quinta-feira, 7 de abril de 2016



Cunha, Janaína, Jovair, MBL e a arte da auto desqualificação da pilantragem. Por Kiko Nogueira

Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
Cunha e Jovair 

Talvez seja difícil encontrar na história do Brasil uma oposição tão dedicada a se desqualificar e tão bem sucedida nessa missão.
A essa altura, o sujeito que tem relativo bom senso e que está no seu amplo direito de não gostar do governo deve estar olhando para a matilha e pensando “onde fui me meter?”
Alguns desses homens e mulheres se manifestaram na faculdade de Direito do Largo de São Francisco na noite em que a advogada Janaína Paschoal deu seu show.
Numa mistura de possessão demoníaca, fanatismo político, oportunismo e falta de noção do ridículo, Janaína constrangeu alguns dos presentes a ponto de eles irem embora.
Quem quer realmente estar associado a uma gente detestável, corrupta e ignorante?
. O chefe do bando é Eduardo Cunha, cujo nome está presente em toda e qualquer lista de roubo, sendo a mais recente, a dos Panamá Papers. Agora um doleiro que virou delator afirma ter novas provas sobre as contas secretas.
Cunha está tocando docemente constrangido o impeachment de Temer porque sabe que, caindo o comparsa, o próximo da fila é ele.
. O MBL, autor do pedido de impeachment do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, tem lideranças com rolos estranhos na Justiça. Renan Nunes, o fundador, é um deles. Seu irmão, Rubens, autor do documento apresentado nesta semana contra Mello, simplesmente não tinha apresentado o comprovante de quitação eleitoral.
Você pode achar que ele esqueceu, o que já é ruim. A hipótese mais provável, porém, é que ele picaretas como ele não votam. Sua natureza autoritária e megalomaníaca se expressa quando o “movimento” quer “proibir” seus seguidores de votar em Marina Silva depois de “tudo o que eles fizeram”.
. O relator do processo de impedimento, Jovair Arantes (PTB-GO), que leu gaguejando um texto escrito por um advogado de Eduardo Cunha, é amigo de Carlinho Cachoeira e tem a ficha imunda há décadas sem que nada lhe aconteça.
Um de seus cúmplices em Goiás, Maurício Sampaio, é réu por suspeita de orquestrar o homicídio de um jornalista esportivo. Sampaio foi afastado do comando de um cartório por causa de irregularidades – leia-se roubo. Na Câmara, Jovair trabalhou pela PEC dos Cartórios, que concede a cartorários o direito de ficar na função sem concurso. Mera coincidência.
Isso é apenas um pedaço da folha de Jovair, um personagem lombrosiano com cara, voz e trejeitos de bandido.
. Michel Temer é Michel Temer.
Há enormes vantagens no fato dessa escória ter saído do escuro para a luz do dia. Os inocentes úteis que a apoiam se alimentam de raiva, a raiva é contagiosa — mas passageira, também.
Quando passa, e ninguém vive com raiva o tempo todo porque é fisiologicamente impossível, e o cachorro olha para os lados e vê a doutora Janaína, o Cunha, o Jovair e o Kataguiri, leva um susto.
Resta torcer que não seja tarde demais para ninguém.
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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.
 

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