quinta-feira, 13 de agosto de 2015

AQUÁRIO PANTANAL - RAÍZES

PF aponta que quadrilha atuava durante governo de André Puccinelli


Fabiano Portilho
 
As investigações da Policia Federal no âmbito Lama Asfáltica aponta que quadrilha composta porJoão Amorim, Giroto, Luiz Mário Mendes Leite Penteado, fiscal de Obras Públicas da Agesul (Agência Estadual de Empreendimento) e Osmar Domingues Jeronymo, secretário de Estado da Casa Civil e atual conselheiro do TCE-MS atuava através de pressões políticas e ameaças, a fim de ludibriar a lei de licitações, transferindo extraoficialmente uma obra orçada inicialmente em R$ 84 milhões da Egelte Engenharia para Proteco Construções de João Alberto Krampe Amorim dos Santos. Com a Proteco de Amorim a obra saltou de um custo inicial de R$ 84.749.754,23 para R$ 200.056.710,40.
Segundo o relatório da primeira etapa de investigações da operação Lama Asfáltica, que investiga esquema milionário envolvendo políticos de Mato Grosso do Sul e empreiteiras, no qual em gravações telefônicas autorizadas pela Justiça revelam a quadrilha combinando preços, custos, propinas e de como tirar a Egelte Engenharia da jogada. Acompanhe:
Em uma das gravações, no dia 20 de fevereiro de 2014, o empresário João Amorim conversa com o então secretário da Casa Civil do governo do estado, Osmar Jerônymo. O assunto é uma obra pública.
J. Amorim: "Aquelas ordens direta, nós chegando, falamos juntos com ele, porque ele não tem como escapar... Porque nós tamo fazendo todo o cerco. Não tem problema. Ele vai ficar preso na gaiola (sic)".
Jerônymo responde: "É, mas ali se ele não assinar, você não tranca ele, aquele pagamento".
J. Amorim: "Mas não tem problema, faz direto. **Ele assina, mas não sai lá de cima. Faz administrativo... a gente faz autorizar"
Jerônymo: **pergunta quando o empresário "consegue entrar na obra"
J.Amorim: "logo depois do carnaval, entra"**
No outro trecho da gravação, no dia 22 de fevereiro de 2014, o empresário João Amorim conversa com o então secretário de obras do governo do estado, Edson Giroto.
Amorim: "Eu tô seguindo as coisas aí do Aquário", se referindo ao Aquário do Pantanal em Campo Grande. Em seguida, comenta que "O Egídio (dono Egelte) é dificilzinho".
Giroto: concorda.
Amorim: pergunta se os papéis ainda não saíram
Giroto responde: "Não. Parece que empenha hoje e publica sexta-feira à noite".
Amorim afirma: "Ô Giroto, eu acho que é importante fazer tudo simultâneo, viu? O aditivo deles...
Giroto diz: "Não. Vai fazer simultâneo".
Amorim:"Isso, beleza. Vou ligar para o Egídio, incomodar ele, pra ver se pode entrar na obra, conversando numa boa".
Logo após a conversa com o ex-secretário Edson Giroto, gravações mostram pressão de Amorim em cima de Empreiteiro.
Egídio Comin: Eu acho que o bom era a gente dar uma sentada com o [Edson] Giroto lá e matar esse assunto, lá.
João Amorim: Ô Egídio, eu desisto. Na boa, não tem condições, Egídio. Nós vamos ficar de conversa e não resolve esse troço...
Egídio: Vamos arredondar, tá muita conversa.
João: O Egídio, que arredondar? Nós estamos com um problema aí, que tá aí um milhão na conta para passar, um milhão e setecentos para passar para esses caras. Vai dar problema pra nós, toda hora é uma coisa, Egídio. Todo dia é uma desculpa... Pô, eu confiei em você e botei o dinheiro na tua conta. Eu confiei, tá aí. Agora você não paga o que tem que pagar, está me exigindo dinheiro, concordei hoje, ó simultâneo, beleza. Nós não vamos acabar essa novela, Egídio, pelo amor de Deus. Que que é isso?
Egídio: E joão, e já mais uma, eu com quinhentos eu não resolvo lá...
João: Você pega o dinheiro, usa, me pressiona, mas rapaz, perdemos tempo ontem de conversar de novo. Perdemos tempo, Egídio. Conversamos ontem, quinhentos resolve? Beleza. Então vamos fazer simultâneo, pronto, hoje não resolve mais. Ah, tá louco, Egídio. Você vai me desculpar, mas não dá para ser assim.

http://www.jornali9.com/noticias/policial/pf-aponta-que-quadrilha-atuava-durante-governo-de-andre-puccinelli

Nenhum comentário:

Postar um comentário