Médicos conhecerão paciente como um todo, e não pedaços, diz Padilha
Ministro afirmou que dois anos no SUS tornarão médico mais
humano.
Obrigatoriedade faz parte do programa Mais Médicos anunciado na
segunda
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta quarta-feira (10) que a
obrigatoriedade dos estudantes de medicina em cumprir dois anos da grade
curricular no Sistema Único de Saúde (SUS) tornará os médicos "mais
humanos".
A obrigatoriedade faz parte do programa Mais Médicos que tem o objetivo de
ampliar vagas nos cursos de medicina no país e atrair profissionais para áreas
que carecem de atendimento. As vagas serão oferecidas, inicialmente, para
médicos brasileiros; as que sobrarem serão destinadas a estrangeiros.
"Nós estamos preocupados com médicos bem formados. O tempo que for necessário
para formar bons médicos, isso ajuda a população. Isso vai fazer a diferença na
saúde pública do nosso país (...) Ao ficar dois anos imerso na atenção básica, o
recém-formado vai ser um médico mais bem formado, com visão ampla e geral sobre
o paciente, um médico mais humano que conheça o paciente como um todo, e não só
pedaços", disse Padilha durante o programa "Bom Dia, Ministro", transmitido pela
televisão estatal NBR.
Padilha afirmou que os dois anos de treinamento em serviço obrigatório não
farão com que o interesse pelo curso de medicina diminua.
"Essa experiência de dois anos de treinamento em serviço foi adotada em
outros países do mundo, como Inglaterra, Bélgica, com resultados muito positivos
para a formação do médico e manteve, sim, o interesse de estudantes em fazer
medicina", disse.
O ministro voltou a dizer que a contratação de médicos estrangeiros só
acontecerá caso as vagas disponibilizadas nas unidades de saúde não sejam
preenchidas por médicos formados no Brasil.
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mais
"O Ministério da Saúde e o Ministério da Educação não querem médicos do
exterior para disputar mercado de trabalho com médicos brasileiros. Caso as
vagas não sejam preenchidas por médicos brasileiros, o ministério vai buscar,
sim, médicos que atuam fora. Se for brasileiro formado no exterior terá
prioridade. Se for um médico não formado no Brasil e não brasileiro, ele terá
que ser formado em universidade reconhecida fora do país e tem que saber falar
português", disse.
O ministério já programou duas viagens a Portugal e Espanha para conversar
tanto com universidades, como com os ministério da Saúde dos países. A viagem
deve ocorrer nos próximos dias, mas a data ainda não foi fechada, segundo a
assessoria da pasta.
"Os dois países sinalizaram que tem médicos brasileiros que se formaram lá
que tem interesse em atuar no Brasil e também médicos de lá", disse;
Alexandre Padilha ainda rebateu críticas de entidades ao programa Mais
Médicos e voltou a afirmar que faltam médicos no Brasil.
"Não existe nenhuma proposta de em dois anos o médico recém-formado ir para
onde não queira. Muita gente quis fazer debate levando confusão sobre este tema.
Nós precisamos ter medidas de curto prazo, de médio prazo e de longo prazo para
levar médicos para a população. A primeira iniciativa do programa é dar mais
oportunidades para os jovens. O programa quer dar oportunidade para todo médico
que se forma no Brasil se especializar. (...) O Brasil tem só 1,8 médicos por
mil habitantes. Faltam médicos no Brasil. Com supervisão das universidades e
remuneração direta do Ministério da Saúde, nós acreditamos que teremos médicos
brasileiros preenchendo essas vagas em todas as regiões do país", disse.
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