quinta-feira, 21 de março de 2013

A MILÍCIA MÉDICA/POLÍTICA EM AÇÃO

A MÍLICIA MÉDICA/POLÍTICA EM AÇÃO.

NA PRÓPRIA FALA DE UM VEREADOR: “Estão querendo atropelar o processo para aparecer mais do que o rei”, concluiu.

21/03/2013 13:38

Oposição a Bernal derruba CPI da Saúde e base promete revanche na próxima sessão

Lidiane Kober

A oposição ao prefeito Alcides Bernal (PP) reagiu, nesta quinta-feira (21), à instalação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a saúde em Campo Grande e conseguiu convencer vereadores a retirar assinaturas, o que, a princípio, inviabiliza a investigação.

Em resposta, integrantes da base aliada do prefeito prometem levar, na próxima terça-feira (26), representantes do setor para tentar sensibilizar a Câmara sobre a gravidade das denúncias de desvio de verbas em hospitais da Capital.

A iniciativa de abrir a CPI partiu da vereadora Luiza Ribeiro (PPS), que rapidamente ganhou o apoio do vereador Zeca do PT. Os dois se uniram para conseguir as 10 assinaturas necessárias para garantir a tramitação da comissão.

Aderiram à proposta, além de Luiza e Zeca, os vereadores Cazuza (PP), Waldecy Chocolate (PP), Paulo Pedra (PDT), Alceu Bueno (PSL), Eduardo Romero (PT do B), Gilmar da Cruz (PRB) e Chiquinho Telles (PSD). O plano era atrair o apoio do vereador Ayrton do PT, ausente da sessão, para garantir as 10 assinaturas.

A ideia, no entanto, se desmontou após manifestação do vereador Paulo Siufi (PMDB), presidente da Comissão de Saúde. Ele alegou que a CPI é uma tentativa de“desviar o foco da devassa na prefeitura” e defendeu que já existe a Comissão de Saúde para realizar a tarefa proposta pela CPI. “Querem fazer o papel da Polícia Federal”, perguntou aos colegas de Casa.

Ele ainda fez questão de dizer que “não estamos camuflando nada”. “Se os órgão competentes, que estão cuidando das investigações, não tomarem providências, aí a gente pode abrir a CPI”, emendou. Com a alegação, decidiram retirar apoio à investigação os vereadores Chiquinho Telles, Alceu Bueno e Gilmar da Cruz.

“Estão colocando a carroça na frente dos bois”, alegou Chiquinho. Bueno, por sua vez, disse que a decisão levou em conta orientação do líder do prefeito na Câmara, vereador Alex do PT, que surpreendentemente não assinou o documento, após várias declarações de Bernal em favor da CPI.

Alex reagiu à declaração de Bueno e garantiu não ter orientado ninguém a retirar o nome do documento. Ele alegou que, como líder, preferiu não entrar na discussão para evitar o acirramento da relação da oposição com o prefeito. A decisão irritou o colega de bancada, Zeca do PT.

Não vamos desistir da CPI, diz vereadora

Apesar da dificuldade em coletar as 10 assinaturas, Luiza garantiu que não desistirá da CPI. “Na próxima sessão, vamos trazer representantes do Conselho Curador dos hospitais e do Conselho Municipal de Saúde para tentar sensibilizar os colegas da gravidade da situação”, explicou.

Para a vereadora, a missão da Câmara é fiscalizar a gestão do dinheiro público. “Não podemos nos omitir”, defendeu. Ela se referia as denúncias de desvio de dinheiro público em hospitais da Capital e do Estado. O assunto está na mira da Polícia Federal que, na última terça-feira (19), deflagrou a Operação Sangue Frio.

Presidente da Câmara Municipal, o vereador Mário César (PMDB) garantiu que a Casa fará sua parte. “Não fomos omissos, estamos trabalhando com responsabilidade, só não queremos fazer pré-julgamentos”, disse. Ele reforçou a teoria de que cabe a Comissão de Saúde atuar no caso. “Estão querendo atropelar o processo para aparecer mais do que o rei”, concluiu.
 

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