segunda-feira, 12 de agosto de 2013

DINHEIRO PÚBLICO (NOSSO) DO SUS

Vereador médico rebate acusações postadas no Facebook de que recebeu sem trabalhar

 
Diana Gaúna
 
 
Um post anda circulando a rede social Facebook com informações de que o vereador Paulo Siufi (PMDB) teria recebido os salários de médico da rede municipal de saúde, mas não teria trabalho em horário integral. Segundo a publicação, dos cinco anos atuando como médico no distrito de Aguão, a 40 km de Campo Grande, Siufi teria cumprido apenas 13,34 % de sua carga horária.
O post do Facebook aponta suposta auditoria interna da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, que teria constatado que o vereador e médico, nestes cinco anos, deveria ter cumprido uma jornada de 7.680h, já que era contratado como servidor 20h/semanais, ou meio período todos os dias.
Segundo a denúncia, entretanto, ele só comparecia ao distrito uma vez por semana, o que registra uma carga horária de 1.024 h, equivalente a 13,34% do total do contrato de trabalho.
Um médico 20h do SUS atende pelo menos 3.520 pacientes por ano – se considerado o padrão de 16 atendimentos por dia, cinco dias por semana e 11 meses, levando em conta as férias. Multiplicando os atendimentos por cinco anos, seriam pelo menos 17,6 mil consultas.
Já o compartilhamento da rede social diz que a auditoria constatou que em cinco anos, Siufi atendeu somente 843 pessoas, tendo recebido em torno de R$ 324,9 mil, ou R$ 385,4 por consulta. O SUS paga atualmente, em acordo pactuado pela CIB (Comissão Intergestores Biparitte), o valor de R$ 10 por consulta, em qualquer especialidade.
A reportagem tentou entrar em contato com o secretário de Saúde, Ivandro Fonseca, para mais detalhes da auditoria, mas não obteve sucesso.
Outro lado
Procurado pela reportagem, o vereador declarou que o horário em que ele cumpria era fixado pela secretaria de saúde. “Durante 17 anos estive no distrito de Aguão, sempre indo às segundas-feiras, como os outros médicos iam uma vez por semana. Só o dentista ia duas vezes por semana”, conta.
Siufi explicou que sua carga horária estava acordada com a chefia da Secretaria de Saúde e todos os médicos faziam o mesmo horário o que demonstra que ele não teria nenhum ‘horário especial’.
“Se eu estava irregular, como é que eles me pagaram normalmente ao longo desses 17 anos e aos outros médicos também? O que eu sei é que isso é uma realidade do SUS. Tem médicos que vão duas vezes por semana em postos de saúde na Capital, por exemplo”, rebateu.
Reprodução/Facebook
O vereador disse que os pagamentos eram assinados pela gerência, pelo secretário e que os moradores de Aguão sentem sua falta, porque recebe ligações até hoje. “Criei um vínculo com eles ao longe desses anos e aos que me ligam, nunca me neguei a atendê-los no meu consultório sem cobrar pelo serviço”, finalizou.

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