segunda-feira, 8 de julho de 2013

Hospital ‘aplicou’ quimioterapia após a morte em 7 pacientes e ofereceu 'supertratamento'

Edivaldo Bitencourt e Fernanda Kintschner
A força-tarefa do Ministério da Saúde voltou a Mato Grosso do Sul durante esta segunda e terça-feira para ampliar a devassa nos hospitais que ofereceram tratamento do câncer pela rede pública em Campo Grande. Na primeira análise, o grupo identificou fraudes e várias irregularidades, como o tratamento quimioterápico de sete pessoas após a morte.
Foram analisados 250 prontuários de 2012 na etapa inicial e em vários foram constatadas irregularidades, como supertratamento. Segundo o Ministério da Saúde, alguns pacientes em estágio terminal receberam tratamento de quimioterapia e radioterapia por 40 meses, sendo que a média é de, no máximo, 12 meses.
A força-tarefa do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) também voltou para atender pedido da Polícia Federal, que pediu a apuração de denúncias feitas por familiares de pacientes em tratamento nos três hospitais alvos da Força tarefa: Hospital do Câncer, Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian e Santa Casa.
Eles vão realizar um pente-fino em aproximadamente mil Autorizações de Procedimento de Alta Complexidade nas áreas de quimioterapia e radioterapia.
O Denasus também determinou a devolução de R$ 155 mil que foram utilizados indevidamente pela Santa Casa (R$ 94 mil) e Hospital do Câncer (R$ 61 mil).
Os hospitais serão obrigados, a partir de agora, a adotar prontuário único para os pacientes em tratamento com câncer. Alguns pacientes tinham três prontuários, como um para o tratamento de radioterapia, outro para a cirurgia e o terceiro para oncologia.
A força-tarefa também voltou porque muitos prontuários não podem ser enviados a Brasília, devido aos pacientes que continuam em tratamento contra o câncer não poderem ter seus prontuários retirados do hospital.
Os primeiros levantamentos comprovam as denúncias da Operação Sangue Frio, da Polícia Federal, de que a máfia do câncer agia no Estado, desviava recursos e praticava inúmeras irregularidades, como o pagamento de tratamento para pacientes mortos.
A auditoria constatou que ocorreram sete pagamentos de tratamentos de pacientes que já haviam falecido, sendo seis no Hospital do Câncer e um na Santa Casa. O diretor presidente do HC, Carlos Coimbra, informou que o débito referente a este tramento seria de R$ 58 mil e que se o hospital tiver que pagar, os responsáveis pelas irregularidades irão ressarcir o hospital.
Outra medida determinada pelo grupo foi o treinamento dos responsáveis pela autorização dos procedimentos de alta complexidade, que acontecerá nos dias 18, 19 e 20 deste mês em Campo Grande.
Luiz Alberto
O grupo também determinou que a prefeitura disponibize um funcionário para atuar como regulador dos aparelhos usados para a radioterapia nos casos do Hospital do Câncer e a Secretaria Estadual de Saúde disponibilize outro no HR.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário