Comentei sobre a educação na postagem passada, agora, um vídeo que tenho guardado, da professora
de Medicina da Unicamp, Maria
Aparecida Moyses, em que trás a tona uma questão muito atual: o
abuso de drogas compradas em farmácias e drogarias, e o
pior, compradas por pais, responsáveis, receitadas por especialistas, e com
indicação de professores/escolas, para dar para aos nossos pequenos. Condutas estas, muitas vezes, relacionadas ao diagnóstico com o nome de Hiperatividade, e/ou "bagunça em sala de aula". Enfim, temas como a “medicalização da vida”, ou “simplificação da vida”, também fazem
parte dessa discussão.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
A fotografia de Joceli Borges e sua NARRATIVA PESSOAL e Nossa famigerada EDUCAÇÃO NACIONAL
Estou tentando
desenvolver um trabalho que envolve “a fotografia”. Assim, venho também
tentando entender um pouco mais, sobre esse tipo de arte ultimamente. Sei quase
nada sobre fotografia. Mas sempre que acho uma foto bonita e/ou interessante, a
guardo em meus arquivos, e às vezes fico olhando para elas.
Uma das poucas coisas que sei
sobre fotografia, é que existe um prêmio americano, chamado Politzer, que
premia os melhores fotógrafos do mundo. Eu sempre dou uma olhada nos
ganhadores, em suas fotografias. E uma
das fotos que me impressionou uma vez, que nem sei de quem, nem o ano, é a de
uma “Menina Afegã”. É impressionante a força da expressão/beleza dessa menina,
na fotografia.
Um dos
grandes nomes que sei sobre fotografia no Brasil é o de Sebastião Salgado. E vendo
um de seus trabalhos, me deparei com uma foto muito bonita, de uma menina que
está na capa de um livro seu, chamado “TERRA”. Ela é uma menina também, como a
Afegã.
Quis
saber um pouco mais sobre a história daquela foto. E achei uma notícia na Folha,
desse ano, em que conta um pouco como está à vida dessa menina. Foto esta, que
percorreu o mundo todo, e que ganhou vários prêmios.
E achei
muito impressionante, a história por detrás dessa bela foto. Como pano de
fundo, a questão do MST, entre outras. Como disse, essa foto faz parte de um
livro, em que Salgado registrou pessoas do Movimento Sem-Terra, em marchas e
acampamentos pelo país. Essas fotos foram registradas quase logo após, aquele
massacre que aconteceu em Eldorado do Carajás (PA), onde a Polícia abriu fogo
em um acampamento do MST.
Passado
alguns anos depois do retrato que a deixou “conhecida” por todo o mundo, (e
Joceli diz que não se lembra do momento da fotografia, e nem de ter conversado
com o fotógrafo), ela perdeu a mãe assassinada em um assentamento sem-terra. É que
o pai, diz ela, logo depois da foto, conseguiu um pedaço de terra, e ainda hoje
vive nele. E ela, o marido, e os filhos, que antes moravam na cidade, agora
estão também vivendo em um acampamento, sonhando um dia, conquistar um pedaço
de terra.
Joceli
fez uma espécie de narrativa pessoal, em uma carta que a matéria trás, para
falar um pouco sobre suas condições.
Um dos aspectos que eu gostaria de levantar nisso tudo (e até peço desculpas por minha “pequenez”, mediante tanta beleza, e tristeza, envolvendo essa história), é que claramente, ela (Joceli) se enquadraria no que quase 60% dos brasileiros se enquadram atualmente, em termos de Educação, segundo especialistas: Analfabetismo Funcional.
O que eu penso sobre tudo isso:
Uma bela foto. Um retrato do país. Mais uma história muito triste (já não
bastasse episódios como o dos Carajás, relacionado a pré-foto, e depois a morte
da mãe da moça no pós-foto). Injustiça.
E essa história toda, contradiz (espontaneamente
também), aquela ideiazinha furada-fascista, que tange por aí nas conversas de
maneira tão espontânea, que os tais “sem-terra”, são tudo “gente sem-vergonha”,
“que querem a terra para vender...”
E uma
ideiazinha que eu também carrego comigo, que uma vez uma colega Ass. Social me
contou, e que achei simples, mas muito digna: “não é aquele negócio de dar o
peixe fisgado não. É dar a varinha? É ensinar a pescar? Sim. E ainda: é dar a varinha,
o anzol, ensinar a pescar, verificar as condições do rio, como por exemplo, que
tipo de peixe tem por lá, o transporte para o pescado, o gelo para ele não
estragar, o protetor solar...”
Agora,
como uma pessoa que nem ao menos sabe escrever direito, terá condições para trabalhar
com agricultura, e viver satisfatoriamente? Não sei ao certo as causas que essa
menina não estudou. Na matéria, fala que ela, teve até uma oportunidade de
estudar no Rio de Janeiro, a convite da Fundação vinculada a Sebastião Salgado.
Mas ela teria recusado, pois não queria ficar longe da família.
Suponhamos que perto do
acampamento, onde ela e os pais viviam, deveria ter uma escola.
Mas
porque ela não estudou, e não conseguiu terminar os estudos, para ao menos
conseguir escrever uma carta de maneira que pudesse comunicar melhor seus
pensamentos, sentimentos?
Não sei
por que essa moça não foi à escola. Mas essa história toda envolve um dos
graves, grandes problemas que nosso país, que as pessoas, enfrentam.
Falando
sobre esse assunto: Educação, me lembrei de um vídeo, que vi tempos atrás, de
uma professora, que virou a maior “febre” (pena que a febre passa, nesse caso) no país.
Essa professora (Amanda Gurgel é o seu nome), tempos depois, parece-me que
apareceu até no Faustão. Ela melhor que qualquer pessoa, em minha opinião, pode
falar sobre a questão da educação no nosso país. Lembro que quando conheci essa
narrativa, fiquei assistindo-a por várias vezes repetidamente, como se fosse um “café
da manhã reforçado”, para motivação. Tamanha sua lucidez, clareza, coragem,
força. Ela é também é mais uma trabalhadora da ponta (só que em área diferente
da minha). E aproveito aqui, para fazer essa rememoração dessa bela narrativa.
Abaixo,
a foto da Menina Afegã, da Joceli por Salgado, o vídeo da professora Amanda, e o link da matéria sobre Joceli.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1142313-menina-eternizada-em-foto-de-sebastiao-salgado-ainda-e-sem-terra.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1142313-menina-eternizada-em-foto-de-sebastiao-salgado-ainda-e-sem-terra.shtml
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
INFORMATIVO NA SOLA DA BOTA - O Agente Comunitário de Saúde em Foco
(POSTANDO UMA EXPERIÊNCIA QUE REALIZAMOS JUNTO PRINCIPALMENTE AOS AGENTES COMUNITÁRIOS
DE SAÚDE NO ANO DE 2010 E 2011)
INFORMATIVO NA SOLA DA BOTA – O Agente
Comunitário de Saúde em Foco
Nos vários momentos que diariamente nossa equipe, tem com os Agentes
Comunitários de Saúde - ACS, um tom bastante presente nas conversas, é o
sentimento de desvalorização, que essa categoria de profissionais de saúde
verbaliza. Existiu uma narrativa de uma ACS, na época em que estávamos
começando nosso trabalho, e que nos motivou a construir uma proposta de
atividade voltada especificamente para os ACS. Em uma conversa, uma ACS disse
que num encontro inusitado com uma moradora da sua área, em um supermercado, fora
o horário de trabalho, recebeu a seguinte exclamação: “Nossa, nem estava
reconhecendo você sem o uniforme, é você que todo mês vai lá em casa! Como é
bonita!”; A Agente citou esse acontecimento, ressaltando que as pessoas nem a
reconhecem, sem o uniforme diário de ACS. Mas pensamos que existem muitos
outros “não-reconhecimentos”, nessa profissão. Que aliás, para muito
gestores/especialistas, ainda nem está definido, se é ou não considerado uma profissão.
Começamos a nos encontrar com os ACS de
uma Unidade de Saúde. Nessa Unidade existe uma equipe de saúde, composta por:
médica clínico-geral, uma odontóloga, uma auxiliar de odontologia, uma
enfermeira, dois técnicos de enfermagem, dois agentes administrativos, uma agente
administrativa que dispõe as medicações para a população e uma gerente, que
também atua como assistente social. São quatro ACS ao todo. E juntos,
caracterizamos e pensamos em alguma ação que “desse mais voz” ao ACS, almejando
de que eles, e sua categoria, sejam um pouco mais valorizadas, tanto pela
comunidade em que trabalham, como entre os colegas de serviço. Geralmente, a
conversa com os ACS se deu nos primeiros horários da manhã, onde eles, todos os
dias de trabalho, se reúnem na Unidade de Saúde, para o planejamento das ações
diárias. Nesses momentos, a enfermeira também faz algumas orientações e repassa
alguns informes. E se deu também nas sextas-feiras no período vespertino, pois aqui
na rede de saúde, está estipulado também, que devem acontecer as reuniões de
equipe. Momentos esses, que também pensamos ser importantes para as atividades
interdisciplinares, como a confecção do informativo. Dessa maneira, pensamos em
confeccionar um informativo, onde eles pudessem “aparecer” mais.
O informativo está dividido em algumas
partes: a primeira chama-se: “Bate Papo
Saúde”. É o maior espaço do informativo, e geralmente é escrito em parceria
de um ACS com outro profissional da unidade de saúde de nível superior, como a
enfermeira por exemplo. Assuntos como: vacinação, diferença entre urgência e
emergência, métodos contraceptivos e violência contra a mulher, foram
discutidos nesse espaço ao longo das edições do informativo.
São informações que os ACS esboçaram
curiosidade em entender melhor, relacionadas com as problemáticas que
enfrentam. E o profissional de nível superior, pode contribuir com um “olhar
mais científico” sobre a o assunto. O espaço fica na primeira página,
centralizado, no informativo.
Logo abaixo existe um espaço, com o
nome de: “Informes da Unidade”, onde
são postulados: horários, procedimentos que a unidade de saúde está oferecendo,
mudanças na agenda/rotina da unidade, início ou encerramento de grupos e outras
atividades da UBSF.
E por último, um espaço denominado: “Saúde e qualidade de vida é:”:, onde
escolhemos alguns temas geralmente em forma de desenhos, para a finalização do
informativo de maneira mais “provocativa”. Todos esses processos do informativo
foram construídos não apenas pelos ACS, mas por outros profissionais da
unidade, como a gerente da unidade, a enfermeira, os técnicos etc. E sempre em
parceria com o com o nosso grupo.
Foram confeccionados 4 informativos, ao longo de 1 ano e meio. Com tiragem de
100 exemplares de cada informativo. Com essa experiência, não apenas almejamos valorizar
um pouco mais o ACS enquanto profissional fundamental e diferenciado da Atenção
Básica, mas também trabalhar conceitos como: de Educação Permanente, de
Controle Social, e principalmente de Educação em Saúde. Quanto ao impacto das
informações mediante a população, pouco podemos dizer nesse aspecto. Uma vez
que o informativo depois de pronto, ficava a disposição da população, na sala
de espera da unidade de saúde, e não temos relatos dos comentários da
população. Sabemos que existia a possibilidade da população as vezes nem ler o
que estávamos escrevendo. Mas foi notório
o empenho e satisfação nossa, a cada informativo confeccionado.
Outro comentário é com relação ao tempo, para a confecção do informativo disponibilizado
para os ACS. Devido à rotina desses ACS na unidade, a confecção do informativo,
foi realizada em horários “não estipulados”. Quando existiu um “tempo livre”,
sentávamos juntos (Nós e os ACS), para pensarmos os temas, pautas, dos
informativos, bem como na sua edição. Assim, não foram preestabelecidos
horários para a confecção desse informativo, com a gerência da unidade, já que nos foi justificado que o tempo do ACS era
limitado, devido a grande demanda de atribuições.
Pensamos que diante o processo de
trabalho cotidiano que os ACS exercem, uma atividade como o Informativo, talvez
não se “enquadre” no que ainda está arraigado na Atenção Básica: aquele modelo
tradicional. Não sendo entendido como algo que também pode “promover saúde” de
alguma forma. Acreditamos também, que poderíamos ter melhor aproveitado o
informativo, no sentido de se trabalhar com a população. Talvez, ter pensado na
participação da comunidade no próprio processo de elaboração do informativo.
E foi muito legal perceber, que no andamento dessa
atividade do informativo, dois dos 04 ACS que participaram na elaboração deles,
começaram a cursar um curso superior. Uma delas está cursando enfermagem, e o
outro ACS está fazendo letras.
CAPScioso
CAPS cioso
Meu intestino, não sei distante
Aperta doído, quando não tem
E os meu vídeos, pela cabeça
Passando sem pausa. Alucinam
E assim sendo, rico de mim
Ah sem ninguém querer,
Ninguém melindrando
E muito que eu quis, cadê!
E se roubaste um diamente
De um banco bem verde, ficaria mais contente
Claro,
Claro por de baixo dos panos,
há um calor azedo
Vem sufocar essa flor, sentar na mesa fria
Com aquele fulgor
Para comer então
Fish frito com macacão
Eduardo Filho
sábado, 15 de dezembro de 2012
AlucinaAÇÃO
Alucinação
Belchior
Eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais
Nem em tinta pro meu rosto
Ou oba oba, ou melodia
Para acompanhar bocejos
Sonhos matinais...
Eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Nem nessas coisas do oriente
Romances astrais
A minha alucinação
É suportar o dia-a-dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais...
Um preto, um pobre
Uma estudante
Uma mulher sozinha
Blue jeans e motocicletas
Pessoas cinzas normais
Garotas dentro da noite
Revólver: cheira cachorro
Os humilhados do parque
Com os seus jornais...
Carneiros, mesa, trabalho
Meu corpo que cai
Do oitavo andar
E a solidão das pessoas
Dessas capitais
A violência da noite
O movimento do tráfego
Um rapaz delicado e alegre
Que canta e requebra
É demais!...
Cravos, espinhas no rosto
Rock, Hot Dog
"Play it cool, Baby"
Doze Jovens Coloridos
Dois Policiais
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida...
Mas eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais
Longe o profeta do terror
Que a laranja mecânica anuncia
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais
Amar e mudar as coisas
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais...
Um preto, um pobre
Uma estudante
Uma mulher sozinha
Blue jeans e motocicletas
Pessoas cinzas normais
Garotas dentro da noite
Revólver: cheira cachorro
Os humilhados do parque
Com os seus jornais...
Carneiros, mesa, trabalho
Meu corpo que cai
Do oitavo andar
E a solidão das pessoas
Dessas capitais
A violência da noite
O movimento do tráfego
Um rapaz delicado e alegre
Que canta e requebra
É demais!...
Cravos, espinhas no rosto
Rock, Hot Dog
"Play it cool, Baby"
Doze Jovens Coloridos
Dois Policiais
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida...
Mas eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais
Longe o profeta do terror
Que a laranja mecânica anuncia
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais
Amar e mudar as coisas
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais...
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais
Nem em tinta pro meu rosto
Ou oba oba, ou melodia
Para acompanhar bocejos
Sonhos matinais...
Eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Nem nessas coisas do oriente
Romances astrais
A minha alucinação
É suportar o dia-a-dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais...
Um preto, um pobre
Uma estudante
Uma mulher sozinha
Blue jeans e motocicletas
Pessoas cinzas normais
Garotas dentro da noite
Revólver: cheira cachorro
Os humilhados do parque
Com os seus jornais...
Carneiros, mesa, trabalho
Meu corpo que cai
Do oitavo andar
E a solidão das pessoas
Dessas capitais
A violência da noite
O movimento do tráfego
Um rapaz delicado e alegre
Que canta e requebra
É demais!...
Cravos, espinhas no rosto
Rock, Hot Dog
"Play it cool, Baby"
Doze Jovens Coloridos
Dois Policiais
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida...
Mas eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais
Longe o profeta do terror
Que a laranja mecânica anuncia
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais
Amar e mudar as coisas
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais...
Um preto, um pobre
Uma estudante
Uma mulher sozinha
Blue jeans e motocicletas
Pessoas cinzas normais
Garotas dentro da noite
Revólver: cheira cachorro
Os humilhados do parque
Com os seus jornais...
Carneiros, mesa, trabalho
Meu corpo que cai
Do oitavo andar
E a solidão das pessoas
Dessas capitais
A violência da noite
O movimento do tráfego
Um rapaz delicado e alegre
Que canta e requebra
É demais!...
Cravos, espinhas no rosto
Rock, Hot Dog
"Play it cool, Baby"
Doze Jovens Coloridos
Dois Policiais
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida...
Mas eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais
Longe o profeta do terror
Que a laranja mecânica anuncia
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais
Amar e mudar as coisas
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais...
GRANDE BELCHIOR
Não Leve Flores
Belchior
Não cante vitória muito cedo, não.
Nem leve flores para a cova do inimigo,
que as lágrimas do jovem
são fortes como um segredo:
podem fazer renascer um mal antigo.
Tudo poderia ter mudado, sim,
pelo trabalho que fizemos - tu e eu.
Mas o dinheiro é cruel
e um vento forte levou os amigos
para longe das conversas, dos cafés e dos abrigos,
e nossa esperança de jovens não aconteceu, não, não.
Palavra e som são meus caminhos pra ser livre,
e eu sigo, sim.
Faço o destino com o suor de minha mão.
Bebi, conversei com os amigos ao redor de minha mesa
e não deixei meu cigarro se apagar pela tristeza.
- Sempre é dia de ironia no meu coração.
Tenho falado à minha garota:
- Meu bem, é difícil saber o que acontecerá.
Mas eu agradeço ao tempo.
o inimigo eu já conheço.
Sei seu nome, sei seu rosto, residência e endereço.
A voz resiste. A fala insiste: você me ouvirá.
A voz resiste. A fala insiste: quem viver verá
Nem leve flores para a cova do inimigo,
que as lágrimas do jovem
são fortes como um segredo:
podem fazer renascer um mal antigo.
Tudo poderia ter mudado, sim,
pelo trabalho que fizemos - tu e eu.
Mas o dinheiro é cruel
e um vento forte levou os amigos
para longe das conversas, dos cafés e dos abrigos,
e nossa esperança de jovens não aconteceu, não, não.
Palavra e som são meus caminhos pra ser livre,
e eu sigo, sim.
Faço o destino com o suor de minha mão.
Bebi, conversei com os amigos ao redor de minha mesa
e não deixei meu cigarro se apagar pela tristeza.
- Sempre é dia de ironia no meu coração.
Tenho falado à minha garota:
- Meu bem, é difícil saber o que acontecerá.
Mas eu agradeço ao tempo.
o inimigo eu já conheço.
Sei seu nome, sei seu rosto, residência e endereço.
A voz resiste. A fala insiste: você me ouvirá.
A voz resiste. A fala insiste: quem viver verá
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
NOTA
Esses dias participei de uma atividade, que eu achei bastante interessante, em uma unidade de saúde.
Todo
final de ano, essa unidade de saúde realiza um evento, onde o foco são as crianças
da comunidade. Já é uma tradição. E fazem um “desfile” com os pequenos. Esse
ano o tema foi “Anos 60”. Teve um ano em que o tema foi “Cowboy”, e na parede
das salas da unidade, tem fotos das crianças que participaram nos anos
passados.
É um
momento em que eu vi a maior parte dos trabalhadores de saúde dessa unidade,
principalmente os Agentes Comunitários de Saúde, se mobilizando, organizando,
planejando um momento voltado para as crianças daquela comunidade. A Assistente
Social cuidou das inscrições, a enfermagem e os Agentes fizeram a decoração, o
odontólogo ficou com a fotografia, e quem não participou diretamente, fez uma
doação: brinquedos, doces, materiais para a decoração etc. E existe sempre o
“rateio” para comprar alguma coisa que fica faltando nas doações, que os Agentes
principalmente angariaram na comunidade.
Percebi
que foram momentos que integraram a equipe de uma forma ímpar. Por exemplo.
Participei do momento em que as Agentes estavam aprontando a decoração no
local. Havia até uma Agente, que estava de licença maternidade, e que foi até o
local, para ajudar. É o momento em que os filhos dessas mulheres, também
ajudam, e /ou atrapalham, com suas traquinagens. E conhecemos os filhos, netos,
de quem trabalha conosco. E cuidamos do filho do nosso colega naquele momento.
Foi um momento descontraído, de conversa, enquanto embalávamos os brinquedos, e
pensávamos na decoração do lugar.
E essa
história, para mim, especificamente, ficou complicada. É que além de dar uma “mãozinha”
nesse evento, me pediram para que eu fosse o jurado do desfile. Eu, com a
enfermeira, a educadora física e o Assistente Social da unidade, seríamos o “corpo
de jurados”, e tínhamos que ver as crianças, bem pequenas, e darmos uma nota a
elas. Os quesitos eram: desenvoltura, simpatia, armação da fantasia, e
acompanhamento da criança pela unidade de saúde (como o número de consultas,
vacinas, pré-natal etc). Desde já, as Agentes de Saúde, “pularam fora” dessa
questão de dar notas as crianças. Pois elas mesmos disseram: “nós não podemos
dar nota não, pois isso pode dar “rolo”, uma vez que moramos na comunidade, e
vai que uma mãe acha que estamos beneficiando algum parente nosso, ou coisa
parecida...”. Enfim, aceitei.
E
fiquei pensando em como avaliar uma criança. Na verdade, eu nem sabia os
quesitos que iríamos avaliar. Chegando no dia, ajudei a instalar o som, e ainda
fiquei como DJ, vendo as crianças passarem por nós, aumentando e abaixando a
música, enquanto a apresentadora falava. Desfilaram crianças lindas (e não encontro
nenhum outro adjetivo para elas), a maior parte delas, desfilavam acompanhadas
por suas mães, avós, irmãs, responsáveis. Meninas com vestidos de bolinhas,
óculos escuros, tiaras. Para os meninos até gel e bebês com costeletas feitas a
lápis preto. E desfilaram também crianças com roupas sem correlação a temática
proposta. Crianças com “roupas de sair”, de ir à igreja. Mas em todas as
crianças, você via todo o cuidado e carinho que aquelas mulheres tiveram com
elas para a preparação do momento, para o desfile. Mulheres que ao acompanhar
as crianças na “passarela”, estampavam um sorriso na cara. Mulheres que
desfilavam de chinelo de dedo.
E
fiquei pensando sobre essa questão de se avaliar alguém, e mais, de se avaliar
uma criança.
O primeiro
pensamento que tive com essa proposta, foi com relação aquele belo filme: “Pequena
Miss Sunshine”. Que retrata a priori, sobre o exagero que esses concursos de beleza
voltados para crianças assumem. São meninas no caso, que colocavam dentes “postiços”,
“mega hair”, salto alto, maquiagem, para ganharem os concursos. Sem falar no
impacto emocional que vai causando essas “disputas”. E esse filme, retrata
também, me parece, aquela coisa do “esvaziamento” na vida dos adultos, por
detrás dessas crianças.
Uma
vez eu li um texto, em que a autora falava exatamente do papel que as crianças
exerciam na vida das pessoas, que moravam nas comunidades mais pobres. Naquelas
famílias em que o pai e a mãe são um mero detalhe. São avós, tios, tias,
sobrinhos, filhos de outros casamentos, mães que deixam seus filhos com
vizinhos, avós que tomam filhos de filhas, e por aí vai, tudo na mesma casa, no
mesmo ambiente. E no centro disso tudo: as crianças. E em sua tese, a ideia de
que as crianças, nem mais, nem menos, representavam para os adultos dessas
famílias: um futuro melhor.
Quando
eu penso em criança ultimamente, eu me lembro de Manoel de Barros: ele
simplesmente diz que é nas crianças, que estão os verdadeiros ensinamentos. Que
devemos sempre aprender com elas.
E
fiquei pensando nesse negócio de dar nota para uma criança. E me lembrei do
Rubens Alves. E tenho que falar um pouco sobre Rubens Alves. Tive duas vezes
oportunidades de ouvi-lo falar. Da primeira vez que eu o vi, tinha 17 anos, e
fui assistir a uma palestra sua. Depois fui à casa onde ele estava almoçando.
Eu era amigo de uma das mulheres que estavam organizando o evento, e ele foi
almoçar na casa dela. Mas na época, de tanta timidez eu acho, nem troquei sequer
uma palavra com ele. Mas lembro-me bem que uma das cenas mais impactantes que
eu presenciei, foi no final de sua palestra, em ver o aglomerado de
professoras, pedagogas, entorno dele, querendo sua atenção. Pareciam fãs
adolescentes “alá” Luan Santana. Mas como? Um senhor, com o mínimo de cabelo
brancos, provocando mulheres dessa maneira, com sua inteligência, carinho,
carisma? A ponto delas quase darem suas calcinhas para ele autografar. Fiquei
pensando nisso. E da outra vez que eu o vi falar, foi nessa cidade aqui mesmo. Depois
de mais de uma década. O auditório lotado, e não havia lugar mais nem para se
sentar no chão.
Mas a
história que ele me contou, relacionado ao tema nota, é que tem uma ideia de
como para ele, deveria ser o vestibular. Na verdade, em sua opinião (e já
ressalta que é maluco mesmo), não deveria nem existir o vestibular. Um dos argumentos
que o fez chegar a essa conclusão, foi ter tido conhecimento da indignação de
um cronista na época, depois de ter tido um trecho de uma de suas crônicas,
publicada em uma questão de vestibular. A indignação dele era que nem mesmo
ele, se tivesse prestado e tentado resolver a tal questão, não conseguiria. Assim,
para Rubens Alves, o que deveria existir ao invés de vestibular, seria um
sorteio. Simples assim: sorteio de vagas, para quantidade de candidatos. Só um
humanista como ele, pode ter ideias assim.
Então,
como eu avaliaria aquelas crianças...
Esse negócio
de dar notas é complicado. Quem de nós não esteve já do outro lado da moeda? Ou
seja, quem de nós já não foi avaliado algum dia? Aliás, desde que nascemos, nas
primeiras horas, já “ganhamos” uma nota. O teste de Apgar, já é uma nota que
nos dão no hospital, avaliando alguns sinais do bebê. E tem o colégio, e tem a
carteira de habilitação, e as entrevistas e emprego, e muitas e muitas outras
avaliações, que nos fazem cotidianamente.
E acho
isso tudo muito complicado. Assim, como eu avaliaria aquelas crianças?
Por
fim, a única saída que eu vi para mim foi: dei 10 para todas as crianças, em
todos os quesitos, deixando assim, para os meus colegas jurados, as notas
diferenciais, que escolheram o primeiro, o segundo e o terceiro lugar. Mas
todas as crianças, ganhando ou não, ganharam um brinquedo. Lógico que para as
primeiras, o brinquedo era melhor.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Por entre PRAÇAS MEDO DROGAS - Educação Popular em Saúde
Era
um sábado à tarde a toa. Estava no centro da cidade, e fui conhecer
a nova praça principal daqui. Ela recentemente passou por uma longa
reforma. Achei um jornalzinho desses de igreja no chão, com uma capa
que me chamou muito atenção, coloquei-o embaixo do braço, e fui
buscar um lugar para me sentar.
No
primeiro intacto que me causou essa praça, já não gostei. Achei
muito carregado o paisagismo que fizeram. Na verdade já não gostei
bem antes. É que apesar dos compensados de madeira que impediam a
visão da reforma, já dava para perceber que ao redor da praça
inteira, estava sendo erguida uma grade. Mas como assim? Vão cercar
com grades uma praça pública que antes era aberta? É isso. Antes a
qualquer hora do dia e noite, você poderia ir e vir, entrar e sair
nessa praça, mas agora não. Mas quais seriam os motivos por detrás
disso? A primeira coisa que me veio à cabeça: é para que lá, não
se aglomeram mendigos, usuários de drogas e as prostitutas. Os
usuários de drogas e prostitutas, eu nem vou comentar. Mas e os
mendigos...
Como
que retiram dos mendigos até os bancos da praça? Nem mais o banco
da praça os mendigos tem direito??? Aqui na nossa cidade, existem
coisas que eu classificaria como “FORJADAS.” Existe até a cidade
do Papai Noel, do Polo Sul, ou Norte (nunca soube bem ao certo), que
se transferiu, ou abriu uma filial nos Altos da Afonso Pena.
Como
também fizeram com a famosa, e cheirosa feira livre central, a
maior, que servia o delicioso Sobá. Ela sempre existiu, e cresceu,
em uma rua. Ficava paralela a avenida Mato Grosso. Dizem que saiu da dessa rua, devido ao empreendimento religioso que se ergueu em
frente: segunda maior Igreja Universal do país. Enfim, não sei
direito os porquês, só sei a mudaram de lugar, e a transferiam para
um galpão da antiga estação ferroviária. Agora ela atende um
aglomerado de gente, mais turistas, num lugar amplo e mais
organizado... Mas como uma amigo meu disse, não poderia se chamar
mais “feira”, nem muito menos “livre”. Feira é um lugar na
rua. É o momento em que a rua descansa de carros. É o lugar onde
encontramos pessoas vizinhas, que moram ao nosso lado, e nem ao menos
sabemos seus nomes. É o lugar onde podemos comer talvez na frente de
casa, pois as comidas chegam até nós, sem precisar pedir
delivery...
Outro
acontecimento que eu me lembre, foi relativo ao monumento chamado
de“Cabeça de Boi”. É uma estrutura de ferro grande, que tem em
uma de suas partes, uma cabeça de boi com um cifre grande. A
discussão da época, era que essa cabeça que ficava no centro de
uma praça antiga, de um bairro bem tradicional daqui, simplesmente,
da noite para o dia, sumiu. Retiram essa cabeça dali, e a colocaram
em um cruzamento, de uma nova avenida que foi revitalizada de outra
parta da cidade recentemente. Lembro-me da indignação de alguns
moradores, pois não haviam em nenhum momento sido indagados, sobre a
transposição da cabeça da praça, desse monumento da cidade.
Sentiram-se lesados com isso.
Enfim,
mas estou eu, nessa nova praça. Com o pensamento de abrir o jornal.
Uma fonte bonita com luzes acessa (era dia, acho que a noite a praça
fica trancada), faz jorrar um grosso de água pra cima. E de imediato
percebo um som instrumental, alto, tipo música clássica. Algumas
crianças correndo pra lá e pra cá. No início acho que é alguma
apresentação artística, ou coisa do gênero. Tendo achar essa
apresentação. Mas logo percebo que esse som alto, vem de quatro
caixas estridentes e grandes, posicionadas fixamente e
quadrangularmente, de modo que o som perpasse por todo o território.
No início acho até interessante. Mas minutinhos depois, não sei
direito por que, mas aquele som vai me incomodando tanto, que nem
consigo mais ficar ali. Fiquei pensando: quem está colocando aquele
som? E que mal qualidade de som... Qual era o nome daquela música?
Quem tocava? Se eu quisesse buscar mais informações sobre a música,
e/ou, até mesmo o som, quem eu deveria procurar ali? Quem era o cara
que colocava essa música? Onde estava o “toca CD”? Se alguém se
incomodasse com aquele som, poderia pedir para abaixar o volume?
Existem outros estilos que também são colocados para ouvir? É o
dia todo de som daquela forma? Qual é o horário que começa a
tocar, e qual é o término? Muitas questões acho que passaram por
mim, e esse foi o motivo do meu mal-estar. Fui embora da praça...
Conversando
com minha irmã sobre a praça, ela havia me dito que uma amiga sua,
que reside no centro de uma cidade do interior de São Paulo, mais
especificamente na frente de uma outra praça como aquela, e que
também tocava som (com caixas na praça), sentia-se frequentemente
angustiada, com a sensação até de loucura, dizendo que as vezes
aquele som emitido pelas caixas de som da praça, a deixava
“doida”.Fiquei mais tranquilo...
Lembrei-me
da corrutela dos meus pais, onde hinos da igreja, e notas de
falecimentos, também são até hoje, emitidos na praça, pelos
alto-falantes da igreja. Os sinos demarcando acontecimentos e
horários, significam isso. Mas acho que era diferente. Havia um por
que. Mas e aquele som, de música clássica, naquela altura, naquele
horário, o que significava aquilo?
Voltando
para o jornal, a capa trazia uma bomba relógio vermelha prestes a
explodir, bem grande, na página inteira. DROGAS, UMA BOMBA-RELÓGIO,
PRESTES A EXPLODIR. Folheando o jornal, por entre testemunhos,
bênçãos e pecúlio, com a palavra, os especialistas. Os
psiquiatras, ressaltaram os malefícios que as drogas causam nas
pessoas começando por (não me lembro exatamente, mas o tom era
esse): aceleramento da queda do cabelo, déficit cognitivo, cânceres,
disfunções sexuais, homossexualismo, perda de identidade, fundo do
poço, depressões e esquizofrenias, perda de laços sociais e/ou
afetivos, desemprego e por fim, a tal da morte. Pouco falaram sobre o
álcool. E em um outro quadrante, uma nota inteira sobre a maconha, e
seus malefícios, e alertavam: não é uma droga leve, como existe o
mito. Cuidado! Afeta severamente a memória. E também associaram o
HIV as drogas. E muito pouco, ou quase nada, falaram sobre a questão
do próprio abuso de psicotrópicos, já que a maioria deles eram
psiquiatras. E quase nada sobre o álcool.
Eu
não quero entrar nessa questão, mas vou fazer um comentário sobre
o que faz mal para nós. (Penso que o lance é cada um, na sua
individualidade, conhecer e poder escolher, aquilo que faz ou não
mal, para sua própria saúde, mas iriei falar mais disso logo
abaixo) O que é que podemos considerar o que pode nos matar? Quais
substâncias que também podemos associar a vários males de saúde?
Quais são essas substâncias? Apenas as tais drogas que o jornal
ressaltou? Ampliando, muitas drogas como muitos sabem, são vendidas
em drogarias, farmácias, em toda e qualquer esquina. Quem não sabe
que toda medicação, tem seu efeito colateral, como os simples
remédios para hipertensão? Que em sua ingestão ao longo dos anos,
vai causando deterioramento das funções renais, entre outros
males... que os psicotrópicos como o Clonazepam, está cada vez mais
causando dependências nas pessoas...
E
por falar nesse assunto, lembro-me de uma pesquisa que vi a algum
tempo atrás, não me lembro bem se foi na palestra ou no livro, de
Gustavo Tenório (A Construção da Clínica Ampliada na Atenção
Básica), médico professor da Unicamp, em que apresentou um estudo
estarrecedor. Falando de alguns dados obtidos pela pesquisadora
Barbara Stratifil, onde ela aponta a IATROGENIA, como a terceira
maior causa de óbitos nos EUA. Numa rápida busca:
“Iatrogenia
é uma doença com efeitos e complicações causadas como resultado
de um tratamento médico. O termo deriva do grego e significa de
origem médica, e pode-se aplicar tanto a efeitos bons ou maus. Em
farmacologia, iatrogenia refere-se a doenças ou alterações
patológicas criadas por efeitos colaterais dos medicamentos.
Geralmente a palavra é usada para se referir às consequências de
ações danosas dos médicos, mas também pode ser resultado das
ações de outros profissionais, como psicólogos, terapeutas,
enfermeiros, dentistas, etc. Além disso, medicinas alternativas
também podem ser uma fonte de iatrogenia. Uma causa muito comum de
efeitos iatrogénicos, que acarreta em óbito, é a interação
medicamentosa, que é quando um ou mais medicamentos alteram os
efeitos de outros que estão sendo tomados pelo paciente, que podem
aumentar ou diminuir a ação do mesmo. Efeitos colaterais, assim
como reações alérgicas a medicamentos, também são uma forma de
iatrogenia. Com o passar do tempo, algumas bactérias se tornan
resistentes a determinados medicamentos, e essa resistência também
é uma iatrogenia.”
Então,
o que faz mal e pode nos matar? Ampliando: quem não se lembra do
chumbo, que havia nas tintas usadas nas paredes das nossas casas, e
que causavam prejuízos ao desenvolvimento das pessoas, como sérias
dificuldades de aprendizagem em crianças... quem não se lembra das
telhas e caixas d´água feitas de amianto.... quem não se lembra da
água oxigenada que colocavam no leite, um produto altamente
cancerígeno, para que o leite rendesse mais... quem não
frequentemente come carne de supermercado e sente um gosto estranho,
e sabe lá o que é que tem nessa carne... quem não vive em cidades
onde o ar, aquele que respiramos, e está cada vez mais poluído
devido ao entupimento de gás carbônico emitido pelos carros,
fábricas e afins, causando “probleminhas” como o aquecimento
global, asma, bronquite, entre outros...
Enfim,
mas não é sobre essa questão, que eu quero falar. Gostaria de
falar sobre uma área que eu trabalho, que é a Educação Popular em
Saúde. Relacionando-a a questão das drogas, o que eu percebo, no
meio da saúde pública, é infelizmente esse tipo de “pedagogia”que
li no jornalzinho, que é baseada fundamentalmente no MEDO. Tem
alguns colegas que até classificam como “Tratamento de Choque” e
coisas parecidas. Quando colocamos uma bomba relógio na capa, com os
especialistas falando dessa maneira, eu acho muito complicado.
Em
contrapartida a isso tudo, em uma entrevista que li e guardei na
minha “pastinha”, de muito tempo atrás, um dos maiores médicos
infectologistas do país (tipo time do Fantástico), dá uma
contribuição lúcida, e depois humilde, de possíveis começos de
caminhos, relacionados a essa questão da educação em saúde
relacionada as drogas, sexualidade, que podemos trilhar.
O
que mais me impressionou nesse relato dele, é quando fala sobre a
palestra que foi dar na escola da filha, e que a filha pediu para a
colega perguntar em seu lugar, sobre as dúvidas que carregava sobre
as drogas, sobre a sexualidade. Ou seja, ela não fez a pergunta em
uma conversa de almoço, ou no carro indo viajar com a família para
o litoral, ou mesmo num momento em que a família assistia a um
filme, de bobeira. Ela não conseguia esclarecer suas dúvidas,
angústias com o pai. Talvez não é nem esclarecer, mas apenas
conversar sobre o assunto. E precisou que ele fosse a sua sala de
aula, repito, um dos maiores médicos-especialistas do país, para
que ela usasse uma amiguinha da turma, para fazer os seus
questionamentos... Parabéns pela humildade desse médico.
O
título da entrevista é: DROGA É BOM, CAMISINHA É RUIM.
Impressionante. Abaixo a entrevista na íntegra:
David
Uip
"Camisinha
é ruim e droga é bom"
Para o médico, é preciso dizer a verdade antes de se reforçar que o preservativo salva vidas e que a dependência química mata. Pode ser um caminho para melhorar a prevenção da Aids
Para o médico, é preciso dizer a verdade antes de se reforçar que o preservativo salva vidas e que a dependência química mata. Pode ser um caminho para melhorar a prevenção da Aids
Gisele
Vitória
Assim
como tantos pais, o infectologista David Uip enfrentou dificuldades
para conversar com os filhos sobre sexo, drogas e Aids. Com toda a
experiência que acumulou em 34 anos de medicina, ficou roxo quando
seu filho, aos 7 anos, achou uma camisinha e lhe pediu para mostrar
como usava. Ciente das travas históricas entre pais e filhos nessas
conversas delicadas, ele acredita no poder da família, da
cumplicidade e da verdade para mudar comportamentos. Aos 57 anos,
ex-diretor do Incor, Uip é um dos maiores nomes da medicina no
Brasil e comanda um dos centros de referência de tratamento de Aids
no País.
"A
prevenção virá na hora em que tivermos vacina. O que não quer
dizer que devemos desistir
do preservativo. Porque a vacina vai demorar muito”
do preservativo. Porque a vacina vai demorar muito”
O
Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, é modelo
para a Organização Mundial da Saúde e realiza mensalmente 2,7 mil
atendimentos de pronto-socorro, 6 mil de ambulatório e 500
internações. Mesmo que os mais recentes números da Aids no mundo
mostrem uma redução de 17% nos casos de novos contágios da doença,
o médico não vê com otimismo o trabalho de prevenção. Para ele,
o coquetel mudou a história da Aids, mas a doença tem sido
banalizada. E só a chegada da vacina, que ainda vai demorar, será
capaz de mudar este cenário. Quando observa o aumento de casos entre
meninas de 13 a 19 anos, ele permanece fiel à crença de que só o
diálogo verdadeiro com a família e com a escola fará as gerações
futuras mudarem o olhar para a importância do uso do preservativo
como forma de evitar mais mortes pela doença.
"Adolescentes
não usam preservativo. E questiono se uma menina de 13 anos está
pronta para
ter uma vida sexual. Como ela vai negociar a prevenção?”
ter uma vida sexual. Como ela vai negociar a prevenção?”
Istoé-
O
recente relatório da Unaids expõe um panorama mundial mais otimista
sobre a redução do número de novos casos de Aids. Mas a prevenção
se mantém ineficaz. Como explica isso?
David
Uip -
É
uma notícia boa, mas precisa ser bem entendida. O que na verdade
melhorou foi o acesso aos medicamentos. Não a prevenção. As
pessoas tomam remédios, diminuem a quantidade de vírus no sangue e
nas secreções, e contaminam menos. Isso fica claro na prevenção
da transmissão materno-fetal. No Brasil, uma mulher grávida
soropositivo que não toma o coquetel anti-Aids tem 25% de chance, em
média, de passar o vírus para o filho. Com o tratamento, o risco
cai para 2%. Em um trabalho que realizo em Angola mantivemos o parto
normal e o aleitamento (duas situações de risco para a transmissão
do HIV) e, mesmo assim, o índice de contágio de mãe para filho é
menor do que 3%.
Istoé-
Os
anos se passaram e a prevenção continua sendo o grande problema da
disseminação da Aids.
David
Uip -
O mundo não achou ainda uma saída. O uso de drogas injetáveis,
ilícitas, diminuiu. Mas cresceu o de outras drogas que fazem com que
o indivíduo aumente a liberalidade e se contamine por sexo. Você
estabiliza uma coisa, mas desestabiliza outra. Conversando com as
pessoas você nota que a doença tem sido banalizada. Ah, tem
remédio, não vou morrer mais. Há pessoas que buscam o risco.
Istoé-
Por
que fazem isso?
David
Uip -
O
que determina o comportamento é o impulso. O indivíduo para o
carro, contrata uma pessoa e, sem nenhum cuidado, se relaciona. Não
há aqui nenhum preconceito quanto às preferências sexuais, mas eu
me refiro à proteção da pessoa e do próximo com quem ela vai se
relacionar. Estou muito preocupado.
Istoé
-
Não
existe medo?
David
Uip -
O
impulso é maior que o medo. Você pode ter desejo e se prevenir. Uma
outra história é quando um dos parceiros é soropositivo e o outro
não. Interessa muito que essa relação se perpetue. Porque se
estabelece critério de confiança. Mas vira e mexe aparece o
parceiro ou a parceira contaminada, ou grávida. Ou seja, não
fizeram a lição de casa. Isso é frustrante. Continuo cada vez mais
descrente. Dificilmente você muda comportamento.
Istoé-
As
campanhas de prevenção não são mais tão enfáticas?
David
Uip -
Quando
se fala de Aids hoje? Próximo a 1º de dezembro, Dia Mundial de
Combate à Aids, e no Carnaval. Imaginar que as pessoas não estejam
informadas é complicado. As pessoas sabem como se transmite e como
se previne. O que explica a exposição? Comportamento você não
muda com campanha, com informação. Você tem uma chance com a
educação continuada, desde a fase pré-adolescente.
Istoé-
O
sr. vê diferenças de comportamento nos adolescentes hoje?
David
Uip -
Eles
não usam preservativo. Aumentou o número de meninas com Aids. É
uma coisa que está clara. Aos 13 anos, questiono se esta menina está
pronta para ter uma vida sexual ativa. Como ela vai negociar
prevenção? Na outra ponta, aos 19 anos, a jovem muitas vezes se
relaciona com um cara bonito, legal e ela confia. Só que não está
estampado naquele rapaz que ele tem a doença. Aí vem a gravidez
indesejada, doenças sexualmente transmissíveis. Se isso acontece é
porque a pessoa não está usando camisinha.
Istoé-
A
velha situação de que a camisinha atrapalha o sexo ainda é
frequente?
David
Uip -
Entendo
que isso é da minha geração, gente com mais de 50 anos. Não fomos
treinados a usar preservativo. É um desafio, porque na cabeça do
homem de meia-idade pode significar que ele vai falhar. Para colocar
a camisinha, tem que haver ereção. Isso pode comprometer o momento.
Istoé-
Como
mudar os rumos da proteção contra a Aids?
David
Uip -
Acredito
que a prevenção virá na hora em que tivermos vacina. O que não
quer dizer que devemos desistir do preservativo. Porque a vacina vai
demorar. Muito. A prevenção virá com a educação. Família e
escola. Isso é um trabalho a quatro mãos.
Istoé-
Com
a chegada da vacina algum dia, acabaria então o fantasma da
camisinha que atrapalha o sexo?
David
Uip -
A
Adriane Galisteu, que começou uma campanha beneficente, A Cara da
Vida, para ajudar pacientes com Aids, fala uma coisa com a qual
concordo plenamente. Temos que começar a falar a verdade. Camisinha
é ruim. Droga é bom. Não adianta negar. Adriane diz publicamente
que seu irmão morreu vítima da Aids e se contaminou com uso de
drogas injetáveis. (Dias antes de morrer, o irmão da apresentadora
pediu a ela que nunca experimentasse drogas, porque poderia gostar).
Quando ela me contou desse pedido, inseri no contexto do que eu
penso. Não venha dizer que camisinha é bom porque não é. E não
adianta você dizer para um usuário de drogas que droga não é bom.
É bom, mas mata, tenho que avisar. Sou visceralmente contra o uso de
qualquer droga ilícita. Mas a conversa com a Adriane me fez refletir
muito. Porque é verdadeira.Vou dizer para o usuário que não é
legal ter barato? Ele vai dizer que eu digo isso porque nunca usei.
Então temos que falar a verdade. Droga é bom? É, mas vai te matar.
Camisinha é bom? Não, mas, se você não usar, pode morrer. Essa é
a história. Não adianta advogar prazer, fetiche numa coisa que não
tem. São situações desconfortáveis, mas necessárias.
Istoé-
É
importante os pais dizerem aos filhos que camisinha é ruim?
David
Uip -
Eu
diria: é ruim, mas tem que usar. Filho, droga pode ser bom, mas vai
te matar. Talvez os filhos criem mais confiança nos pais. É um
discurso mais autêntico. Outra coisa que acho importante dizer aos
filhos: acredite no que estou dizendo, no ensinamento. Se você for
experimentar de tudo na sua vida, vai parar aonde?
Istoé-
O
sr. sustenta a opinião de que é mais difícil o homem se contaminar
do que a mulher?
David
Uip -
Eu
e a estatística. Quando falei publicamente sobre isso, em 1991, as
pessoas me desaconselharam a manter a posição. E eu mantive. Não
mudei uma palavra. Naquela época, a proporção de casos de Aids era
mais ou menos de 40 homens para uma mulher. Se a taxa de aumento de
homens fosse paralela à de mulheres, hoje teríamos muito mais
homens infectados do que mulheres. Como é que agora essa proporção
está mais ou menos de um para um ou duas mulheres para um homem?
Porque a possibilidade de o homem se infectar com a mulher é muito
menor do que a da mulher com o homem. É óbvio. Essa história, que
me trouxe enormes problemas, hoje é confirmada. Aquilo que foi visto
como preconceito, homofobia, na verdade era um alerta. Eu estava
falando para as mulheres: previnam-se. Não achem que pelo fato de
serem casadas vocês não possam pegar Aids.
Istoé-
Como
os pais podem ajudar os filhos a se prevenir?
David
Uip -
Esse
é outro desafio. As famílias esperam que a informação venha da
escola. Percebo uma enorme dificuldade na abordagem dos assuntos sexo
e drogas, mas me coloco numa posição muito confortável porque as
minhas dificuldades não foram menores.
Istoé-
Que
histórias tem para contar sobre isso?
David
Uip -
Quando
a minha filha de 29 anos tinha 15, fiz um ciclo de palestras na
escola dela. Ao falar para a classe dela, o tempo inteiro ela ficou
conversando com uma amiga. Fiquei irritado. Acabou a palestra e eu
fui metralhado de perguntas pela amiga dela, com quem ela conversava
antes. No fim, perguntei para minha filha: que tanto você
conversava? Ela me respondeu que tinha coisas para me perguntar, mas
pediu à amiga para fazer isso. Baixei a bola e percebi que estava
falando um monte de coisas, mas que havia um problema na minha
própria casa. Outra história: meu filho, que tem 18 anos, aos sete
descobriu uma camisinha. E me perguntou: pai, o que é isso? Respondi
desconfortável. Para que serve? Tentei explicar. E o meu filho
insistiu. Mostra como usa? Aí eu fui na cozinha e peguei uma banana.
E ele disse: eu não quero ver com banana. Fiquei roxo. Foi uma
dificuldade que não pensei que tivesse.
Istoé-
E
como se pode iniciar o assunto de uma maneira menos desconfortável e
impositiva?
David
Uip -
A
família precisa conversar. Mas trabalhamos muito, temos pouco tempo,
o que cria distanciamento. Entendo que é difícil estabelecer uma
forma de abordagem. Isso vai muito da maturidade do pai e da mãe, do
convívio, da cumplicidade. Essa é a palavra-chave. Primeiro tem que
aprender a conversar com o filho. E, antes, tem que aprender a ouvir.
O grande truque é saber ouvir o que não está falado. Isso requer
um treinamento. Humildade.
FONTE:
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
QUEM NÃO GOSTARIA DE ENVELHECER COMO ELE?
Singela In Memoriam de Oscar Niemeyer
A VIDA É UM SOPRO
Isso aos 80 e poucos anos....
“Arquitetura é para os ricos apenas.”
“Já militei muito nesse país pelo Comunismo.”
- E sobre os eventos de Arquitetura?
- O último que eu fui foi há alguns anos atrás. Eu não fui e
nem vou a mais a nenhum, prefiro ficar em minha casa, em companhia de amigos. Lendo,
trabalhando, conversando, bebericando...
- Por quê?
- Nesse último que eu fui, bem mal começou, com 15 minutos
fui embora.
- O que aconteceu?
- Iriam me homenagear, mas não aguentei ficar por lá. Era um
tal de pessoas.... Uma querendo falar mais alto que a outra. Querendo se impor
de maneira agressiva sabe...?
- Mas você era o homenageado, e foi embora?
- Sim, esses professores, doutores, esses “engomadinhos”,
que só vivem confortavelmente em suas cadeiras, em salas com ar-condicionado. É
um querendo aparecer mais que o outro... Prefiro ficar na minha casa.
QUE SOPRO QUENTE E INTENSO...REFRESCANTE
PERPLEXIDADE E CORAGEM
Como
se nasce uma narrativa: Perplexidade (ou ao contrário, Encantamento)
e Coragem
A chamada da matéria no Folha-UOL:
O André machucou a cabeça e teve ferimentos na mão. Isso tudo você já deve saber, o importante de contar é que ninguém apoiou os caras, todas as pessoas estavam horrorizadas com a enorme truculência . Chegou muita gente perto e fiquei ali, esperando ouvir algum comentário preconceituoso para meter a mão na cara (pior que é verdade, eu tive um ódio que nunca senti), mas, o melhor e mais emocionante, é que não rolou. Todos estavam indignados com a violência gratuita. É claro que só depois que a briga começou é que podemos sacar que era homofobia. Teve uma moça que gritava: ‘Isso tem que parar de acontecer, isso é preconceito’. Um frentista me disse que o policia tinha que ser firme porque ele já tinha visto isso acontecer na Henrique Schaumann muitas vezes.
Os policiais cercaram os dois caras e foram bem duros. André ficou se acalmando, alguém trouxe um banco. Todo mundo testemunhou a favor dele. Fiz questão de ficar por ali, dizendo pra todo mundo que chegava e queria saber o que aconteceu, ‘Não foi uma briga de trânsito, isso é homofobia porra!’.
Só sei que esse André é um cara admirável e eu tô muito impressionada com sua força moral. Foi muito duro, eu passei o dia inteiro lembrando da cena. Os caras são uns animais, só digo isso, aquilo não é gente não. Vi a covardia e a coragem brigando na minha frente. Viva o André!“
A chamada da matéria no Folha-UOL:
“Vi
a covardia e a coragem brigando na minha frente”, diz testemunha de
agressão homofóbica em Pinheiros
“Passei
no local na hora que os caras estavam começando a bater no André.
Não vi as provocações verbais . Eram dois caras ‘musculosos’,
sem camisa, correndo atrás de um rapaz e dando porrada sem nenhum
temor. Primeiro, derrubaram o pacote que o André levava na mão e
gritavam muito: ‘Viado tem que tomar porrada, vem aqui seu
merdinha’. O André reagiu bem firme e enfrentou mandando tapa nos
caras. Eu não consegui chegar perto deles, só gritava. Uma moça ao
meu lado conseguiu ligar para a polícia, eu sai correndo atrás de
algum policial que estivesse por perto. Às 18h40, os policiais
chegaram e acalmaram a situação.
O André machucou a cabeça e teve ferimentos na mão. Isso tudo você já deve saber, o importante de contar é que ninguém apoiou os caras, todas as pessoas estavam horrorizadas com a enorme truculência . Chegou muita gente perto e fiquei ali, esperando ouvir algum comentário preconceituoso para meter a mão na cara (pior que é verdade, eu tive um ódio que nunca senti), mas, o melhor e mais emocionante, é que não rolou. Todos estavam indignados com a violência gratuita. É claro que só depois que a briga começou é que podemos sacar que era homofobia. Teve uma moça que gritava: ‘Isso tem que parar de acontecer, isso é preconceito’. Um frentista me disse que o policia tinha que ser firme porque ele já tinha visto isso acontecer na Henrique Schaumann muitas vezes.
Os policiais cercaram os dois caras e foram bem duros. André ficou se acalmando, alguém trouxe um banco. Todo mundo testemunhou a favor dele. Fiz questão de ficar por ali, dizendo pra todo mundo que chegava e queria saber o que aconteceu, ‘Não foi uma briga de trânsito, isso é homofobia porra!’.
Só sei que esse André é um cara admirável e eu tô muito impressionada com sua força moral. Foi muito duro, eu passei o dia inteiro lembrando da cena. Os caras são uns animais, só digo isso, aquilo não é gente não. Vi a covardia e a coragem brigando na minha frente. Viva o André!“
Fonte:
http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/12/04/vi-a-covardia-e-a-coragem-brigando-na-minha-frente-diz-testemunha-de-agressao-homofobica-em-pinheiros/
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