Ontem, conversando com amigo, sobre o trágico
incêndio de Santa Maria, ele me lembrou de um fato que eu nem me lembrava mais.
Disse-me que vendo toda a desgraça que aconteceu, lembrou-se da insólita história
do “Gentileza”.
A história que eu conheço é que:
O CD do eterno Gonzaguinha: “Cavaleiro Solitário” -
ao vivo (1992), tem uma faixa chamada: Gentileza. Gonzaguinha fez essa música,
em homenagem a um personagem conhecido, que era chamado de “Gentileza”, que
viveu por muitos anos, andarilho, pelas ruas do centro da Cidade Maravilhosa, "pregando" suas ideias de "paz e amor". E
na música mesmo, Gonzaguinha, antes de cantá-la, recita: “Uns dizem que ele é
um louco. Eu digo que é um profeta”, e explica que o que sabia, era que
Gentileza se tornara “profeta das ruas”, depois de ter perdido toda sua família
em um grande incêndio no circo.
E agora, com todas as tristes histórias
contadas de Santa Maria, outros episódios passados, relacionados a desastres
ocasionados por incêndio no Brasil e no mundo, também estão sendo rememorados.
E outra tragédia que eu vi mostrado em um programa de TV ontem, foi o de um
grande incêndio no circo.
Esse circo, segundo o programa, foi a maior
tragédia provocada por incêndios no Brasil, onde ocorreu o maior número de
pessoas mortas. Parece que por volta de 500, sendo que 70% delas eram crianças.
Esse episódio aconteceu na cidade de Niterói, no ano de 1961. O circo
chamava-se Gran Circus Norte-Americano.
Porém, como meu amigo bem me lembrou,
diferente do que Gonzaguinha diz, Gentileza não perdera nenhum familiar no
incêndio. Mas sim, sua história, como Gentileza, realmente começara, com o
incêndio desse circo.
O que eu fiquei sabendo, o que fez Gentileza
se tornar Gentileza, foi que: ele teve algumas “visões” relacionadas ao
incêndio. E no local da tragédia (que já havia acontecido), aquela chocante
cena que viu, o perturbou sobremaneira para sempre. Primeiramente, resolveu
fazer uma espécie de homenagem as vítimas: plantou várias plantas no local.
Depois, “abandonou” tudo, e decidiu perambular por aí, a ermo, apenas com suas
ideias.
Todos já devem ter visto alguma coisa sobre
Gentileza. Ele virou até “girfe”. Já vi pessoas usando camisetas, bótons e
bonés, com aquela mais famosa frase dele estampada: “Gentileza, Gera
Gentileza”. Ele escreveu essas frases, pintadas em painéis nos pilares de um
viaduto no Rio.
(E existe uma outra música que se
chama “Gentileza”, composta por Marisa Monte, onde ela também, cita o profeta, e as suas pinturas, que
desaparecem do viaduto, pichadas e cobertas com tinta cinza. Porém, eu acho, que essas
pinturas foram restauradas atualmente).
E parece que até uma novela global que passou esses tempos, que trouxe um pouco de Gentileza, em um dos seus personagens.
Enfim, profeta, “maluco beleza”, andarilho, mendigo,
esquizofrênico, excêntrico, não importa.
Gentileza "nasceu" de um incêndio no
circo.
Logo, não é preciso o circo pegar
fogo, para sermos Gentileza. Concluo.
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