninas, mulheres. Nós tínhamos que ter uma vacina segura e de qualidade, com um custo que fosse adequado à realidade. Até então o custo era impossível para introduzi-la no país. Quando você está sujeito a muitos interesses econômicos, empresariais e lobbys, caímos num risco de completa inviabilização do sistema. Não é que eu seja contrário à revisão das diretrizes, mas elas tem de ser feitas com critérios republicanos, técnicos e qualificados.
JL – Vamos voltar ao Programa Mais Médicos (PMM). As últimas pesquisas dizem que o Programa tem 70% de aprovação. Você acha que o PMM corre riscos?
AC – Setenta por cento no questionamento geral, mas se você for perguntar para os usuários, para os 63 milhões de brasileiros, a aprovação supera 90%. Aí tem os opositores políticos, juntos, dando 70% de aprovação. Mas creio que o Programa está em risco porque esse governo ilegítimo, esse governo do usurpador Michel Temer, ele estruturou um golpe com fortíssimo apoio dos principais adversários do Programa Mais Médicos, que são as entidades médicas. Que não só aderiram, mas financiaram, apoiaram. E estarão agora cobrando a cota. Há uma ação deliberada, e não há nenhuma novidade nisso, de total oposição ao governo da presidenta Dilma, ao PT e agora ao Programa Mais Médicos.
Só quero saber o seguinte: quando foi implantado o PMM, os prefeitos de todos os partidos aderiram, porque o Programa nunca foi obrigado. Para o município participar o prefeito e o secretário de saúde tem que pedir adesão. Quando a gente analisa a adesão partidária, os prefeitos de todos os partidos aderiram, inclusive os do DEM, PSDB e do PMDB. Os golpistas.
Então eu só quero saber o seguinte, o que eles vão fazer agora? Eles vão dizer para a população deles que ele vão voltar atrás? Para os 63 milhões de brasileiros, os mais vulneráveis, os que nunca puderam contar a atenção básica, com uma equipe de saúde da família, com médicos.
Vão dizer que agora vai deixar de ter médico porque a elite brasileira médica está exigindo como pagamento ao apoio ao golpe que isso seja feito? Eu acho complicado.
foto por Hélio Carlos Mello
foto por Hélio Carlos Mello
JL- O que pode acontecer?
AC – O que pode acontecer é ficarem quietos. Em primeiro lugar não abrir mais as faculdades de medicinas previstas. Depois não mudar a residência médica para formar médicos de família, médicos que a população necessita. E em terceiro lugar ficarem esperando os médicos saírem e forçado com Cuba uma situação de beligerância para poder criar uma situação que o Programa vai acabar. Eles dizem vão transformar o Programa num programa de médicos brasileiros. Me lembro que quando eu saí do ministério contávamos com apenas 29% de médicos brasileiros.
JL- Qual panorama você faz da saúde especial indígena, dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) ?
AC – Eu vejo com muita preocupação, porque com o PMM todos os DSEIs passaram a contar com equipes médicas completas. É a primeira vez que isso acontece. Isso me preocupa muito, pois há uma especificidade em lidar com a saúde indígena que é a dimensão cultural, a relação com os caciques e pajés, com os conselhos distritais indígenas que tem uma forte representatividade. Penso que o grau de enfrentamento vai ser muito grande. Me preocupa porque os índios tem os piores indicadores de saúde do Brasil, como mortalidade infantil e tuberculose, entre outros. E agora que nós conseguimos estruturar uma estratégia de cuidados.
Foi a primeira vez que conseguimos ter, em 516 anos de história oficial, os 34 distritos sanitários com equipes completas. Então imagine o tamanho do retrocesso pois, fundamentalmente, são os médicos cubanos, entre poucos brasileiros, que estão nos lugares de mais difícil acesso.
Então é exatamente onde os brasileiros mais precisam, na sua situação de maior vulnerabilidade, vão voltar a ser os mais prejudicados, quando a gente vinha encontrando resultados e soluções.
Dr. Ariel Navarro, médico cubano atendendo em uma aldeia no Xingu – foto por Hélio Carlos Mello
JL- Hoje é dia nacional da luta antimanicomial, qual a sua preocupação com a saúde mental?
AC – Um retrocesso pelo que representam as forças políticas em torno dos golpistas, pelo papel que o Osmar Terra, um grande adversário da reforma psiquiátrica, exercerá agora como Ministro do Desenvolvimento Social e Agrário , e pela própria posição conservadora de Ricardo Barros. Nós temos uma lei federal que disciplina a reforma psiquiátrica, que produz com que o Brasil trabalhe na perspectiva de deixar de ser um país com leitos psiquiátricos em manicômios, para ter uma estrutura comunitária, uma estruturara substitutiva, com leitos em hospital geral e fundamentalmente as CAPES, tratando as pessoas em liberdade, com dignidade, com respeito aos direitos humanos. Me parece que essa é uma pauta exatamente contrária ao que esse aglomerado pensa. Porque se trata de trabalhar o transtorno mental numa perspectiva não de uma doença, de uma enfermidade, mas acima de tudo na discussão da cidadania, da inclusão social, do cuidado ao transtorno mental naturalmente, mas num cuidado que é feito também nessa perspectiva.
Na medida que ele voltar a ser só diagnóstico e que as forças mais conservadoras, que já começaram a ocupar a coordenação de saúde mental na gestão de Marcelo Castro, vejo com muita preocupação a guinada dos setores evangélicos, religiosos, que exploram as comunidades terapêuticas, numa guinada conservadora na política de álcool e droga, que a gente vinha caminhando a passos largos. É um trabalho difícil, desafiador, mas eu vejo grandes possibilidades de retrocessos.
Na verdade as grandes conquistas que nós fizemos no SUS, que é a ampliação de acesso, inclusão, equidade para olhar para quem é mais vulnerável nos setores mais sensíveis, para uma perspectiva que saúde não é só tratar da doença, mas é promover saúde, promover dignidade, é lutar por mais democracia, por mais respeito e dignidade. Atos como lidar com serviços de urgência do SUS, o SAMU, as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) para que façam parte da rede de notificações de violência contra a mulher ou acidentes e doenças do trabalho. São ações que só quem pensa políticas inter setoriais pode perceber a importância que elas tem. Para mexer em questões estruturais como por exemplo as políticas de gênero ou as questões que estão relacionadas ao enfrentamento com a violência no trabalho.
Então eu acho estamos correndo um risco sim porque a democracia no Brasil está em risco, porque a luta pelos direitos humanos está em risco e o SUS é uma política solidária, generosa e democrática pelo seus próprios princípios. Uma política pública que é universal, integral, que privilegia a dimensão da equidade. E uma questão que é de natureza constitutiva do SUS que é o controle social, a democratização da gestão, da transparência.
Me espanta ver um ministro, ainda que interino, de um governo usurpador, portanto não legítimo. Eu me recuso a aceitar Ricardo Barros um ministro da saúde legítimo. Eu posso não concordar com que o Marcelo Castro dizia, eu posso achar que ele pisou na bola na condução da questão do Zika Vírus, posso achar que ele foi um desastre, um retrocesso do ponto de vista da saúde mental, mas em hipótese alguma eu posso dizer que ele era ilegítimo. Ele foi escolhido por uma Presidenta eleita pelo voto popular.
Dizer por exemplo que vai controlar fraudes e que o problema do cartão SUS é o excesso de números de cartões é falar sem ter o mínimo de conhecimento do que se fala, pois não existe essa possibilidade da tripla cobrança. Ele não conseguiu entender que se a pessoa tem 2 ou três cartões, todos eles se referem ao mesmo número, ao mesmo CPF.
JL – Que críticas você tem ao governo Dilma Roussef?
AC – As críticas que eu faço aos governos Dilma também cabem aos governos Lula e talvez elas sejam as coisas mais importantes para explicar o que a gente está vivendo hoje. É que não ousaram fazer as reformas as reformas que o Brasil precisava.
Dilma não ousou fazer a reforma tributária, não ousou fazer a reforma política, não ousou fazer a reforma tributária, não ousou fazer a reforma dos meios de comunicação, a democratização dos meios de comunicação e hoje paga um altíssimo preço. Não ousou fazer a reforma do Estado.
A gente fala mal da reforma Bresser, mas nós somos governo há 13 anos e nós ficamos presos ao mesmo desenho da administração pública do decreto 300 de 1967. A estrutura do Estado brasileiro, com pequenas modificações impostas pela reforma Bresser. Ela é a mesma imposta pela ditadura para tocar o Estado patrimonialista, clientelista, que favorece o setor privado.
Nós tivemos 13 anos de governo e não ousamos enfrentar essa agenda. Eu hoje tenho clareza, eu preferia ter ficado menos tempo no poder e ter feito reformas mais profundas. Quando a inclusão não se dá por valores, não se dá promoção de direitos, mas por inclusão ao consumo, ela acaba resultando muito provavelmente numa aliança e numa sustentação a projetos da direita, a projetos anti democráticos, como a situação que estamos vivendo hoje.
Eu não tenho nenhuma mágoa da Presidenta Dilma. Compreendo e convivi com ela durante 20 meses em que fui ministro. Ela é uma pessoa extremamente honesta, séria, inteligentíssima, difícil de conviver, muito dura, muito auto- suficiente, mas eu não tive muitas dificuldades, e as que tive sempre fui ouvido por ela. Eu diria que o grande problema não é de ordem pessoal, mas pagamos o preço da não ousadia e de achar que produzir uma nova classe média nos levaria ao paraíso. A classe média foi ao paraíso e não consegue sequer ter a dimensão das políticas públicas e ao mesmo tempo cai no discurso da Rede Globo.
JL – Muito obrigado

terça-feira, 24 de maio de 2016



Um Lugar do Caralho
Júpiter Maçã

 

Eu preciso encontrar
Um lugar legal pra mim dançar
E me escabelar

Tem que ter um som legal
Tem que ter gente legal e ter
Cerveja barata.

Um lugar onde as pessoas sejam mesmo a fudê,
Um lugar onde as pessoas sejam loucas
E super chapadas
Um lugar do caralho

Sozinho pelas ruas de
São Paulo eu quero achar alguém pra mim,
Um alguém tipo assim:

Que goste de beber e falar
LSD queira tomar e curta,
Syd Barrett e os Beatles

Um lugar e um alguém que tornarão-me mais feliz
Um lugar onde as pessoas sejam loucas
e super chapadas
Um lugar do caralho

Sozinho pelas ruas de
São Paulo eu quero achar alguém pra mim,
Um alguém tipo assim:

Que goste de beber e falar
LSD queira tomar e curta,
Syd Barrett e os Beatles

Um lugar e um alguém que tornarão-me mais feliz
Um lugar onde as pessoas sejam loucas
e super chapadas
Um lugar do caralho
http://jornalggn.com.br/fora-pauta/a-minha-liberdade-custou-sangue

A minha liberdade custou sangue


Enviado por Implacável
Do Blog RodaMundo
O excelente samba protestando contra o governo interino de Michel Temer.
Participações de vários artistas importantes do samba e personalidades.

AGORA SIM!!!! VAMOS COLOCAR OS PINGOS NOS iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii



PSDB diz que PSDB mencionado por Jucá não é ele



Jornal GGN - O PSDB citado não é o PSDB, diz o PSDB em nota. Isso significa que o que o Jucá falou em áudio divulgado hoje não representa o partido. O senador e agora ministro licenciado sugere, na conversa, que se trave a investigação da operação Lava Jato e cita quatro senadores do partido. Daí o motivo do PSDB soltar nota avisando que, mesmo citando quatro, não existe qualquer acusação contra parlamentares na conversa.
A nota que desmente os áudios saiu no Estadão online, nesta tarde. A assessoria do presidente do PSDB, senador Aécio Neves e candidato derrotado às eleições de 2014 para a presidência, e também citado na conversa entre Jucá e o presidente da Trasnpetro, Sérgio Machado, avisa que "não existe nos diálogos nenhuma acusação ao PSDB e aos senadores citados".
Quatro senadores foram citados, mas o senador Aécio Neves o foi por quatro vezes neste diálogo. Segundo Jucá, a ficha dos tucanos caiu, percebendo que a investigação alcançaria a todos. Disse também que Aécio seria o primeiro a ser "comido".
Machado, da Transpetro, pergunta ao Jucá: "Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB..." E o PSDB retruca, na nota, minimizando esta referência ao senador, dizendo que a menção está relacionada ao apoio do PSDB à eleição de parlamentares do PMDB na presidência da Câmara e do Senado. Está na nota.
Quanto ao que se menciona sobre Aécio na presidência da Câmara dos Deputados, em 2001, é só sobre entendimento político pelo qual o PSDB apoiou o candidato do PMDB para presidente do Senado e o PMDB apoiou o candidato do PSDB para presidente da Câmara".
Na gravação revelada pela Folha, Jucá e Sérgio Machado vão longe na conversa. Jucá sugere a existência de um pacto para obstruir a Lava Jato e diz que é necessário "estancar a sangria". Sugere ainda que a solução para travar a operação se daria com o impeachment da presidente Dilma Rousseff e com Michel Temer assumindo a presidência. Jucá, como se sabe, é um dos principais aliados de Temer e o grande articulador do golpe.
A notícia no Estadão pode ser lida por este link: Em nota, PSDB diz que áudio de Jucá não traz acusações ao partido

segunda-feira, 23 de maio de 2016

GOLPE ----------- GOLPE --------------- GOLPE ----------- PARABÉNS COXINHADA!!!!!



Temer está tecnicamente morto depois das inconfidências de Jucá. Por Paulo Nogueira

 
Temer e Jucá com Delfim: rindo do quê?
Temer e Jucá com Delfim: rindo do quê?
O governo Temer, que já vinha se arrastando, está agora tecnicamente morto.
Não há salvação possível depois que veio a público, pela Folha, uma conversa entre o ministro Romero Jucá e um investigado na Lava Jato.
A conversa, numa linha, confirma o que já se sabia sobre o golpe: uma mulher honesta foi derrubada por homens corruptos.
A diferença, agora, é que isto foi claramente exposto por Jucá, um dos articuladores do impeachment e espécie de primeiro ministro de Temer.
O objetivo jamais foi combater a corrupção. Foi, sim, preservar corruptos como o próprio Jucá e tantos outros.
Não sobra ninguém da conversa. Temer, por exemplo, foi definido como “homem do Cunha”. (Abaixo, uma ilustração do grupo Jornalistas Livres que resume o escândalo.)
image
Em sua superior mediocridade, Temer passou uma vida inteira como como um figurante. Só foi notado pelos brasileiros quando apareceu com uma mulher que poderia ser sua neta. Agora, ele se consagra como o “homem do Cunha”.
Jucá cita também o Supremo como parte da trama. Afirma que esteve com vários ministros do STF para discutir o golpe.
Não os cita. Mas você pode deduzir facilmente que juízes militantes como Gilmar Mendes e Dias Toffoli falaram com Jucá.
Gilmar jamais fez questão de esconder sua militância. Numa cena infame, apareceu às vésperas do impeachment numa fotografia ao lado de Serra, e sequer ficou vermelho. Para ele, ficou natural ser um político desvairado com toga.
Nunca mais você verá uma sessão do STF da mesma forma, isto é certo. Aqueles senhores (e senhoras) circunspectos e com capas ridículas parecerão um bando de golpistas.
Rosa Weber há dias intimou Dilma a dizer por que ela anda chamando o golpe de golpe. Dilma pode entregar a Rosa uma cópia da conversa de Jucá.
Aécio também é citado na conversa: “Todo mundo conhece o esquema do PSDB.” Menos a mídia, talvez, que jamais tratou decentemente do assunto.
Isso permite ainda hoje a velhos demagogos como FHC, Serra e Aécio posarem de homens acima de qualquer suspeita e falarem de corrupção como se fosse alguma coisa da qual estivessem imaculadamente distantes.
A mídia também está lá na conversa gravada. Os barões da imprensa, está registrado, tinham todo o interesse em tirar Dilma.
Nenhuma novidade, mais uma vez. Colocar um presidente amigo, como Temer, daria às grandes empresas jornalísticas livre acesso ao dinheiro público, por meio de publicidade oficial, empréstimos do BNDES e outras mamatas que fizeram a fortuna bilionária dos Marinhos, dos Civitas e dos Frias.
A Folha, que participou ativamente da trama que derrubou Dilma, parece ter dado um golpe de mestre com esta história.
Enquanto a Globo descaradamente passou a praticar um jornalismo chapa branca, a Folha tenta mostrar que não tem rabo preso com ninguém, como disse seu marketing durante muitos anos.
É uma espécie de retorno aos últimos tempos da ditadura, quando a Folha pregava as diretas já e a Globo continuava a defender os militares.
Como a Globo vai-se sair dessa – se é que vai – é uma incógnita.
Quem, definitivamente, não tem como se livrar das consequências das inconfidências de Jucá é Temer, o Breve.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
 

sexta-feira, 20 de maio de 2016



Quando Você Crescer
Raul Seixas

 

O que que você quer ser quando você crescer?
Alguma coisa importante
Um cara muito brilhante
Quando você crescer
Não adianta, perguntas não valem nada
É sempre a mesma jogada
Um emprego e uma namorada
Quando você crescer
E cada vez é mais difícil
De vencer
Pra quem nasceu pra perder
Pra quem não é importante...
É bem melhor
Sonhar, do que conseguir
Ficar em vez de partir
Melhor uma esposa ao invés de uma amante
Uma casinha, um carro à prestação
Saber de cor a lição,
Que no
Que no bar não se cospe no chão, nego
Quando você crescer
Alguns amigos da mesma repartição
Durante o fim-de-semana
Você vai mais tarde pra cama
Quando você crescer
E no subúrbio, com flores na sua janela
Você sorri para ela
E dando um beijo lhe diz:
Felicidades
E uma casa pequenina
É amar uma menina
E não ligar pro que se diz
Belo casal que paga as contas direito
Bem comportado no leito
Mesmo que doa no peito
Sim...
Quando você crescer
E o futebol te faz pensar que no jogo
Você é muito importante
Pois o gol é o seu grande instante
Quando você crescer
Um cafézinho mostrando o filho pra vó
Sentindo o apoio dos pais
Achando que não está só
Quando você crescer
Quando você crescer
Quando você crescer
Tudo igual
Vai ser exatamente o mesmo


Carpinteiro do Universo
Raul Seixas

 

Carpinteiro do universo inteiro eu sou (2x)
Não sei por que nasci
Pra querer ajudar a querer consertar
O que não pode ser

Não sei, pois nasci para isso e aquilo.
E o enguiço de tanto querer
Carpinteiro do universo inteiro eu sou (2x)

Estou sempre
Pensando em aparar o cabelo de alguém
E sempre tentando mudar a direção do trem
À noite a luz do meu quarto eu não quero apagar
Pra que você não tropece na escada quando chegar

Carpinteiro do universo inteiro eu sou (2x)
Carpinteiro do universo inteiro eu sou (2x)

O meu egoísmo é tão egoísta
Que o auge do meu egoísmo é querer ajudar
Mas não sei por que nasci
Pra querer ajudar a querer consertar
O que não pode ser

Não sei, pois nasci para isso e aquilo.
E o enguiço de tanto querer
Carpinteiro do universo inteiro eu sou (2x)
Carpinteiro do universo inteiro eu sou, assim.
No final
Carpinteiro de mim

quinta-feira, 19 de maio de 2016



Brasil Com P
Gog

 

Pesquisa publicada prova:
Preferencialmente preto, pobre, prostituta
Pra polícia prender
Pare, pense, porque?
Prossigo,
Pelas periferia praticam perversidades: PMs!
Pelos palanques políticos prometem, prometem,
Pura palhaçada. Proveito próprio?
Praias, programas, piscinas, palmas...
Pra periferia? Pânico, pólvora, pápápá!
Primeira página.
Preço pago?
Pescoço, peito, pulmões perfurados.
Parece pouco?
Pedro Paulo,
Profissão: pedreiro,
Passa-tempo predileto: pandeiro,
Preso portanto pó, Passou pelos piores pesadelos.
Presídios, porões, problemas pessoais, psicológicos...
Perdeu parceiros, passado, presente,
País, parentes, principais pertences.
PC: político privilegiado
Preso, parecia piada.
Pagou propina pro plantão policial,
Passou pela porta principal.
Posso parecer psicopata,
Pivô pra perseguição,
Prevejo populares portanto pistolas,
Pronunciando palavrões,
Promotores públicos pedindo prisões...
Pecado, pena,
Prisão perpétua!

Palavras pronunciadas pelo profeta, periferia.

Próxima Parte:

Pelo presente pronunciamento,
pedimos punição para peixes pequenos,
poderosos pesos pesados.
Pedimos principalmente paixão pela pátria
prostituída pelos portugueses.
Prevenimos,posição parcial poderá provocar
protestos, paralisações, piquetes, pressão popular.
Preocupados?
Promovemos passeatas pacificas, palestras,
panfletamos.
Passamos perseguições, perigos por praça, palcos...
Protestávamos porque privatizaram portos,
pedágios... (precisamos produzir)... proibidos.
Policiais petulantes, pressionavam, pancadas,
pauladas, pontapés (precisamos produzir).
Pangarés pisoteando, postulavam prêmios, pura
pilantragem.
Padres, pastores, promoveram procissões
pedindo piedade,paciência para população.
Parábolas, profecias, prometiam pétalas,
paraíso, predominou predador.
Paramos, pensamos profundamente:
Porque pobre pesa plástico, papel, papelão,
pelo pingado,pela passagem, pelo pão?
Porque proliferam pragas, pestes pelo país?
Porque Presidente?
Pra Princesinha, Patricinha: Prestigio, Patrocinio,
Progresso, Patrimonios, Propriedade, Palacetes,
Porcelana, Pérolas, Perfumes, Plásticas, Plumas,
Paetés.
Porque Prossegue?
Pro Plebeu Predestinado: Pranto, Perfuracoes, Pesames,
Pulseira Pro Pulso, Pinga, Poeira, Pedradas, Pagar
Prestacao Por Prestacao, Parceiros Paraliticos,
Paraplégicos, Prostituicao.
Personalidades Publicas Podiam Pressionar, Permanecem
Paralizadas. Procedimento Padrao, Parabens! Peco
Permissao Pra Perguntar: Porque Pele Preta, Postura
Parda? Po Pensador, Pisou, Pior, Posou Pros Playboys,
Pra plateia. Peço Postura, Personalidade. Pros
Parceiros, Pras Parceiras.
Presidente, Palmares Proclama: Primeiro, Presenca
Popular Permanente. Proposta: Pente Por Pente, Pipoco
por Pipoco Paredao Pros Parisitas.

O Peso da Palavra- GOG Part. Zeca Baleiro e Higor Melo


POR POUCO O BONITÃO AÍ NÃO VIROU PREFEITO - É GALERA AQUI É ms - Se correr o bixo pega, se ficar o bicho comellllll



16/05/2016 18h13 - Atualizado em 17/05/2016 17h41

Giroto e empresários estão em cela para até 24 presos no Complexo Penal

Tratamento será igual a de outros presos
  • Marco Miatelo/Diário Digital
  • Os quatro presos na segunda fase da Operação Lama Asfáltica chegaram na tarde desta segunda-feira (16) ao Centro de Triagem “Anízio Lima”, que fica no prédio do Complexo Penal de Campo Grande. Eles vão ficar em uma cela com capacidade para 24 presos.
    Edson Giroto, João Amorim, Flavio Henrique Garcia, e Wilson Roberto Mariano de Oliveira foram transferidos da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) por volta das 15h30. Os quatro receberam prisão preventiva no sábado (14), depois de passar cinco dias em prisão provisória. Eles chegaram com colchonetes e malas, sem algemas.
    De acordo com o presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) Ailton Stropa Garcia, eles vão ficar na cela 17, que tem capacidade para 24 presos. “É uma ala separada com uma única cela, com solário próprio onde ficam presos com curso superior, servidor público, policial civil, militar”, disse o diretor da Agepen.
    A ala especial, separada do presídio, é para presos com curso superior, policiais civis e militares. "Já tinham 20 presos, com eles quatro, fecha a lotação do lugar".
    Não há confirmação se a família já poderá visitar os presos neste domingo, já que precisa se feita uma carteirinha para visitação, que fica pronta em 7 dias. O horário de visitação é apenas aos domingos, das 8h30 às 11h30, e das 13h às 15h30. A visitação para as crianças ocorrem no 1º e 3º sábado do mês, das 8h30 as 11h.

    Regras

    A alimentação dos presos será a mesma dos outros detidos no Complexo Penal. “Não haverá tratamento diferenciado”, diz agente penitenciária, que não quis se identificar.
    Os familiares podem levar duas vasilhas médias transparentes, verduras e legumes devem ser cortados ou fatiados. Suco, refrigerante e leite pode ser levado desde que dois litros de cada, e que estejam em garrafas plásticas transparentes. Não podem estar congelados. Só podem entrar três unidades fatiadas de pão. Café e açúcar pode um quilo de cada, acondicionados em vasilhas transparentes.
    A entrega de materiais é liberada para parentes de 1º grau e advogados nas terças e domingos. Ainda podem entrar 10 maços de cigarro ou 2 pacotes de fumo, frutas apenas seis laranjas descascadas, um mamão, um melão, quatro maças ou seis bananas.
    Quanto aos produtos de higiene, só podem entrar: um creme dental, uma escova de dente, um sabão em barra, meio quilo de sabão em pó, um barbeador, um desodorante transparente, quatro rolos de papel higiênico e um shampoo. E de limpeza, apenas um litro transparente de amaciante de roupa, detergente, desinfetante e água sanitária.
    As outras coisas, como erva mate e bolachas, não há limite, apenas que estejam dentro de sacolas transparentes. Medicamentos devem ser repassado para setor de saúde para liberação. Qualquer outro produto deve ser autorizado pela diretoria do presídio.

    http://www.midiamax.com.br/politica/giroto-mais-tres-devem-ficar-cela-ate-24-presos-301152

    André CANCE- PRA QUÊ TANTA AMBIÇÃO ASSIM RAPAZ??? NÃO VAI DAR EM NADA. FICA SUSSEGADO, ESTAMOS EM MS.....MAS PRA QÛê??? PRA JÓIAS??



    19/05/2016 08h01 - Atualizado em 19/05/2016 08h50

    Servidores estaduais milionários terão de explicar patrimônio para escapar da cadeia

    Polícia descartou que eles fossem meros 'laranjas'
    Pelo menos quatro servidores públicos estaduais não têm do que reclamar em relação aos ganhos durante o governo de André Puccinelli (PMDB). Agora, estão implicados na investigação de suposto esquema de corrupção e terão de provar a origem do patrimônio milionário acumulado para escaparem da cadeia. O problema é que a Polícia Federal já tem acesso aos dados bancários e fiscais deles desde muito antes dos supostos desvios.
    Os registros e documentos dificultam muito qualquer manobra para maquiar ou lastrear ganhos incompatíveis com a renda honesta deles. Terrenos nos loteamentos mais luxuosos de Campo Grande, carros de luxo, apartamentos caro, fazendas milionárias e joias são as principais posses dos servidores presos no desdobramento da Operação Lama Asfáltica, deflagrada neste mês com o nome de Operação Fazendas de Lama.
    Além dos empresários, surgiram também os nomes dos servidores Maria Wilma Casanova, ex-diretora-presidente da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), André Luiz Cance, ex- secretário Adjunto da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), Wilson Roberto Mariano de Oliveira, fiscal da Agesul e Helio Yudi Komiama, ex-gerente de obras viárias da Agesul que, longe de serem meros ‘laranjas’, teriam se beneficiado do esquema de desvio de dinheiro de obras.
    Juntos, eles somam um patrimônio milionário e têm em comum terrenos nos mais diversos condomínios de luxo da Capital. De acordo com um dos relatórios da operação a lista de bens pode ajudar na configuração do crime de lavagem de dinheiro e recebimento de propina para o favorecimento do desvio de recursos públicos.

    Galera da Agesul

    Diretora-presidente da Agesul na época dos fatos, Maria Wilma acompanhou em 2015 Edson Giroto para assumir um cargo no Ministério dos Transportes. Entre os dados coletados na investigação, há indícios de que ela e o marido ampliaram o patrimônio durante sua permanência na pasta estadual.
    Ambos possuem expressivo patrimônio imobiliário, com fazendas agropecuárias e imóveis, um deles em nome da filha no valor de R$ 645 mil. O casal declarou patrimônio de R$ 1,1 milhão entre 2009 e 2010 e, depois, R$ 4,1 milhões entre 2014 e 2015.
    Outro dado que salta aos olhos é um lucro ‘atípico’ na fazenda, de R$ 800 mil em 2011, contra um prejuízo de R$ 180 mil em 2008.
    Wilson Mariano era fiscal e atestava medições falsas em benefício da Proteco, segundo o relatório. Ele colocou todo o seu patrimônio em benefício da filha, Mariane Mariano de Oliveira, que era sócia de Edson Giroto em fazendas do interior.
    De acordo com funcionários, as fazendas só estariam em nome de Mariane e seriam do pai. Em 2011, foi registrada a compra de um apartamento a vista de R$ 250 mil e três terrenos em condomínios de luxo, no total de mais de R$ 500 mil.
    Em 2013, a filha de Beto Mariano movimentou 3,5 milhões, cerca de 17 vezes mais o total de rendimentos declarados. Em 2014, o valor dobrou para 6,8 milhões: 21 vezes mais o total declarado no Imposto de Renda.
    Hélio Yudi, a esposa e os filhos também possuem um patrimônio extenso. Hélio, que tinha rendimento de R$ 11 mil pelo salário que recebia do Governo do Estado na gestão do ex-governador André Puccinelli (PMDB), chegou a efetuar o pagamento de um empréstimo a vista no valor de R$ 150 mil.
    Sua esposa deu como parcela de um veículo de luxo avaliado em R$ 100 mil o pagamento a vista de R$ 16 mil. Além disso, eles têm terrenos de luxo e apartamentos distribuídos pela cidade. Tudo isso para uma renda declarada de R$ 184 mil, de acordo com a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais).

    O 'cara' na Sefaz-MS

    André Cance, ex-secretário Adjunto de Fazenda, tem seus bens representados no relatório pela ‘ex-esposa’ Ana Cristina Pereira da Silva e Evaldo Furrer, também preso na Operação, que seria o seu ‘laranja’ em Rio Negro. Nos corredores da Sefaz-MS (Secretaria de Estado de Fazenda), colegas contam que Cance era o homem forte de Puccinelli no fisco estadual, principalmente no segundo mandato.
    O único áudio de interceptação telefônica autortizada pela justiça que flagrou uma conversa de André Puccinelli e vazou até o momento, aliás, é de uma conversa entre o ex-governador e Cance. Eles falam sobre um pagamento milionário para a Gráfica Alvorada nos últimos dias do governo peemedebista, suspeito de servir para distribuição de propina aos envolvidos.
    A investigação apurou que Ana Cristina, apesar de divorciada legalmente, ainda é mulher de André Cance, com quem inclusive ainda viveria junto. A ideia do divórcio, segundo o relatório, seria ‘despistar’ os bens em nome dela.
    A estratégia do casal seria declarar sempre um valor menor do que o de avaliação dos bens, sejam as diversas fazendas que possuem ou os imóveis. Em 2011, Ana comprou um imóvel por R$ 80 mil, que foi revendido 68 dias depois por R$ 425 mil.
    Frequentadora assídua de joalherias, mais de 50 notas fiscais foram encontradas pela compra de joias, em valores acima de R$ 180 mil. Um dos apartamentos, avaliado em R$ 600 mil, está declarado por R$ 75 mil.
    Com patrimônio que era de R$ 1,1 milhão em 2010, Ana Cristina passou a ter R$ 16 milhões em 2014. Evaldo Furrer tem a fazenda de Rio Negro no seu nome, mas nenhum registro de movimentação financeira dela, omitindo inclusive a posse do bem na declaração do Imposto de Renda. Ele é proprietário de sete móveis rurais e declara movimentação em apenas uma. A renda de Evaldo é considerada insuficiente para o pagamento de financiamentos e compras de propriedades feitas em seu nome.

    http://www.midiamax.com.br/transparencia/presos-operacao-servidores-publicos-tinham-carros-luxo-fazendas-milionarias-301418