quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

"Papai por que você trabalha tanto?"

o pescador e o empresário

Um rico empresário paulistano dirigia seu utilitário esportivo pela costa, indo para o Nordeste encontrar sua família em férias. Anoitecia e ele cruzava o sul da Bahia quando o carro teve problemas mecânicos em uma estradinha secundária, ao lado do mar. Sem alternativa foi bater na porta de uma humilde casa de madeira, quase na praia. Foi atendido por um pescador muito pobre, que lhe deu janta e abrigo para dormir.

No dia seguinte o paulistano conheceu a família do pescador, sua esposa e oito filhos, enquanto aguardava socorro mecânico para seu veículo. E viu o quão grande era a pobreza deles, que nem luz elétrica tinham em casa e que dependiam da pesca que o mar provia. Depois do almoço resolveu que poderia fazer algo por eles. Disse assim ao pescador: “Obrigado por ter me ajudado. Em troca, eu gostaria de lhe ensinar o que eu sei, gostaria de lhe ensinar a ser rico!”

“Ólhe… eu num sei disso de ser rico não.” — disse o pescador.

“Mas eu quero te ensinar!” — disse o empresário — “Me diz, o que você faz todo dia?”

“Eu acordo cedo, pego minha vara e vô pescá! Pesco o que preciso. Depois passo o dia aqui na praia, descansando c’a minha mulher e co’ meus filhos.”

“Pois então, preste atenção: amanhã quando você sair para pescar você não pare quando tiver pouco peixe. Continue pescando tudo o que puder, pesque o máximo de peixe que conseguir. Trabalhe o dia todo!”

“É? Mas e aí?”

“Aí você vai pegar os seus peixes e levar para o mercado. Lá você vai vender tudo pelo melhor preço e guardar o dinheiro.”

“É?”

“É. E quando você tiver juntado um dinheiro, você vai comprar uma rede de pesca, que é para poder pescar mais peixe ainda.”

“Mas e aí?”

“Aí você com a rede pega muito mais peixe, continua pescando o máximo, leva tudo para o mercado. Você vai ver que vai ganhar mais dinheiro ainda.”

É?”

“Isso! Você junta mais esse dinheiro e logo vai poder comprar um barco — e com o barco vai poder ir para mais longe, achar os maiores cardumes, trazer mais peixe.”

“E aí?’” — o pescador parecia intrigado.

“Aí você vai vendendo os peixes, e deve arrumar dinheiro para contratar ajudantes, contratar uma equipe para te ajudar a pescar e puxar mais peixe. Quando tiver mais dinheiro compre um segundo barco e coloque mais empregados naquele outro barco.”

“É?”

“É isso! Continue fazendo isso e logo você terá uma frota de barcos de pesca. Compre um depósito refrigerado para armazenar os peixes. Continue comprando barcos, empregando mais gente, construindo depósitos maiores e em mais cidades. Entendeu?”

“Entendi!”

“E agora vem a última parte: abra o capital da sua empresa, lance ações na bolsa, venda as ações e fique extremamente rico!”

“Ééé?!” — o olhos do pescador brilhavam, arregalados — “E… E.. E aí?”

“Aí? Aí você está rico! Você pode parar de trabalhar! Pode ir morar na praia! Passar o dia pescando e descansando com sua família!”

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