terça-feira, 30 de julho de 2013

A pergunta que não quer calar: Irá "sobrar" alguém na Câmara Municipal de Campo Grande?

Cassações garantirão vaga a três novatos, dois veteranos e derrubará vereador sem processo

 
Wendell Reis
 
 
A onda de cassações que assombra a Câmara de Campo Grande pode fazer um estrago ainda maior se a Justiça tirar o mandato dos cinco investigados por compra de voto. Isso porque a queda dos cinco tira 24.168 votos válidos da eleição e mexe nas contas, fazendo uma dança das cadeiras.
A reportagem do Midiamax fez as contas por meio de números divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e constatou que a queda dos vereadores Mário César (PMDB), Paulo Pedra (PDT), Alceu Bueno (PSL), Thais Helena (PT) e Delei Pinheiro (PSD) dará a vaga para três novos vereadores e dois veteranos.
A recontagem proporcionará o retorno da vereadora Magali Picarelli (PMDB) e a efetivação do vereador Alex do PT, que deixa de ser suplente para ganhar a vaga de Thais Helena. Esta nova contagem também garantirá vaga a três novatos: José Chadid (PSDB), atual secretário de Educação de Campo Grande, Francisco Saci e Claudir Pereira do Prado, que com 1.329 votos ocupará a vaga conquistada pelo PTN, por meio da legenda.
A onda de cassações tem mexido com os vereadores investigados, mas também com os suplentes, que aguardam ansiosos pelas contas do TRE. Isso porque cada queda altera significativamente a ordem das cadeiras. Esta confusão no número de cadeiras pode mexer até com quem não tem nada a ver com a história. O vereador Eduardo Romero (PTdoB), por exemplo, pode ser prejudicado nesta conta. Isso porque, a queda dos votos de Pedra, na saída dos cinco, garante um vereador ao PTN e tira uma vaga da sobra, que atualmente é ocupada por Romero. A coligação brigaria pela última vaga, mas perderia para o PMDB, que garante o retorno de Magali.
Levando em consideração as últimas cassações, publicadas nesta terça-feira (30), três suplentes serão beneficiados: Alex do PT, José Chadid e Eduardo Cury, que garante uma das vagas das sobras na coligação do PTdoB, DEM, PSB e PDT.
A contagem
As recontagens interferem diretamente na contagem porque alteram o número de votos necessários para conseguir conquistar uma vaga por quociente eleitoral, que é o número de votos válidos, divididos pelo total de cadeiras. Atualmente, este quociente eleitoral é de 14.895 votos. Com a queda dos cinco são retirados 24.168 votos da conta, derrubando este quociente para 14.061, dando uma vaga ao PTN, que conseguiu 14.095 votos, somados todos os candidatos.
A queda dos cinco dá vaga por quociente a 24 vereadores. Encerrada esta fase, a Justiça distribui as vagas da sobra. Para chegar ao candidato que garante a vaga, divide-se o número de votos válidos atribuídos a cada coligação pelo número de lugares por eles obtidos, mais um, cabendo ao partido que apresentar a maior média um dos lugares a preencher.
Cãmara Municipal
Queda de cinco investigados vai mudar composição de seis cadeiras na Câmara
Nesta terça-feira a juíza Elisabeth Rosa Baish, da 36ª Zona Eleitoral, cassou Pedra, Delei e Thais por compra de voto e abuso do poder econômico. Ela ainda pediu a retotalização das eleições proporcionais em 2012 com a anulação dos votos obtidos pelos candidatos cassados. Alceu Bueno não foi cassado, mas tem audiência marcada para o dia 2 de agosto, onde testemunhas ainda serão interrogadas. Já Mário César se manteve no cargo por meio de liminar. Ele ficará no posto até o julgamento do processo pelo Tribunal Regional Eleitoral.

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