Impacto das mudanças climáticas na saúde da população preocupa governo brasileiro
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – As mudanças climáticas deverão
provocar aumento do nível dos mares e da intensidade de eventos extremos, como
secas e tempestades em todo o mundo. A previsão foi confirmada pelo último
relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), em 27 de
setembro. Diante de um cenário de incertezas em relação ao futuro do planeta, o
governo brasileiro se prepara para reduzir os efeitos colaterais do clima na
saúde da população.
O tema já havia sido tratado na primeira versão do
Plano Nacional de Mudanças Climáticas, de 2008, mas ganhou destaque ainda maior
nos últimos anos. Em junho, foi lançado o Plano Setorial de Saúde para
Mitigação e Adaptação para a Mudança do Clima. O plano setorial integra a versão
preliminar do novo Plano Nacional de Mudanças Climáticas, que abriu para
consulta pública na internet no dia 1º de outubro.
De acordo com o governo brasileiro, espera-se que as
mudanças no clima tenham impactos diretos (como no caso dos desastres naturais),
indiretos (devido à mudança na qualidade da água, do ar e dos alimentos) e
também por meio de perturbações sociais e econômicas.
“A questão é como preparar o sistema de saúde para
esses eventos. Dentro do sistema que já existe, temos que começar a prepará-lo
para isso. Pelo que os relatórios apontam, haverá chuvas muito fortes e secas
muito fortes no país”, disse o secretário nacional de Mudanças Climáticas
e
Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente
(MME),
Carlos Klink.
Entre as preocupações do governo brasileiro, estão as
doenças transmitidas por vetores como a dengue,
a
malária, a febre amarela e
a
leishmaniose, ou por água e alimentos contaminados,
como diarreias agudas, leptospirose e toxoplasmose.
Acredita-se que alterações climáticas, como intensas
ondas de calor, tenham impacto também sobre doenças crônicas não transmissíveis,
como males cardiovasculares e respiratórios. Há ainda o agravante de se unir as
mudanças no clima com a poluição atmosférica (que é um dos principais fatores de
aceleração do aquecimento global).
Há também a preocupação com os riscos de escassez de
águas e alimentos e de transtornos psicológicos como
o estresse provocado pelos eventos climáticos
extremos. Entre as metas do governo estão ampliar a cobertura vacinal da
população, a vigilância sobre as doenças crônicas e a análise da qualidade da
água, além de reduzir a incidência de doenças provocadas por
vetores.
Edição: Fernando Fraga
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