Quais são os pilares de uma
sociedade? Os Bratalhadores.
De que material é feito esses
pilares? Suor e muitas vezes até sangue desses Bratalhadores.
Quando entramos em um Shopping
Center, com toda sua assepsia, beleza, suntuosidade, que cheiro podemos sentir,
além daquele exalado pelas lojas, sorrisos e sacolas? O cheiro ardido do
Trabalho Escravo (veja matéria abaixo).
É o uso e abuso das pessoas e do trabalho escravo/
subempregos que existe nesse nosso país. Tudo na sua mais natural normalidade. Somos
até vítimas...
Esses dias conversei com uma
mulher que estava se apresentando distímica. Ela relacionou sua atual condição
de humor, devido à saída da Empregada Doméstica que por longos anos, trabalhou
em sua casa. E ela deixou bem claro que tinha com essa empregada, uma forte relação,
enfatizando que a tratava como uma “filha”, que conversava muito com ela, que
ela era sua principal companhia durante o dia. Mas chamar a Empregada Doméstica
de “Filha”? (Vai ver o que a filha “biológica” dessa mulher fazia depois do
almoço, fiquei imaginando: tirava uma “siesta” de três horas gostosa no ar
condicionado com a TV ligada, pois tinha que estudar para a prova da faculdade
do outro dia. Agora vai ver o que a empregada doméstica que ela dizia tratar
como uma “filha” fazia depois do almoço: após lavar os pratos e talheres que
todos haviam sujado, ia terminar de passar a pilha de roupas de sua “família”).
A “filha- empregada” sentava-se a mesa todos os dias com a família no momento
das refeições, ressalta também a dona de casa. E ela continuava triste porque
ainda não havia encontrado nenhuma outra empregada, disse. E sua casa era muito
grande. “Dá muito trabalho de limpar”.
Ela não encontrava outra emprega
talvez até outra “filha”? Ou não queria pagar o que agora nesses últimos anos
as empregadas (com certas melhorias) estão requerendo de salário?
Enfim, só estou mesmo contando
essa história, mediante outra notícia que li esses dias, do jornal local, onde
eles mostraram como são degradantes as condições de moradia, dos próprios
Bratalhadores que estão construindo nossas “casas branquinhas e confortáveis”
tão sonhadas próprias.
(Lembrei de um filme que retratou
como nossa sociedade, é totalmente dependente do Trabalho Escravo/ Subemprego.
O filme chama-se “Um dia sem mexicanos”. Aqui, poderíamos trocar os mexicanos
pelos negros, ou pelos indígenas, ou nordestinos, poderia ser: “São Paulo, um
dia sem nordestinos.” O filme mostra que simplesmente, a cidade de Los Angeles –
EUA para, quando devido a um misterioso sumiço, todos mexicanos desaparecem da
cidade. Sumiram os motoristas de ônibus
que levavam as pessoas para seus trabalhos, sumiram as babás e empregadas
domésticas que cuidavam das casas e crianças enquanto os patões trabalham, não
existia comida de fast-food e o supermercado fechou nesse dia, pois garçons,
atendentes, repositores e caixas, também haviam sumido. O frentista também
havia sumido... O cara que concerta a rede elétrica... Enfim, o caos total. As pessoas
ficaram quase que enlouquecidas, mediante uma cidade “parada”.)
É como a nossa vidinha
confortável, que todos orgulhamos de merecer, calcada quase que absolutamente em
trabalho escravo/subemprego.
Abaixo as matérias.
E lendo essa primeira matéria me veio
uma ideia genérica (mais uma ideia boba): como uma pessoa pode dar, aquilo que não tem?
20/03/2013 16:37
Operários do Minha Casa, Minha Vida vivem em condições
precárias
Nadyenka Castro
Quinze trabalhadores
de um residencial do programa Minha Casa, Minha Vida, da construtora Brookfield
Incorporações, no Portal Caiobá, em Campo Grande, estão sem receber salários e
vivem em condições degradantes. A situação foi flagrada pelo MPT (Ministério
Público do Trabalho), ontem, após denúncias.
De acordo com o MPT,
os operários foram contratados pela empreiteira JN Construções Instalações
Hidráulicas e Elétricas e contaram sobre o atraso na remuneração mensal, que
estavam tendo descontos ilegais, que o fornecimento da alimentação seria
interrompido e que os dois alojamentos não eram adequados.
Os 15 trabalhadores
foram contratados pela terceirizada JN, em Goiânia, mas vieram de diferentes
estados, como Pará, Maranhão, Tocantins e Goiás, com expectativa de ganhar em
torno de R$ 2,5 mil mensais. Após dois meses de trabalho em Campo Grande, a
empresa JN parou de realizar os pagamentos alegando que não estaria recebendo
da Brookfield Incorporações, dona do Residencial Celina Martins Jallad, que é
construído com recursos públicos.
Os trabalhadores
estão alojados em duas casas próximas à obra do Portal Caiobá. No alojamento
onde estão 10 trabalhadores, não há camas em quantidade suficiente, há pessoas
dormindo em redes, os colchões disponíveis são inadequados, não foram
fornecidas roupas de cama e não há condições de higiene. Para tomar banho, eles
utilizam um cano no quintal da residência, em local aberto, porque o banheiro
não tem condições de uso.
Os empregados
relataram, ainda, que quando chove, entra água no local e que foram informados
que, por falta de pagamento, o fornecimento da alimentação seria interrompido.
Eles foram dispensados pela empreiteira JN, mas estão sem receber salários e
sem condições de sair dos alojamentos.
A obra é financiada
pelo governo federal e estadual, como parte do programa Minha Casa Minha Vida.
Segundo o procurador do trabalho Leontino Ferreira de Lima Júnior, que esteve
vistoriando os alojamentos, as duas empresas, tanto o empregador direto quando
a dona do empreendimento, serão responsabilizadas.
A Brookfield foi
notificada pelo MPT a comparecer em audiência, nesta tarde, para tratar da
solução do problema. O Ministério Público do Trabalho já move ação contra a
Brookfield Centro-Oeste
Empreendimentos
Imobiliários S.A por irregularidades nos canteiros de obras dos condomínios da
Vila Margarida e do Jardim América, em Campo Grande, com pedido de indenização
por dano moral coletivo no valor de R$ 500 mil, por causa de acidente que
resultou na morte de um empregado e pela situação de risco à segurança e saúde
dos trabalhadores.
Fonte: http://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/operarios-do-minha-casa-minha-vida-vivem-em-condicoes-precarias
12/12/2012
08:11
Trabalhadores paralisam obra de shopping na saída para Cuiabá por
atrasos de salário
Eduardo
Orácio
Desde segunda-feira (11), trabalhadores do shopping
Bosques dos Ipês, que está sendo construído na saída para Cuiabá, cruzaram os
braços e paralisaram as obras. Eles reclamam que, assim como no mês de
novembro, o pagamento não tem previsão de ser realizado. Além disso, os
trabalhadores denunciam a carga excessiva de trabalho e más condições de
alimentação.
De acordo com a denúncia, na obra trabalham mais de
80 operários.
“Já encontramos cabelo na comida. Nossa marmita vem
com uma camada de sebo por cima. Fora isso, tem colega que entra às 7h e só sai
às 23h e ninguém recebe hora extra. Era para terem depositado o salário no dia
5 e até agora nada, assim como no mês passado. Muitos de nós vieram do Maranhão
e não tem o que fazer, pois dependem do alojamento para ter onde ficar.”,
explica um dos trabalhadores que preferiu não se identificar.
O pedreiro Rosendo Dias, mostrou seu holerite e
contou que a empresa burla o pagamento da hora extra. “Eles jogam a hora extra
como ajuda de custo e nos fazem bater dois cartões de ponto, além de não
recebermos pelos domingos e feriados que trabalhamos já falaram que não vai ter
recesso no natal e ano novo e não vamos receber a mais por isso.”
O servente Ramiro Candido reclama que a empresa
responsável pela contratação - Marka Construção e Gestão de RH, não deu
qualquer satisfação aos funcionários. “Disseram apenas que a Marka havia
depositado, mas a empresa responsável pelo pagamento não repassou.”.
Os trabalhadores disseram ainda que não há previsão
de pagamento do 13º salário.
“Já avisaram que se quisermos ir embora pra gente
ir, porque vão suspender o almoço, mas vamos ficar aqui até o horário de saída
(17h) aguardando resolverem nosso problema.”, conta um dos trabalhadores.
Justiça
Os trabalhadores contaram a reportagem do Midiamax
que procuraram o Ministério do Trabalho, porém foram aconselhados a irem
pessoalmente a sede da instituição para fazer a denúncia. “Como podemos ir até
lá? Se sairmos vão descontar um dia de trabalho ainda por cima. Queremos que
eles venham aqui e verifiquem as nossas condições.”, relata Wilson.
O Ministério do Trabalho e Emprego - MTE confirmou
o contato dos trabalhadores do shopping, porém até o fechamento da matéria não
foi possível colher mais informações.
Bosques dos Ipês
Procurados pelo Midiamax, a Marka Construção
e Gestão de RH - empresa responsável pela intermediação da mão-de-obra, não
respondeu às perguntas sobre irregularidades no pagamento até o fechamento da
matéria.
A assessoria de comunicação do shopping informou
que honra os compromissos feitos com os funcionários. Confira a nota na
íntegra:
" A Calila Participações, empresa que
administra o Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande, vem por meio desta,
esclarecer que honra com todos os contratos com as empresas prestadoras de
serviços, cumprindo rigorosamente com preços ajustados e prazos estabelecidos
entre as partes. Dessa forma, não medirá esforços para que os funcionários,
mesmo pertencentes a empresas terceirizadas, não sejam prejudicados por
eventuais desacertos neste processo".
Na manhã desta quarta-feira (12), a reportagem
voltou a falar com os trabalhadores que informaram que a paralisação está
mantida e que a empresa se comprometeu a normalizar os pagamentos até o
meio-dia. Eles disseram ainda que somente retornarão às atividades, quando a
situação for normalizada.
(Colaborou Evelin Araujo).
Fonte: http://www.midiamax.com.br/Geral/noticias/828973-trabalhadores+paralisam+obra+shopping+saida+para+cuiaba+atrasos+salario.html
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