quarta-feira, 13 de julho de 2016



Organização indigenista denuncia mais um ataque a índios no MS


Segundo o Conselho Indigenista Missionário, três jovens foram alvejados por tiros disparados de camionetes

Josiel Benites, de 12 anos, ferido no mês passado. Cimi
Menos de um mês depois de um ataque que resultou na morte de Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, um guarani-kaiowá de 26 anos, o Conselho Missionário Indigenista (Cimi) denuncia que um novo grupo de índios foi alvejado por tiros de armas de fogo, disparados por homens que estavam em camionetes, em Mato Grosso do Sul. Segundo a entidade, ligada à Igreja Católica, três homens foram atingidos e um deles ficou em estado grave. A informação foi confirmada pela Fundação Nacional do Índio (Funai), que ainda não havia divulgado detalhes da ação até a noite desta terça-feira.
Segundo o Cimi, por volta das 21h desta segunda-feira, homens armados atacaram o grupo de indígenas disparando de dentro de quatro camionetes. As 11 famílias estavam na área de uma fazenda do município de Caarapó, que fica dentro da Terra Indígena Dourados Amambaipeguá I, um território que está em processo de demarcação pelo Governo federal, depois de relatórios antropológicos comprovarem que a área pertenceu aos ancestrais dos guarani-kaiowá, expulsos décadas atrás pelo Governo para a implementação de fazendas. O local, entretanto, está em litígio, já que fazendeiros possuem a titularidade dessas terras e exigem indenização apropriada por parte do Governo federal. O impasse na demarcação leva os índios a entrarem nas áreas reivindicadas e formarem acampamentos, num processo que chamam de retomada das terras tradicionais. E, num movimento que tem crescido nos últimos tempos, eles acabam sendo expulsos, muitas vezes por milícias armadas, com a participação de fazendeiros, como denunciou recentemente o Ministério Público Federal.
Foi nesta Terra Indígena, de 55.590 hectares, que Clodiode foi assassinado no dia 14 do mês passado em um ataque de fazendeiros, que afirmavam não estarem armados. Além dele, outras cinco pessoas ficaram feridas por projéteis de armas de fogo, incluindo uma criança de 12 anos.
Nesta segunda, segundo o Cimi, um homem de 32 anos, e dois menores de idade, um de 17 e outro de 15, foram atingidos. O primeiro levou um tiro no braço, assim como o segundo, que está em estado mais grave porque a bala atravessou seu tórax, diz a organização. O terceiro foi alvejado no joelho. Não há informações atualizadas sobre o estado de saúde deles até a conclusão deste texto.

http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/13/politica/1468364910_082066.html

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