terça-feira, 24 de setembro de 2013

“Sê”

 

Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.


Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso…
Mas sê o melhor no que quer que sejas.


Pablo Neruda

Os monstros da minha casa - Desenhos de crianças retratando o abuso que sofreram

 

http://www.mariolobato.blogspot.com.br/2013/09/os-monstros-da-minha-casa-desenhos-de.html

 

Esses são os desenhos da exibição bizarra e comovente "os monstros da minha casa" que aconteceu em Outubro de 2010, na Espanha. Várias crianças que sofreram abusos sexuais fizeram esses desenhos acompanhados por especialistas, que interpretaram as imagens.



Andreu, 8 anos

Foi abusado pelo padrasto desde os 4 anos. No desenho ele representa ele mesmo em pânico, e dá atenção especial ao zíper da sua calça e os botões de sua camisa, que pra ele representam um símbolo de quando os atos sexuais iriam começar.

Fernando, 13 anos.

Ele foi abusado pelo seu pai desde cedo, e agora mora com a mãe, que conseguiu fazer ele se recuperar bem. Ele desenhou o pai como um demônio em um bar, bebendo cerveja e jogando em caça-níqueis. Os riscos saindo do demônio representam o cheiro de álcool. Fernando sente raiva quando mencionam o pai perto dele.

Elena, 6 anos.


Elena sofreu abusos sexuais do seu pai. Agora ela vive com a vó. No desenho, ela coloca sua avó e sua mãe bem grandes. Ela se sente protegida perto das duas. Ela também representa o seu pai transando com ela, bem pequeno, em cima das letras.

Miriam, 9 anos

Sofreu abuso psicológico. Sua mãe chegou na Espanha com 15 anos de idade e grávida dela. Ela era uma minoria racial por lá, e ela sofreu abusos dos colegas de classe por conta de sua etnia. Ela é a menor pessoa do desenho, que está envolvida com alguma coisa, representando sua solidão. No canto ela tinha escrito "me sinto sozinha" mas apagou porque tem vergonha disso.

David, 8 anos

Ele sofreu abuso sexual. No desenho, ele destaca os olhos e o pênis do agressor. Ele escreve também "marica" e "chupa-rolas". O agressor falava isso enquanto o estuprava.

Isabel, 8 anos

Foi abusada sexualmente pelo pai. No desenho ela retrata o momento do abuso. O pai colocou ela em uma cadeira pra penetrá-la por trás. Na parte superior da imagem, ela retrata o irmão mais novo dela, que ficou vendo tudo acontecer pela porta.

Joan, 8 anos.


No desenho ele coloca o cara que estupro ele numa gaiola, fechada com um cadeado, e a chave (no canto superior direito) protegida por espinhos, pra ninguém conseguir pegar.

Marina, 5 anos.

Era abusada pelo pai, que também obrigava ela a assistir filmes pornô. No desenho, ela retrata um dos filmes que ela assistiu. Ela disse ao especialista que nesses filmes as pessoas "ficavam peladas e faziam coisa feia".

Ester, 9 anos
Ela desenhou a posição que tinha que ficar quando o seu pai abusava dela. 

Toni, 6 anos

O especialista pediu pra ele desenhar o cara que abusou dele. Ele disse "é um monstro". Destacou o pênis ejaculando.

Andrea, 10 anos
Representou como eram os abusos, onde ela tinha que tocar o pênis do cara, e ele tocava a vagina dela. Ela ficou com vergonha de responder as questões do psiquiatra, e aceitou escrever as respostas no desenho, por isso os "sims" e o não.

Victor, 7 anos
Ele era obrigado, aos 4 anos de idade, a fazer sexo oral no seu pai. A linha que sai da boca dele e vai até o pênis do pai representa a sua língua.

Página oficial da exibição

“Muitos que criticam os políticos cometem algum tipo de corrupção”





Oscar Pilagallo, jornalista, autor do livro Corrupção – Entrave ao Desenvolvimento do Brasil


na Gazeta do Povo


Para o jornalista e escritor Oscar Pilagallo, a visão de que a corrupção tem aumentado no Brasil pode estar distorcida, pois na época da ditadura militar, por exemplo, não havia instrumentos de transparência pública e a imprensa, principal meio de denúncia desse tipo de crime, estava censurada. “O que está aumentando não é necessariamente a corrupção, mas a percepção de que a corrupção existe”, diz ele em entrevista à Gazeta do Povo.

O jornalista acaba de lançar o livro Corrupção – Entrave ao Desenvolvimento do Brasil, escrito com base em debates entre 14 pessoas conhecedoras do tema em 2012, num evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco). Uma das conclusões do livro é que são vários os fatores que contribuem para a corrupção, inclusive os pessoais. “Muita gente que critica os políticos também acaba cometendo atos que envolvem algum tipo de corrupção na vida privada”, diz o jornalista – que, porém, acredita que o caso do mensalão ainda não está perdido.

Segundo seu livro, a tendência à corrupção não depende só de características pessoais; o sistema também colabora. Quais os aspectos que podem levar a esse crime?

Vários aspectos. Muita gente que critica os políticos também acaba cometendo atos que envolvem algum tipo de corrupção na vida privada, como tentar tirar vantagem pessoal, furar fila ou fazer fila dupla. São pequenos atos que não são graves, mas a conduta é errada. No mundo da política partidária, acontece esse mesmo comportamento, mas elevado a um grau exponencial que acaba causando problemas a toda a sociedade.

O brasileiro é corrupto?

É mais uma coisa da natureza humana do que da nacionalidade. Não acho que o brasileiro seja mais ou menos corrupto do que pessoas de outros países. Aliás, as pesquisas internacionais mostram que o Brasil está em situação pior que os países mais desenvolvidos, mas em situação melhor que os países comparáveis ao Brasil, como Rússia, Índia e China. Na América Latina, com exceção do Chile e do Uruguai, o Brasil está melhor que os outros. Ou seja, o brasileiro está em um nível compatível com o grau de desenvolvimento da sociedade. Muita coisa foi feita, mas ainda falta muito mais para ser feito.

Isso inclui a punição da corrupção?

Certamente. A sensação de impunidade tende a fazer com que as pessoas fiquem mais relaxadas. Quem tem predisposição para uma atividade corrupta fica com as mãos livres, acreditando que não vai haver punição.

Além da punição, o que mais é necessário para combater a corrupção?

A legislação é muito importante e podemos analisar esse aspecto de duas maneiras: o que foi feito e o que ainda falta fazer. Desde a redemocratização, praticamente todos os governos tomaram iniciativas ou criaram meios para tornar as contas públicas mais transparentes e, portanto, coibir a corrupção. Isso começou no governo Sarney, que criou o Sistema Interno de Administração Financeira do Governo Federal [Siaf]. Em 2000, Fernando Henrique Cardoso criou a Lei de Res­­ponsabilidade Fiscal. No governo Lula foi criada a Controladoria-Geral da União. Mais recentemente, a presidente Dilma criou a Lei de Acesso à Informação e, há um mês, foi aprovada a Lei Anticorrupção, que criminaliza a corrupção por parte das empresas. Sempre olhamos a corrupção do lado do agente público. Mas muitas vezes esquecemos que, se alguém é corrompido, é porque alguém corrompeu – em geral, do setor privado. Enfim, os governos respondem à demanda da sociedade – uma prova foram as manifestações recentes que fizeram uma condenação explícita da corrupção. A situação ainda está longe da ideal, mas temos que reconhecer o que foi feito.

A alternância de poder também ajuda a combater as irregularidades?

A alternância de poder é um mecanismo que coíbe a corrupção porque a permanência de um mesmo partido no governo por muito tempo acaba gerando vícios. Nos países onde não houve alternância de poder, como o México, as pessoas se acomodam. Não há uma renovação e isso tende a gerar um ambiente favorável à corrupção. A alternância em si não resolve, mas pode ter um papel salutar.

O julgamento do mensalão pode abrir uma nova visão sobre o combate à corrupção?

O mensalão foi um caso de tanta visibilidade que vai servir como um divisor de águas. Quando tudo acabar, vai ficar a impressão que a impunidade não é tão grande assim. Por outro lado, é um processo complexo, tudo é feito com base nas leis que estão sendo interpretadas e acredito que as manifestações que ocorrem têm caráter partidário dos dois lados: de pessoas que criticam o STF e, por outro lado, das pessoas que falam o contrário.

Há uma tentativa de desqualificar os órgãos de controle e, nesse caso, o STF?

As pessoas com viés partidário tentam desqualificar a ação do STF. Na iminência de haver outro julgamento, tentam desqualificar os votos dos ministros indicados pelo PT – quando, na verdade, o próprio [Joaquim] Barbosa, que tem sido bem rígido nas condenações, foi indicado por Lula. É uma questão complexa e quem é leigo dificilmente pode ter uma opinião muito equilibrada. Os ritos da Justiça estão sendo cumpridos e, no futuro, a imagem que vai ficar ainda será a de um divisor de águas. Haverá punições e outras pessoas terão as penas reduzidas. Mas, no conjunto, vai haver a impressão de que foi um processo importante para combater a corrupção.

O Judiciário ainda é lento na análise de casos de corrupção?

A Justiça no Brasil infelizmente é lenta. Um bom exemplo disso é o do ex-governador de São Paulo Paulo Maluf, que foi condenado em um fórum no exterior por vários casos de corrupção. Logo depois da condenação, ele elogiou a Justiça brasileira, em que os réus têm todo tipo de possibilidade de rever a decisão e protelar a condenação. Esse elogio, partindo do Maluf, é uma crítica à atuação da Justiça brasileira.

Uma das ferramentas de combate à corrupção é a transparência. As ferramentas que existem são suficientes?

Todo o conjunto dá uma boa base para se combater a corrupção, mas só o instrumento não é suficiente. Aos poucos, acredito que a sociedade vai aprendendo a usar esses instrumentos e fará cobranças a partir deles. Mas é um processo. Não é porque a Lei Anticorrupção foi sancionada, por exemplo, que daqui a um ou dois meses o problema vai estar sanado. Aos poucos, ela vai ser acionada e o resultado vai aparecer. Minha impressão é que o caminho e a direção estão corretos; a velocidade é que poderia ser maior. Mas é uma questão de amadurecimento da sociedade.

Essas novas ferramentas de transparência têm deixado a corrupção mais visível?

É bem provável. Às vezes, temos a impressão de que a corrupção está aumentando. Mas o que está aumentando não é necessariamente a corrupção, e sim a percepção de que a corrupção existe. Isso porque esses instrumentos permitem que novos casos venham à tona, da mesma maneira que a imprensa livre e investigativa também traz casos ao conhecimento público. Não dá para comparar a situação de hoje com a da ditadura militar, quando a imprensa estava censurada. Não dá para saber se hoje há mais corrupção do que naquela época porque a situação é totalmente diferente.
 

Narrativa de um médico agredido por outro prefeitopata aqui do estado ( prefeitão Diogo Tita/Paranaíba-MS pareceu "calminho" perto desse Gilson Antônio Romano/ Rio Negro-MS)

Prefeito agride com murros e chutes e ameaça de morte dois médicos

Zana Zaidan
 

 
 
O prefeito Gilson Antônio Romano (PMDB), de Rio Negro, a 144 quilômetros de Campo Grande, agrediu a socos e pontapés dois médicos do posto de saúde da cidade, Roberto Rangel e Ivan da Costa. O gestor ainda ameaçou os dois profissionais de morte, segundo o relato dos médicos e dos nove vereadores do município, que presenciaram o episódio.
As agressões aconteceram durante reunião na tarde de hoje (24), no posto de saúde da cidade. Os médicos solicitaram o encontro com o prefeito para cobrar o repasse de R$ 60 mil que deveria ser repassado ao posto de saúde. Conforme Rangel, o valor não foi pago. Com a dívida, os funcionários estão sem receber, inclusive os profissionais agredidos.
“O prefeito contratou um médico plantonista, que ninguém sabe de onde veio, e paga R$ 5 mil para ele trabalhar só aos sábados e domingos. O doutor Ivan questionou como ele tinha dinheiro para pagar ele, enquanto nós estamos sem receber, e o prefeito disse que já tinha pago R$ 37 mil”, conta Rangel.
Neste momento, Ivan interrompeu o prefeito e disse que “não era moleque para ouvir mentiras”, quando Gilson deu um murro no médico. Rangel entrou no meio para defender o colega e também levou socos e pontapés.

Os médicos registraram boletim de ocorrência contra o prefeito e, agora, estão reunidos na casa de Rangel, junto com outros seis vereadores. Rangel desabafou sobre a briga em sua página pessoal no Facebook. Leia trecho:

Estou sem acreditar até agora no que acabou de acontecer. Um prefeito ameaçar de morte e agredir fisicamente um médico na frente de 9 vereadores e um vice-prefeito. Infelizmente, o prefeito Gilson Romano chegou ao extremo da falta de respeito, da falta de ética e da covardia. Há cerca de meia hora fomos chamados para uma reunião com o prefeito onde imaginávamos que o intuito fosse resolver a situação do município no que diz respeito à falta de médico. Infelizmente em menos de 5 minutos o prefeito mostrou mais uma vez seu lado agressivo, seu lado autoritário e ditador. Hoje a prefeitura deve, junto com a secretaria de saúde, um montante de 60 mil reais que deveria ser repassado ao Hospital e que o prefeito não se preocupa em pagar. Prefere que o povo fique sem médico do que resolver uma situação que estava dentro do controle. Em toda minha vida nunca levei um murro ou sequer fui agredido fisicamente de forma alguma para hoje ser agredido por um prefeito truculento e descontrolado ao tentar defender meu colega o Dr. Ivan para quem esse senhor irracional partiu pra cima como um louco. A dor do murro que levei do prefeito não é tanta quanto saber que o povo de Rio Negro está nas mãos de uma pessoa que não tem respeito pelo próximo, que não cumpre sua palavra, que não cumpre seus compromissos, que acha que todos são subalternos a ele e que se esquece de que se ele está ali foi porque o povo o colocou e que dá mesma forma como o colocou pode também tirá-lo. Fico indignado com a forma de tratamento que a população está tendo. Já vi várias pessoas saindo chorando do seu gabinete e ele depois tentando contornar a situação mas quem leva um tapa na cara nunca se esquece. A forma como o prefeito partiu para agredir a mim e ao Dr. Ivan me mostrou mais uma vez que ele não é uma pessoa em condições de estar a frente de um povo tão digno como o nosso. Infelizmente, ainda estou de atestado médico, coisa que nunca tirei na minha vida, mas mesmo assim todos que me procuram em casa ou me ligam tento ajudar da melhor forma que posso. Essa madrugada mesmo, atendi uma paciente, não na condição de médico, por estar licenciado, mas como ser humano que tem consideração ao seu próximo".

terça-feira, 17 de setembro de 2013

CANÇÃO PRA VOCÊ VIVER MAIS

   EU       

Pato Fu

Eu queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
Alguma coisa sobre EU


Quando acontece um grande amor
Assim como você e eu
O tempo passa por nós dois
Não lembro o que aconteceu


Queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
Alguma coisa sobre mim


Mas nem por isso eu vou ficar
A questionar os erros meus
Você precisa procurar
Achar o que você perdeu


Queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
Alguma coisa sobre mim


Eu queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
Alguma coisa sobre mim

TJ nega liberdade a Dudu em habeas corpus assinado por 69 advogados

Aline dos Santos
Preso desde 21 de junho, Dudu acusa Guarda Municipal. (Foto: Marcos Ermínio)Preso desde 21 de junho, Dudu acusa Guarda Municipal. (Foto: Marcos Ermínio)
O terceiro pedido de habeas corpus para libertar o ator, músico e ativista social Eduardo Miranda Martins, o Dudu, preso desde 21 de junho após manifestação popular, teve liminar negada. Ele é acusado de tráfico de drogas e dano qualificado contra o patrimônio público. O processo foi distribuído na última sexta-feira.
No mesmo dia, o desembargador da 2ª Câmara Criminal do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Carlos Eduardo Contar, negou a liminar e pediu mais informações, que devem ser apresentadas no prazo de 24 horas. Ação foi assinada por um batalhão de advogados, ao todo, 69. Incluindo o presidente da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Julio Cesar Souza Rodrigues.
De acordo com a defesa, em razão da militância política, o preso fez vários “desafetos”, inclusive na Guarda Municipal, responsável pelo flagrante que o levou para a cadeia. Conforme os advogados, o ator se manifestava contra o uso de armas pelos guardas municipais.
Conforme o pedido de habeas corpus, ele era um dos líderes da manifestação popular que tomou as ruas de Campo Grande e seria absolutamente incongruente imaginar que conseguiria comercializar drogas nesta condição.
A defesa também aponta que os demais manifestantes presos foram levados imediatamente para a delegacia de Polícia Civil, enquanto Eduardo ficou três horas sob custódia da Guarda Municipal. “Dando indícios de que sua prisão em flagrante seria forjada”, afirma os advogados.
Para revogar a prisão preventiva, também foi alegado que o ator, antes de ser preso, formalizou denúncias contra guardas na OAB e MPE (Ministério Público Eleitoral).
Na decisão, o desembargador lembra que os outros pedidos já foram negados pela Justiça. Em entrevista ao Campo Grande News, Eduardo afirma que a droga - quatro porções de maconha (36,9 gramas) e dos 23 papelotes de cocaína (13,1 gramas) - foi “plantada” na mochila. Ele está preso no Centro de Triagem.
Na noite de 21 de junho, ele participou do protesto onde houve tentativa de invasão à Câmara Municipal. O grupo foi dissuadido pela Tropa de Choque.
De acordo com o Boletim de Ocorrência 8161/2013, a Guarda Municipal deteve as pessoas, incluindo Eduardo, porque elas faziam parte do grupo responsável pelo vandalismo e acertar um guarda municipal com uma pedra. O servidor ferido levou quatro pontos no supercílio. A Guarda Municipal refuta a acusação.

 

Doutor, Sim Senhor!

O Rappa
 

Doutor, sim senhor doutor

Doutor, senhor, doutor, senhor
Doutor, senhor, doutor senhor, doutor, doutor, doutor

Criaturas tão visiveis no cenário urbano
Situação estatua no cotidiano
O ar quente desespera quem esta la fora
O ar frio perdulario dentro, dentro
Imagem que passam fora da vitrine
Diz que não tem lugar ou assento
Imagem que passam fora da vitrine
Diz que não tem lugar ou assento
Acessorista, trocador, porteiro
Porteiro de apoio, o motorista, lixeiro
Personagem do mesmo desterro

Pra quem não sabe ler
Letreiro é só, somente um desenho

A limpeza é necessária mas é invisível
Brigação de maquina ressão possivel
Alguma peças vão sobrando, ficando no caminho
Computador, frutas, jornal, resto de missil, novinho
Resto de missil novinho

Invisíveis criaturas, humildes, desumanos
Olhares e receios sob o chão no plano
São pessoas que não vem por quem
São pessoas amigas é de quando precisamos

domingo, 8 de setembro de 2013

 

João Valentão

Dorival Caymmi

João Valentão é brigão
Pra dar bofetão
Não presta atenção e nem pensa na vida
A todos João intimida
Faz coisas que até Deus duvida
Mas tem seu momento na vida
É quando o sol vai quebrando
Lá pro fim do mundo pra noite chegar
É quando se ouve mais forte
O ronco das ondas na beira do mar
É quando o cansaço da lida da vida
Obriga João se sentar
É quando a morena se encolhe
Se chega pro lado querendo agradar
Se a noite é de lua
A vontade é contar mentira
É se espreguiçar
Deitar na areia da praia
Que acaba onde a vista não pode alcançar
E assim adormece esse homem
Que nunca precisa dormir pra sonhar
Porque não há sonho mais lindo do que sua terra.
Miserere - Adélia Prado
Eu desenhava no papel de seda uma flor de cinco pétalas
quando me ocorreu a vingança contra os donos do mundo.
Tentando versos com que vos narrar minha trama,
adormeci sentada, o queixo desabado no peito.
Coitada, diríeis, é aquela que vimos esbravejar no seminário?

Cismei que adoecia e procurei o médico,
Ele não foi perspicaz.
Auscultou, profissional, minhas cavidades
e prescreveu ginástica, redução de calorias, vida calma.
Doía tudo. Aqui dói, doutor, aqui também.
É certo que o senhor nunca deglutiu pedras,
mas, afianço-lhe, mesmo a água que bebo
é indigesta coisa sólida no meu bucho.
Ele precaveu-se, intimidado pela minha fluência,
pelo manuseio intimorato que dispenso às palavras.
Dependendo da atividade intelectual,
da sensibilidade de cada um,
tais sintomas ocorrem, minha senhora.
E mostrou as garras, defensivo,
mais uns grãos de enfado.
Eu não estava doente. E estava muito.
O medo de morrer, habitualmente grande,
trinta vezes aumentado.
Comecei a rezar no registro dos náufragos:
Perdoa-me, Senhor. Lembra-te de que és meu Pai.
Como gostaria de nascer de novo
e começar tudo generosamente.
Olha pelos filhos que deixarei,
por meu marido que talvez não se case mais
Onde achará, neste lugar pequeno, outra mulher que lhe ofereça
tantos motivos pra mortificar-se?
Passeava na casa, amargando a saudade prévia dos seus cantos.
Doía tudo, até que,
até que nada, não dói mais.
Recolhi-me ao corriqueiro estatuto
de comer, dormir, lavar-me,
recuperado o saudável desejo de que se fodam bem
determinadas pessoas em suas empresas.
Continuo passando a língua no molar obturado,
desgostosa, porque se não sou eu a cuida da cozinha,
uma lata de óleo é a conta de dois dias.
Confesso-vos: quando comecei a escrever
o que eu queria era fazer um teatro.
Fostes salvos do sacrifício de uma opinião
por esse grito que me interronpeu:
acode aqui, dona Willia, o seu cachorro deu convulução!
Judith entrou de noite no acampamento inimigo
e decapitou Holofernes.
Pergunto-vos, sem que nos ouçam os fracos e os ímpios:
Poderia eu, também?
Não durmo porque nada se exaure, requerendo atenção,
matança, oferta de comida, futuros de paz, empregos;
e eu tenho um corpo talhado para prazeres só e guerra.
Posso? Comer? Dormir? Gostar de homens?
Louvar-vos - em perfeita alegria - neste tempo cinzento e pegajoso?
Não é possível conseguir a atenção de uma cidade inteira.
- Há misteres inadiáveis no banheiros,
nas casas com menino pequeno -
Nem silêncio. Há os aparelhos eletrônicos e as línguas compridas.
Mas, duzentas pessoas numa sala,
com olhos fixos na cena,
verão que a vida é doida, doida,
que o ser humano até hoje está sem calças,
que Deus é bom e duro.
Que Jesus Cristo quando ri alucina as pessoas
e atrai a todos quando diz: AMAI - VOS.
Eu estou apaixonada.
Ó meu Deus, me ajuda a escrever um drama.

Narrativa de um Professor Universitário de Psicologia, agredido pelo Prefeito de Paranaíba Diogo Robalino TIta, ou simplesmente, Diogo Tita, que assumiu a prefeitura no lugar do Prefeito cassado "ZÉ BRAQUIÁRIA"

2013/9/1 Henrique Castro Estimad@s companheiros de luta, militância e profissão, Gostaria que atentassem para o relato abaixo e peço que as entidades se posicionem com manifestos e moções. Ontem nosso companheiro Netto Berenchtein, professor da UFMS, conhecido e antigo militante do ABRPASO foi ofendido e agredido pelo prefeito de Paranaíba, cidade na qual leciona, em um espaço público. Leiam! Estimadas e Estimados colegas Professores, Técnicos e Estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Câmpus Paranaíba; Escrevo para relatar um gravíssimo e preocupante acontecido que acredito nos atingir a todas e todos. Hoje (31/08), realizamos uma atividade no câmpus, um mini-curso com dois professores de fora do município sobre a prática clínica na perspectiva Histórico-Cultural. Após o evento, fomos levar os palestrantes para jantar no restaurante Come-Come. Enquanto conversávamos sobre nossas práticas profissionais, chegou à nossa mesa o Prefeito do Município, Diogo Robalinho de Queiroz, também conhecido pela alcunha de Tita ou Diogo Tita, bravejando quem éramos nós, “barbudos”, e que ele estava trazendo para o município, junto com a reitora Célia, o curso de Medicina Veterinária; ao que respondi lamentar a vinda de tal curso (posição que, aliás, defendo publicamente). O Senhor Prefeito, com um comportamento notadamente alterado, respondeu-me com um TAPA no rosto e continuou bravejando: “Cala a boca, sabe quem eu sou? Eu sou o prefeito desse município!” e continuo, “lamentáveis são suas barbas”, essas “barbas de buceta”, e que não sabemos o custo que é manter uma universidade e que somos um “bando de vagabundos que chupinhamos o Estado”. Nesse momento, um dos professores convidados pediu que ele se acalmasse, pois em nossa conversa sequer estávamos falando do município ou da Universidade, ao que o Senhor Prefeito respondeu com outro TAPA, em sua mão, mandando-lhe também calar a boca. Mandou-nos a todos calarmos a boca inúmeras vezes, enquanto repetia, gritando descontrolado, o mesmo discurso relatado, com poucas variações e alguns acréscimos como: “Fui eu quem trouxe a Universidade Estadual para Paranaíba e o Ramez Tebet a Federal”, “Queria eu ser psicólogo, esses vagabundos que vivem em seus mundinhos e não pagam suas contas” e “Esses professores vagabundos que vêm de Campo Grande chupinhar nosso dinheiro”. Quando as pessoas que o acompanhavam foram retirá-lo, ele começou a gritar à distância, para as pessoas que estavam no restaurante: “Olhem para esses vagabundos que vem aqui nos atrapalhar, EU estou trazendo o curso de Medicina Veterinária para essa cidade”. Retornando à nossa mesa e repetindo as mesmas ofensas, fora novamente conduzido por seus acompanhantes à mesa em que estava sentado. Minutos depois, mais uma vez conduzido por seus acompanhantes à sua camionete, retornou à mesa, apontando o dedo na cara do professor palestrante (nosso convidado) dizendo que eles ainda irão conversar, que ele o conhece, com uma evidente ameaça ao professor e que entendemos extensiva a nós professores da UFMS/CPAR, já que não seria possível ao Senhor Prefeito conhecer nosso convidado, por ele não ser do município ou sequer do estado. O fato ocorrido demonstra a completa ausência de trato com a coisa pública por parte do Senhor Perfeito. Fui abordado em público, num espaço não reservado a discussões de tal monta, para tratar de assuntos que deveriam ser discutido em adequados fóruns. A isso acresça-se o ABUSO DE PODER perpetrado pelo Senhor Prefeito contra os ali presentes quando junto com o tapa, evoca sua condição de administrador público: “Cala a boca, sabe quem eu sou? Eu sou o prefeito desse município!” Diante disso, gostaria de desenvolver algumas reflexões: 1 – Tal fato acontece exatamente no dia seguinte ao que estive em Campo Grande, junto a outros professores e representante discente em reunião da ADLeste com a Reitora e pró-reitores, como representante sindical deste campus na composição de comissão organizada pela ADLeste, expondo as condições deterioradas de trabalho e estudo de professores, técnicos e estudantes nos câmpus da UFMS (inclusive enviei convite aos colegas professores e técnicos convidando à reunião em que discutimos o conteúdo do documento apresentado à Magnífica Reitora e os Pró-reitores). 2 – É uma situação aviltante o fato de que um trabalhador desta Universidade tenha sido chamado de vagabundo, quando nós professores (ao menos os do curso de Psicologia) historicamente, nesse câmpus, trabalhamos carga-horária superior àquela que os sindicatos defendem como razoáveis, em condições precárias e que nos impossibilitam de desenvolver adequadamente nossas atividades-fim (ensino, pesquisa e extensão). 3 – Ademais, o Senhor Prefeito, ao referir-se a nós, psicólogos, como “vagabundos que vivem em seus mundinhos”, além de denotar seu profundo desconhecimento da realidade da produção de conhecimento psicológico, bem como da realidade dos profissionais psicólogos, profere uma grave ofensa ao conjunto da categoria dos psicólogos. Também nossos alunos, futuros psicólogos, foram gravemente ofendidos em suas escolhas de projeto profissional. Por fim, o prefeito demonstrou, publicamente, o desprezo que nutre por estes profissionais e, por derivação, pela existência de tal curso neste câmpus. 4 – Ao dizer que não pago minhas contas – o que, antes de tudo é uma calúnia e só mostra o despreparo do Senhor Prefeito com os assuntos da vida pública –, o Senhor Prefeito olvida-se do fato de que é o conjunto de impostos que nós, trabalhadores, pagamos, que retorna a ele sob a forma de salário para que na investidura do seu cargo cuide da administração pública da cidade. 5 – É um fato vergonhoso a qualquer munícipe o de que o prefeito de sua cidade tenha agredido fisicamente e ofendido a um professor que se dispôs, sem qualquer remuneração ou pró-labore, a deslocarem-se a um campus de interior para trazer-nos uma discussão de altíssimo nível, enquanto se gaba por estar trazendo um novo curso para esta mesma Universidade, que imagino desconhecer as atuais condições de trabalho e estudo de professores, técnicos e estudantes. Diante disso proponho: 1 – Mesmo estando aprovada a vinda do curso de Medicina Veterinária para o câmpus, retomarmos o debate amplo e aprofundado acerca desse fato, que é também uma questão política. 2 – A retomada das discussões a respeito das condições de trabalho e estudo a que nós, professores, técnicos e estudantes, estamos sujeitos na UFMS. 3 – Que haja ampla discussão acerca dessa afronta à autonomia da universidade pública. 4 – Que discutamos as precárias condições oferecidas pelo município (transporte público, assistência, saúde e trabalho) para a permanência dos estudantes no município e no câmpus. 5 – Que a Universidade se manifeste oficialmente em relação ao ocorrido. Paranaíba/MS, 31de agosto de 2013. Professor Doutor Nilson Berenchtein Netto Psicólogo – CRP/MS 14/05620-9 Professor Adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Câmpus Paranaíba Coordenador do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Câmpus Paranaíba -- -- Henrique Meira de Castro Palpitando.com.br e arriscando a falar do que (não) sei