Debatido projeto que garante recesso a pais servidores
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Por: Nathália Barros Foto: Roberto Higa
Há sete anos trabalhando como arte educadora, a servidora pública Kelly Rodrigues Gonçalves dedica grande parte do dia ao serviço. No período, a filha mais nova, Luana, de 1 ano e meio, fica na creche. O problema está no recesso escolar, quando Kelly não pode deixar de trabalhar, enquanto as atividades no local em que criança fica são suspensas. Por: Nathália Barros Foto: Roberto Higa
“É uma correria danada para encontrar quem possa ficar com a Luana e com o meu outro filho de seis anos. Muitas vezes eu sou obrigada a levá-los para o meu serviço. Com isso, acabo comprometendo o meu desempenho e arriscando minha permanência no emprego”, desabafa Kelly, defendendo o projeto de lei apresentado pelo deputado estadual Lidio Lopes (PEN), que busca garantir aos pais servidores o direito de ficar com seus filhos no período de recesso escolar, sem que as férias regulares sejam comprometidas.
O projeto de lei, pioneiro no País, foi tema de reunião realizada na tarde desta quarta-feira (16/10) na Assembleia Legislativa. Na oportunidade, o parlamentar debateu com pessoas diretamente ligadas à Educação, além de servidores públicos que enfrentam a realidade apontada no projeto, os pontos expressos na matéria, visando afinar o material que tramita na Casa de Leis.
“Quando apresentei o projeto, me baseei em dois artigos da Constituição Federal que preconizam, em suma, a convivência entre pais e filhos. Atualmente, vemos uma sociedade com valores invertidos, que se acostumou a depositar nas escolas o dever da educação, além daquela regular, o que justifica a necessidade de se estimular esse convívio familiar”, frisa Lidio, que diz acreditar que a medida pode servir de base para outros estados e, até mesmo, para a União.
Para a doutora em educação infantil, Mariete Felix Rosa, o projeto é louvável. “Cada minuto a mais que a criança tem com a família, melhor. Nosso modelo de educação precisa sofrer mudanças como esta. Precisamos desinstitucionalizar os pequenos, que tendem a passar mais tempo na escola do que com seus familiares”, opina.
Pensamento compartilhado pela presidente do CEE/MS (Conselho Estadual de Educação), Maria Luísa Marques Robalo. “Ela deve ser tratada como uma política pública para a infância. Mas, sabemos que precisa ser discutida, para garantir que não haja entraves na aplicação da lei”, argumenta.
Projeto - Pela proposta apresentada em 3 de outubro deste ano, os servidores públicos do Estado que são pais ou responsáveis de crianças de 0 a 6 anos de idade, devidamente matriculadas nos Centros de Educação Infantil e Pré-Escolar, terão direito à liberação das suas funções em período coincidente ao recesso escolar de julho, sem prejuízo às férias anuais garantidas por lei.
Conforme o texto, havendo mais de um servidor público estadual responsável, o direito será concedido a apenas um. A instituição de ensino deverá fornecer um documento ao responsável indicando seu nome e o período de recesso que deverá ser entregue no seu local de trabalho.
Lidio explica que o projeto não se aplica aos funcionários públicos estaduais que fazem parte do corpo docente do Estado, exceto aqueles que se encontram em outras funções como cedência ou à disposição do órgão central. - See more at: http://www.al.ms.gov.br/Default.aspx?Tabid=56&ItemID=39205#sthash.uvYWKeeZ.dpuf
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