quinta-feira, 28 de março de 2013

"Existe uma pressão velada porque isso, de uma forma ou de outra, atinge todas as UTIs, não só de Curitiba. Todo mundo vai ter que dar uma resposta sobre o que está acontecendo dentro das UTIs."

Corajosamente, o Ministério da Saúde, liderado pelo auditor, e médico, Mário Lobato, conforme o último domingo (matéria exibida no Fantástico), nos mostrou novos contornos a hedionda situação que aconteceu, no Hospital Evangélico de Curitiba. Já escrevi aqui um pouco superficialmente, mas não menos incisivamente, em “OBEJTOS/DEJETOS da UTI - retratando a minha percepção sobre esse caso.

Lobato, em entrevista para o Fantástico, fala em pormenores (informações obtidas em apenas alguns casos que já foram “esmiuçados” por sua auditoria, pois me parece que ainda vão examinar outros milhares), de como funcionava o “esquemão” de “saúde” que matou pessoas naquele hospital. No lugar mais “frio” possível, da maneira mais “fria” possível.

Além disso,

Segundo o auditor, a médica Virgínia agia com o conhecimento da diretoria do hospital. Ele cita o trecho de uma gravação telefônica, feita com autorização da justiça, em que um diretor conversa com a médica, que foi acusada, por testemunhas, de desligar os aparelhos respiradores de pacientes.”

Isso demais lógico, como se dois, mais dois, são quatro.

Fico imaginando:

Claro que a instituição, como sua direção inteira, sabia do que essa Médica Virgínia, fazia ali. E com certeza, ela era considera “a médica”, por seus superiores, seus chefes, colegas e muitos subordinados. Que se foda, se algum técnico de enfermagem não gostasse dela. Ou ficasse chorando no banheiro, depois que tivesse que fazer o que todos faziam na “maior normalidade”, a mando da maneira de Virgínia de gerir uma UTI. Os patrões deveriam adorar ela, pois ela deixava tudo “andando” na UTI. Não havia “pepinos” por falta de vagas ali. Não havia o Ministério Público, a Secretaria de Assistência Social, algum parente de político, ou pastor, pedindo vaga para algum fulano ali. Até sobravam vagas. E os diretores, fingiam que não sabiam (nessa hora devem estar falando que apenas trabalham com números). Eles realmente gostavam do trabalho dela. Eles ainda devem pensar que era apenas Virgínia que matava, para ainda continuar dormindo com a cabeça em paz.

E mais:

O auditor revelou que foi pressionado a não ampliar as investigações: "Existe uma pressão velada porque isso, de uma forma ou de outra, atinge todas as UTIs, não só de Curitiba. Todo mundo vai ter que dar uma resposta sobre o que está acontecendo dentro das UTIs."”

Eu mesmo, conheço duas gestoras bem conhecidas daqui, de “emergência-urgência”, pronto atendimento, SAMU etc e tal, que aposto todas as minhas fichas, tem o mesmo perfil que essa Médica Virgínia. São tidas como aquelas pessoas “pragmáticas”, que “vivem para o trabalho”, que até preferem trabalhar aos sábados, em plantões, pois as vezes, elas não tenham um amigo, ou namorado sequer, para irem tomar um chopp, ou escutar uma boa música. Não conseguem descontrair. São gestoras que “fazem e acontecem”. E os superiores adoram elas.

E com essas reveladoras declarações de Lobato, o COORPORATIVISMO médico já está entrando em ação. O presidente da Associação Médica de UTI já declarou que está tudo dentro da normalidade os procedimentos dessa UTI.

Esses dias vi aquele psiquiatra Ronaldo Laranjeira, no Jornal da Cultura, dizendo que não acredita que a médica tenha sido assassina nesses casos. Seu argumento é de que a equipe que trabalhava com Vrigínia, se isso acontecesse mesmo, não permitiria. Disse que é um caso ao contrário, daquele do Dr. Morte, que matou mais de 100 na Inglaterra. Que lá, esse médico só matou tantos, porque atuava sozinho. E no caso dessa médica, indiciando tantas pessoas assim, a equipe toda, não acredita ser verdade.

O argumento desse médico é muito ignorante. Aliás, como vários outros dele. (Ele é tido como especialista em drogas da UNIFESP). Parece que ele não se lembra no nosso passado e atualidade, de sua própria área que é psiquiatria. Que se morreu, e morrem, milhares de pessoas, dentro dos hospitais, na maior complacência de todos. Vai ver, inclusive a dele.

Com esse escândalo sangrento, e como citamos a PSIQUIATRIA aproveito a deixa: VAMOS PRESTAR TAMBÉM MAIS ATENÇÃO AO QUE ACONTECE EM NOSSAS URGêNCIAS/EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS – SEM FALAR NAS NOSSAS COMUNIDADES TERAPÊUTICAS PARA QUE MAIS PESSOAS NÃO SOFRAM, NÃO SEJAM ASSASSINADAS.



Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/03/auditor-suspeita-que-medica-agiu-em-uti-com-o-conhecimento-do-hospital.html

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