A
oposição ao prefeito Alcides Bernal (PP) reagiu, nesta quinta-feira (21), à
instalação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a
saúde em Campo Grande e conseguiu convencer vereadores a retirar
assinaturas, o que, a princípio, inviabiliza a investigação.
Em
resposta, integrantes da base aliada do prefeito prometem levar, na próxima
terça-feira (26), representantes do setor para tentar sensibilizar a Câmara
sobre a gravidade das denúncias de desvio de verbas em hospitais da
Capital.
A
iniciativa de abrir a CPI partiu da vereadora Luiza Ribeiro (PPS), que
rapidamente ganhou o apoio do vereador Zeca do PT. Os dois se uniram para
conseguir as 10 assinaturas necessárias para garantir a tramitação da
comissão.
Aderiram
à proposta, além de Luiza e Zeca, os vereadores Cazuza (PP), Waldecy
Chocolate (PP), Paulo Pedra (PDT), Alceu Bueno (PSL), Eduardo Romero (PT do
B), Gilmar da Cruz (PRB) e Chiquinho Telles (PSD). O plano era atrair o
apoio do vereador Ayrton do PT, ausente da sessão, para garantir as 10
assinaturas.
A
ideia, no entanto, se desmontou após manifestação do vereador Paulo Siufi
(PMDB), presidente da Comissão de Saúde. Ele alegou que a CPI é uma
tentativa de“desviar o foco da devassa na prefeitura” e defendeu que já
existe a Comissão de Saúde para realizar a tarefa proposta pela CPI.
“Querem fazer o papel da Polícia Federal”, perguntou aos colegas de Casa.
Ele
ainda fez questão de dizer que “não estamos camuflando nada”. “Se os órgão
competentes, que estão cuidando das investigações, não tomarem
providências, aí a gente pode abrir a CPI”, emendou. Com a alegação,
decidiram retirar apoio à investigação os vereadores Chiquinho Telles,
Alceu Bueno e Gilmar da Cruz.
“Estão
colocando a carroça na frente dos bois”, alegou Chiquinho. Bueno, por sua
vez, disse que a decisão levou em conta orientação do líder do prefeito na
Câmara, vereador Alex do PT, que surpreendentemente não assinou o
documento, após várias declarações de Bernal em favor da CPI.
Alex
reagiu à declaração de Bueno e garantiu não ter orientado ninguém a retirar
o nome do documento. Ele alegou que, como líder, preferiu não entrar na
discussão para evitar o acirramento da relação da oposição com o prefeito.
A decisão irritou o colega de bancada, Zeca do PT.
Não
vamos desistir da CPI, diz vereadora
Apesar
da dificuldade em coletar as 10 assinaturas, Luiza garantiu que não
desistirá da CPI. “Na próxima sessão, vamos trazer representantes do
Conselho Curador dos hospitais e do Conselho Municipal de Saúde para tentar
sensibilizar os colegas da gravidade da situação”, explicou.
Para
a vereadora, a missão da Câmara é fiscalizar a gestão do dinheiro público.
“Não podemos nos omitir”, defendeu. Ela se referia as denúncias de desvio
de dinheiro público em hospitais da Capital e do Estado. O assunto está na
mira da Polícia Federal que, na última terça-feira (19), deflagrou a
Operação Sangue Frio.
Presidente
da Câmara Municipal, o vereador Mário César (PMDB) garantiu que a Casa fará
sua parte. “Não fomos omissos, estamos trabalhando com responsabilidade, só
não queremos fazer pré-julgamentos”, disse. Ele reforçou a teoria de que
cabe a Comissão de Saúde atuar no caso. “Estão querendo atropelar o
processo para aparecer mais do que o rei”, concluiu.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário