a dor
grita, o sofrimento lamenta‑se;
a dor transita, o sofrimento esmaga;
a dor mutila, o sofrimento desintegra;
a dor é percepcao presente,
um “agora” sensivel, o sofrimento é passado, memória, um “sempre”
subjacente;
a dor é materia que se faz cognição, o sofrimento é (re)
sentimento que se faz matéria (lesões psicossomáticas);
a dor aponta
para um local, o sofrimento e um todo difuso;
a dor necessita falar,
se manifesta por interrogacões e interjeições, o sofrimento tende ao
silêncio, a se exprimir por lágrimas, na expressão de santo Agostinho,
este “colirio da alma”, o coração liquefeito a dissolver os nós. p.36
Bioética, dor e sofrimento
José Paulo Drummond
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