segunda-feira, 29 de julho de 2013


É desse médico-político que o povo precisa

 Padilha continua firme na construção do SUS


O Ministro hoje em Brasília deu suas primeiras declarações em uma coletiva, sobre a adesão dos médicos brasileiros ao Programa Federal “Mais Médicos”.

Várias considerações dele, eu achei bastante pertinente, como:

- Os médicos estão falando que o programa não tem “direitos” trabalhistas. O ministro disse que nesse Programa existem “parâmetros” que não incluem alguns “direitos”, como “décimo terceiro salário”, plano de cargos e carreiras... Porém, existem outros “direitos”, como salário de 10 mil reais, mais “ajuda de custo” de não sei quantos mil (acho que é 30 mil). Existe também a questão de que esse programa é de formação, pois esses médicos terão suporte de universidades. Assim, ele diz que a questão da “carreira de estado”, com os direitos trabalhistas que a categoria médica está reivindicando, ele próprio, já foi no Senado discutir essa necessidade com os nobres senadores, e que parece que eles nada se entusiasmaram com essa “demanda”. Então: “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”...

- Falando em “carreira de estado” (e esse é um dos “pontos” mais instigantes para mim nessa discussão), novamente o ministro Padilha disse que a classe médica deve ter clareza de que se eles querem os mesmos direitos de “juízes”, terão que ter os mesmo deveres, como a questão da dedicação exclusiva (não poderão trabalhar em clínicas particulares, por exemplo), e o mais importante, terão que “estar em cima” da área pública onde trabalharem, como os “juízes” ficam. Dizem que a profissão de “juiz” é umas das mais atribuladas/atarefadas. Então, eu acho que o Ministro, principalmente, está se declarando àquele médico que chega as 9:00 horas para trabalhar, prescreve umas 20 receitas de medicações gastando 5 minutos em cada uma delas, e vai para seu trabalho particular/privado/de “profissional liberal” (entre aspas, pois os médicos como sabemos, estão hoje “nas mãos” dos planos de saúde, vulgo: lógica do mercado) as 10:10hs, sendo que deveria na verdade, era cumprir as 20 horas semanais das quais já é bem pago por isso, pelo SUS (pago pelo povo).

- Os jornalistas da entrevista coletiva ficaram “batendo em cima” sobre as investigações que o Ministro declarou, que a Polícia Federal estava realizando, mediante um suposto “boicote” ao Programa, por parte de um grupo de médicos, fomentado principalmente pela internet. Os jornalistas queriam saber se esses médicos boicotaram mesmo o Programa (pois foi muito grande o número de inscrições “malfeitas” pelos médicos, portanto está claro que ocorreu um “boicote”, apesar de que o Ministro não confirmou e não falou nada de “boicote”, apenas limitou-se esquadrantemente  a dizer que ainda há tempo para os médicos corrigirem por exemplo, o CRM, ou o CPF cadastrado “erroneamente” no site de inscrição do programa), e que tipo de “infrações” eles poderiam ser indiciados pela PF. O Ministro disse que essa situação estava sendo ainda levantada pela PF, e que ele está aguardando os “resultados”, e encaminhamentos da PF. Mas com certeza nós sabemos, como eu disse, ocorreu sim um boicote. Entretanto não deve acontecer nada demais aos médicos que boicotaram. O Ministro deve ter “colocado” a PF na história,  para intimidar um possível boicote maior. Não ocorrerá nada aos médicos que tentaram “burlar” o programa, pois é sabido: NO BRASIL EXISTE UM ACORDO VELADO, EM QUE O MÉDICO, PRINCIPALMENTE NO SETOR PÚBLICO, PODE “BOICOTAR A VONTADE”, PODE CHEGAR AS 9 HORAS NO POSTO DE SAÚDE E IR EMBORA AS 10... É UMA PROFISSÃO “ESCASSA”. QUASE NINGUÉM “MEXE”. Mas novamente, eu acho que foi válido o ministro falar em PF. Acho que deu uma “espantada” em boicotadores, pois senão “perigava” quase os 100% de errata nas inscrições.

- Outra questão interessante que o Ministro pontou, foi quando disse ter ficado muito surpreso, mediante a rápida adesão da grande maior parte dos municípios brasileiros, ao programa “Mais Médicos”. (ressaltando a necessidade de “mais médicos” que há anos os prefeitos, prefeitas, governadores, já vinham solicitando). O Ministro disse que sempre trabalhou com prefeitos e governadores, desde a época em que era ministro de outra pasta (relacionada ao planejamento dos programas federais) no governo Lula. Disse que nunca havia visto um programa federal com tanta rapidez à “adesão” assim.

- Outra declaração que eu escutei, foi com relação ao Conselho Nacional de Saúde. O Ministro foi inquerido sobre uma possível “posição contrária” ao programa “Mais Médico”, por parte do Conselho Nacional de Saúde. O ministro disse que está esperando uma declaração oficial do Conselho, porém ele acha “no mínimo” muito estranho, que essa discussão envolta do Conselho estar “aparecendo” somente agora. Ele disse com a “boca cheia”, que já coordenou o Conselho por dois anos, e que agora, quem está na coordenação é do segmento dos usuários (eu não sabia disso, e acho realmente que isso é um forte indício de Controle Social instituído). O ministro não quis falar mais sobre essa questão. Limitou-se a dizer estar esperando o pronunciamento do Conselho. Vamos esperar para ver que “coelho” sai dessa “cartola”.

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