quinta-feira, 21 de março de 2013

O ardido cheiro do subemprego: TRABALHO ESCRAVO

Quais são os pilares de uma sociedade? Os Bratalhadores.
 
De que material é feito esses pilares? Suor e muitas vezes até sangue desses Bratalhadores.
Quando entramos em um Shopping Center, com toda sua assepsia, beleza, suntuosidade, que cheiro podemos sentir, além daquele exalado pelas lojas, sorrisos e sacolas? O cheiro ardido do Trabalho Escravo (veja matéria abaixo).
 
É o uso e abuso das pessoas e do trabalho escravo/ subempregos que existe nesse nosso país. Tudo na sua mais natural normalidade. Somos até vítimas...
 
Esses dias conversei com uma mulher que estava se apresentando distímica. Ela relacionou sua atual condição de humor, devido à saída da Empregada Doméstica que por longos anos, trabalhou em sua casa. E ela deixou bem claro que tinha com essa empregada, uma forte relação, enfatizando que a tratava como uma “filha”, que conversava muito com ela, que ela era sua principal companhia durante o dia. Mas chamar a Empregada Doméstica de “Filha”? (Vai ver o que a filha “biológica” dessa mulher fazia depois do almoço, fiquei imaginando: tirava uma “siesta” de três horas gostosa no ar condicionado com a TV ligada, pois tinha que estudar para a prova da faculdade do outro dia. Agora vai ver o que a empregada doméstica que ela dizia tratar como uma “filha” fazia depois do almoço: após lavar os pratos e talheres que todos haviam sujado, ia terminar de passar a pilha de roupas de sua “família”). A “filha- empregada” sentava-se a mesa todos os dias com a família no momento das refeições, ressalta também a dona de casa. E ela continuava triste porque ainda não havia encontrado nenhuma outra empregada, disse. E sua casa era muito grande. “Dá muito trabalho de limpar”.
 
Ela não encontrava outra emprega talvez até outra “filha”? Ou não queria pagar o que agora nesses últimos anos as empregadas (com certas melhorias) estão requerendo de salário?
 
Enfim, só estou mesmo contando essa história, mediante outra notícia que li esses dias, do jornal local, onde eles mostraram como são degradantes as condições de moradia, dos próprios Bratalhadores que estão construindo nossas “casas branquinhas e confortáveis” tão sonhadas próprias.
 
(Lembrei de um filme que retratou como nossa sociedade, é totalmente dependente do Trabalho Escravo/ Subemprego. O filme chama-se “Um dia sem mexicanos”. Aqui, poderíamos trocar os mexicanos pelos negros, ou pelos indígenas, ou nordestinos, poderia ser: “São Paulo, um dia sem nordestinos.” O filme mostra que simplesmente, a cidade de Los Angeles – EUA para, quando devido a um misterioso sumiço, todos mexicanos desaparecem da cidade.  Sumiram os motoristas de ônibus que levavam as pessoas para seus trabalhos, sumiram as babás e empregadas domésticas que cuidavam das casas e crianças enquanto os patões trabalham, não existia comida de fast-food e o supermercado fechou nesse dia, pois garçons, atendentes, repositores e caixas, também haviam sumido. O frentista também havia sumido... O cara que concerta a rede elétrica... Enfim, o caos total. As pessoas ficaram quase que enlouquecidas, mediante uma cidade “parada”.)
 
 
É como a nossa vidinha confortável, que todos orgulhamos de merecer, calcada quase que absolutamente em trabalho escravo/subemprego.
 
Abaixo as matérias.
 
E lendo essa primeira matéria me veio uma ideia genérica (mais uma ideia boba): como uma pessoa pode dar, aquilo que não tem?


20/03/2013 16:37

Operários do Minha Casa, Minha Vida vivem em condições precárias


Nadyenka Castro

Quinze trabalhadores de um residencial do programa Minha Casa, Minha Vida, da construtora Brookfield Incorporações, no Portal Caiobá, em Campo Grande, estão sem receber salários e vivem em condições degradantes. A situação foi flagrada pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), ontem, após denúncias.

 

De acordo com o MPT, os operários foram contratados pela empreiteira JN Construções Instalações Hidráulicas e Elétricas e contaram sobre o atraso na remuneração mensal, que estavam tendo descontos ilegais, que o fornecimento da alimentação seria interrompido e que os dois alojamentos não eram adequados.

Os 15 trabalhadores foram contratados pela terceirizada JN, em Goiânia, mas vieram de diferentes estados, como Pará, Maranhão, Tocantins e Goiás, com expectativa de ganhar em torno de R$ 2,5 mil mensais. Após dois meses de trabalho em Campo Grande, a empresa JN parou de realizar os pagamentos alegando que não estaria recebendo da Brookfield Incorporações, dona do Residencial Celina Martins Jallad, que é construído com recursos públicos.

 

Os trabalhadores estão alojados em duas casas próximas à obra do Portal Caiobá. No alojamento onde estão 10 trabalhadores, não há camas em quantidade suficiente, há pessoas dormindo em redes, os colchões disponíveis são inadequados, não foram fornecidas roupas de cama e não há condições de higiene. Para tomar banho, eles utilizam um cano no quintal da residência, em local aberto, porque o banheiro não tem condições de uso.

 

Os empregados relataram, ainda, que quando chove, entra água no local e que foram informados que, por falta de pagamento, o fornecimento da alimentação seria interrompido. Eles foram dispensados pela empreiteira JN, mas estão sem receber salários e sem condições de sair dos alojamentos.

 

A obra é financiada pelo governo federal e estadual, como parte do programa Minha Casa Minha Vida. Segundo o procurador do trabalho Leontino Ferreira de Lima Júnior, que esteve vistoriando os alojamentos, as duas empresas, tanto o empregador direto quando a dona do empreendimento, serão responsabilizadas.

 

A Brookfield foi notificada pelo MPT a comparecer em audiência, nesta tarde, para tratar da solução do problema. O Ministério Público do Trabalho já move ação contra a Brookfield Centro-Oeste

 

Empreendimentos Imobiliários S.A por irregularidades nos canteiros de obras dos condomínios da Vila Margarida e do Jardim América, em Campo Grande, com pedido de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 500 mil, por causa de acidente que resultou na morte de um empregado e pela situação de risco à segurança e saúde dos trabalhadores.

 

Fonte: http://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/operarios-do-minha-casa-minha-vida-vivem-em-condicoes-precarias

 

12/12/2012 08:11

Trabalhadores paralisam obra de shopping na saída para Cuiabá por atrasos de salário

Eduardo Orácio

Desde segunda-feira (11), trabalhadores do shopping Bosques dos Ipês, que está sendo construído na saída para Cuiabá, cruzaram os braços e paralisaram as obras. Eles reclamam que, assim como no mês de novembro, o pagamento não tem previsão de ser realizado. Além disso, os trabalhadores denunciam a carga excessiva de trabalho e más condições de alimentação.  

De acordo com a denúncia, na obra trabalham mais de 80 operários.

“Já encontramos cabelo na comida. Nossa marmita vem com uma camada de sebo por cima. Fora isso, tem colega que entra às 7h e só sai às 23h e ninguém recebe hora extra. Era para terem depositado o salário no dia 5 e até agora nada, assim como no mês passado. Muitos de nós vieram do Maranhão e não tem o que fazer, pois dependem do alojamento para ter onde ficar.”, explica um dos trabalhadores que preferiu não se identificar.

O pedreiro Rosendo Dias, mostrou seu holerite e contou que a empresa burla o pagamento da hora extra. “Eles jogam a hora extra como ajuda de custo e nos fazem bater dois cartões de ponto, além de não recebermos pelos domingos e feriados que trabalhamos já falaram que não vai ter recesso no natal e ano novo e não vamos receber a mais por isso.”

O servente Ramiro Candido reclama que a empresa responsável pela contratação - Marka Construção e Gestão de RH, não deu qualquer satisfação aos funcionários. “Disseram apenas que a Marka havia depositado, mas a empresa responsável pelo pagamento não repassou.”.

Os trabalhadores disseram ainda que não há previsão de pagamento do 13º salário.

“Já avisaram que se quisermos ir embora pra gente ir, porque vão suspender o almoço, mas vamos ficar aqui até o horário de saída (17h) aguardando resolverem nosso problema.”, conta um dos trabalhadores.

Justiça

Os trabalhadores contaram a reportagem do Midiamax que procuraram o Ministério do Trabalho, porém foram aconselhados a irem pessoalmente a sede da instituição para fazer a denúncia. “Como podemos ir até lá? Se sairmos vão descontar um dia de trabalho ainda por cima. Queremos que eles venham aqui e verifiquem as nossas condições.”, relata Wilson.

O Ministério do Trabalho e Emprego - MTE confirmou o contato dos trabalhadores do shopping, porém até o fechamento da matéria não foi possível colher mais informações.

Bosques dos Ipês

Procurados pelo Midiamax, a Marka Construção e Gestão de RH - empresa responsável pela intermediação da mão-de-obra, não respondeu às perguntas sobre irregularidades no pagamento até o fechamento da matéria.

A assessoria de comunicação do shopping informou que honra os compromissos feitos com os funcionários. Confira a nota na íntegra:

" A Calila Participações, empresa que administra o Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande, vem por meio desta, esclarecer que honra com todos os contratos com as empresas prestadoras de serviços, cumprindo rigorosamente com preços ajustados e prazos estabelecidos entre as partes. Dessa forma, não medirá esforços para que os funcionários, mesmo pertencentes a empresas terceirizadas, não sejam prejudicados por eventuais desacertos neste processo".

Na manhã desta quarta-feira (12), a reportagem voltou a falar com os trabalhadores que informaram que a paralisação está mantida e que a empresa se comprometeu a normalizar os pagamentos até o meio-dia. Eles disseram ainda que somente retornarão às atividades, quando a situação for normalizada.

(Colaborou Evelin Araujo).

Fonte: http://www.midiamax.com.br/Geral/noticias/828973-trabalhadores+paralisam+obra+shopping+saida+para+cuiaba+atrasos+salario.html

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