quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A INVERSÃO DOS INVESTIMENTOS EM SAÚDE- Elucubrações

O nosso atual secretário de saúde do município, explanando na câmara dos vereadores essa semana sobre a caótica situação que a saúde enfrenta, principalmente relacionado a Dengue, e não só a ela, como a própria situação da urgência e emergência, saúde mental, etc, fez algumas denúncias citando a “fresca” gestão passada.

Entre elas, as más condições de armazenamento de medicamentos, depredação de ambulâncias, aquisição de materiais superfaturados e falta de infraestrutura nas 94 unidades de saúde de Campo Grande”

Ele falou até de motor de ambulância que foi surrupiado na gestão passada.

(E quem não se lembra da declaração do prefeito eleito do dia 19/02, na mesma câmara dos vereadores, dizendo que a gestão passada deixou um débito de “apenas” 300 mil)...

Picuinhas a parte, pois sabemos que tudo acabará em pizza mesmo, outro interessante momento da fala do secretário foi a constatação de que:

...em relação ao foco do investimento na Sesau. “Devemos prevenir e não gastar tanto em média e alta complexidade. Atualmente, apenas 13% dos recursos são repassados para prevenção”.

Quando ele fala em investir na prevenção, ele está falando em investir na Atenção Básica, do qual, segundo a política do SUS é responsável por 85% dos problemas de saúde das pessoas, de um território.

Mas por que a gestão passada inverteu toda a lógica que se preconiza no SUS, deixando de lado a Atenção Básica do município, priorizando a média e alta média complexidade (UPA´S, CRS´s, CAPS´s, CEM, Hospitais e Urgências e Emergências), como relatou o secretário atual de saúde?

É uma questão bem “grande” essa.

Na minha singela opinião, uma explicação possível, nós vimos essa semana, nas notícias que nos arrebataram:

Em um Hospital, e/ou lugares como: urgências e emergências (alta e média complexidade em saúde), são locais “fechados”, verdadeiras “caixas-pretas”. Lá, existe desde “médicos fantasmas”, que trabalham em mais 4 outros estabelecimentos de saúde no mesmo horário, a até mesmo “médicas assassinas”, que para “desopilarem” a UTI, friamente, e sem nenhum “remorso” (o papel de gestora dela é esse mesmo – fazer o “negócio andar”), desliga equipamentos e injeta medicações, que matam pessoas que poderiam tranquilamente ainda mais em um hospital, ter uma sobrevida.

Outra fácil “explicação” para tudo isso, é que em um posto de saúde (Atenção Básica – a “baixa complexidade” em saúde), apenas a “ralé”, as pessoas que vivem nas periferias, é que fazem uso desse tipo de prestação de serviço público. Nós, não precisamos, pois nós temos a UNIMED. Sossegado?

Mais ou menos.

Um exemplo simples: e se acontece algum acidente automobilístico comigo, e eu estiver sozinho, impossibilitado em minha autonomia? Para onde o SAMU irá me levar? Com certeza, será para um hospital, como a emergência de uma Santa Casa, ou mesmo de um UPA. Então prioriza-se setores da saúde, onde pessoas de classe sociais mais privilegiadas também fazem uso. E para a “ralé” (a maior, senão boa parte, da população) os nossos “póstinhos de saúde”.

Assim, acho muito válida a ideia que o DR. Dráuzio Verella não cansa de recitar: “política pública voltada apenas para pobre, não funciona aqui”.
 
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