quinta-feira, 4 de julho de 2013

PM ataca violentamente manifestantes do movimento Ocupa Cabral no Leblon

 

Fonte: O Dia
Rio – Policiais militares que acompanhavam a manifestação de cerca de 300 pessoas na Rua Aristides Espínola, onde mora o governador Sérgio Cabral, desde o começo da noite desta quinta-feira, atacaram os ativistas por volta das 22h40. As luzes no entorno foram apagadas. Houve tumulto e corre-corre no local.
Os PMs usaram bombas, balas de borracha e spray de pimenta e os manifestantes reagiram com morteiros. Três viaturas do Batalhão de Choque (BPChq) estão no local. Segundo os policiais, um dos manifestantes jogou uma pedra contra o cordão de isolamento, o que teria motivado a reação.
ocupa-cabral-1
Foto: Diego Assis
Neste momento, PMs de cinco batalhões fazem barreiras nas ruas do entorno. Os manifestantes se dispersaram por diversas ruas. Seis pessoas foram detidas. Um dos prédios da rua do governador foi apedrejado. Os policiais fazem varreduras no local.
Na Rua Delfim Moreira, esquina com a General Venâncio Flores, manifestantes atearam fogo em lixeira. No trecho da Gal. Urquiza, uma placa de sinalização foi arrancada.
Cerca de 40 manifestantes voltaram até a porta do prédio do governador e hostilizaram o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, além dos policiais do Choque.
Grupos diversos em manifestação
Um empresário de 56 anos explicou o motivo da concentração. “Queremos saber quem são os donos das empresas de ônibus do Rio. Eles faturam bilhões e não pagam impostos. Isso é um crime”, disse o homem.
Décio Alonso, promotor de justiça da Auditoria Militar afirmou que fiscalizaria a ação dos policiais.
“Recebemos anúncios de abusos dos PMs no Maracanã e aqui. Estamos aqui pra verificar se não há nada de errado. Fomos convidados pelo comandante geral da PM”, afirmou, antes do ataque dos policiais.
A manifestação foi marcada por redes sociais, por um evento chamado “10 mil na rua do Cabral”. Na madrugada de terça-feira, membros do movimento Ocupa Cabral foram expulsos por PMs. Eles exigiam reunião imediata com o Cabral no Palácio Guanabara.
Luisa Dreyer, 22, estudante da PUC, e ativista grupo explicou que o movimento não foi organizado por eles. “Estamos aqui para apoiar, não vamos ocupar a rua do governador de novo, porque tivemos objetos desgtruídos, e alguns foram confiscados, como o meu celular por exemplo”, afirmou a jovem.
ocupa-cabral-2
Foto: Diego Assis
Motoristas de ônibus que passavam pela Delfim Moreira, fizeram um buzinaço e gritaram palavras de ordem, pedindo que o governador renunciasse. A via também foi fechada na altura do Posto 12 e policiais também seguiram para o trecho. O desvio foi feito pela Avenida Bartolomeu Mitre. O trânsito ficou lento na orla do Leblon e Ipanema, no sentido Avenida Niemeyer.
O eletricista Daniel Freitas Filho, 26 anos, é de Campina Grande, na Paraíba e mora no Vidigal há sete meses. Ele discursou em frente aos PMs. “Nunca vi um PM que se coloca na frente de uma bala ganhar um salário tão baixo. Não estamos aqui para entrar em confronto com a lei, não somos animais. Deixem o vandalismo para os políticos”, disse.
Um princípio de confusão ocorreu quando Eduardo de Oliveira, do movimento Somos o Brasil, que já se reuniu com Cabral, evento considerado armado pelos ativistas, chegou ao local. Ele foi reconhecido e cercado pelos presentes, que só não o agrediram graças a intervenção dos PMs.
Por volta das 20h30, mais de 20 integrantes do grupo anarquista Black Bloc bloquearam o outro sentido da Avenida Delfim Moreira. Os manifestantes distribuíram planfetos anunciando que outra passeata está marcada para às 17h desta sexta-feira, na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema.
 
http://noticiasriobrasil.com.br/?p=8691

Nenhum comentário:

Postar um comentário