sexta-feira, 12 de julho de 2013

Gangue do Guardanapo regional: Depois fraudarem licitações públicas (prática corriqueira), a corja pegava voo para São Paulo para comemorarem no TERRAÇO ITÁLIA

Ex-diretor do HR teria direcionado licitação para beneficiar Dorsa, diz PF

Ronaldo Perches Queiroz avisou médico sobre resultado de pregão.
Médicos investigados pela polícia não quiseram falar com a imprensa.


 
Do G1 MS
A Operação Sangue Frio, da Polícia Federal, investiga o favorecimento de uma empresa ligada ao médico José Carlos Dorsa em um contrato assinado com o Hospital Regional de Campo Grande. O inquérito mostra o ex-diretor do HR, Ronaldo Perches Queiroz, como intermediador de uma licitação de serviços hospitalares. O negócio, de acordo com a polícia, tem indícios de direcionamento e superfaturamento.
Na última segunda-feira (8), logo após depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, da Assembleia Legislativa, Queiroz evitou os jornalistas. Dorsa negou envolvimento com a empresa Cardiocec.
Em junho de 2012, Dorsa tentava ganhar uma licitação no Hospital Regional com a empresa Cardiocec, que presta serviços na área de cardiologia. Uma das ligações telefônicas interceptadas pela polícia mostra que o então diretor do HR, Ronaldo Perches Queiroz, avisou Dorsa sobre o resultado do pregão eletrônico. Em seguida, Queiroz explica que conversou com um funcionário responsável pelo pregão, que seria reaberto.
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Queiroz: O problema é o seguinte. A Cardiocec. Fracassou mesmo. O que que aconteceu: ganhou no preço, ok. Aí, as certidões, várias vencem, é a cada 30 dias. Tava tudo em ordem, venceu.
Queiroz: Aí eu chamei o cara lá, ele falou: “Doutor, sabe o que eu fiz? É coisa muito simples. Eu já estou remarcando hoje. Vou remarcar”. Então, em uma semana já tá fazendo de novo.
Dorsa: Sei.
Queiroz: “O senhor não se preocupe. E a outra eu já desclassifiquei também, porque botou um papel errado e é aquela que o senhor não quer”.
Dorsa: Melhor, vamos resolver.
Queiroz: Então remarca e f... Só manda atualizar isso tudo. Que tem que inserir na hora do pregão.
Em julho, um dos donos da empresa e assessor de José Carlos Dorsa, Alcides do Nascimento, comunica o sócio que o negócio com o Hospital Regional deu certo. Alcides também é investigado pela Polícia Federal.
Alcides: A mulher do Regional me ligou.
Dorsa: Sei.
Alcides: E ela queria saber, pegar umas informações a meu respeito para a elaboração do contrato.
Dorsa: Mas que beleza, hein! Vamos fazer então um jantar para comemorar, né?
Alcides: Ah, sim.
Dorsa: Sabe aonde poderia fazer esse jantar? No Terraço Itália (São Paulo).
Alcides: É verdade.
Dorsa: Manda ver os voos, viu?
Alcides: Aham.
Dorsa: Até porque tem que ver aquele “over five”, né.
Alcides: Ah, é verdade, verdade, verdade.
O relatório da Polícia Federal cita oa expressão “over five” como uma suposta propina de 5%. Como resultado da licitação, do dia 2 de julho de 2012, a empresa Cardiocec venceu o pregão para prestar serviços na área de cardiologia durante 12 meses. Os valores ultrapassam R$ 200 mil. A polícia concluiu que Alcides é sócio responsável pela Cardiocec, mas quem de fato controla a empresa é Dorsa.
Queiroz: Eu hoje assinei. O consultor lá que vai fazer, vão começar a certificação pelo CQH, teve fazendo reunião de manhã. Eu pincei o contrato da Cardiocec, já assinei!
Dorsa: Ah, o Alcides já foi chamado para ir amanhã assinar.
Queiroz: Ah, então pronto! Agora acabou a conversa, graças a Deus!
A Polícia Federal relatou estranhar a situação, já que o então diretor do Hospital Regional, Ronaldo Perches Queiroz, tem vínculo empregatício com Dorsa. Queiroz é um dos médicos que trabalham na clínica Cardiomed, de propriedade de Dorsa, em Campo Grande.

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