sábado, 30 de março de 2013

BONS EXEMPLOS DE QUEM TEM MUITA GRANA

Essa semana foi inaugurada na USP, mais uma biblioteca. Ela chama-se: Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.

Essa biblioteca é fruto da coleção particular de um advogado, empresário e sua esposa, que viveram “uma vida entre livros” (ele escreveu um livro com esse título). 

Guita e José Mindlin doaram 39 mil títulos, 55 mil volumes para essa biblioteca. Raridades como primeiras edições autografadas por Machado de Assis, entre outros clássicos estão no acervo. Parece que até existe o manuscrito datilografado do Vidas Secas. Do alagoano Graciliano Ramos.

Enfim, um verdadeiro tesouro, com inestimável valor, tanto material, como principalmente imaterial.

Mostrando assim, que a elite financeira brasileira, pode ser muito mais que apenas acúmulo de capital.

Regionalmente, também temos outro belo exemplo que foi o do pecuarista Antônio Moraes dos Santos. Por muito tempo, ele tentou doar não “sei quanto milhões” do seu patrimônio, para a construção de uma ala nova no Hospital do Câncer aqui da cidade.

Esse hospital é o mesmo que esses dias tivemos aqui deflagrado um grande escândalo de corrupção em sua diretoria.

(Provavelmente esse pecuarista deve ter sentido o cheiro de “podridão” das pessoas que ali comandavam).

Mas ainda bem, que Antônio Moraes insistindo em concretizar uma grande doação, viabilizou uma parceria com o Hospital do Câncer de Barretos, e já estão quase concluindo uma unidade de saúde na cidade, onde será disponibilizado vários serviços, principalmente voltados para a prevenção do Câncer, para a população em geral.

 
As notícias:

USP inaugura Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin

Publicado em Cultura, Institucional, USP Online Destaque por Redação em 25 de março de 2013

 

A USP inaugurou no dia 23 de março, às 18 horas, o prédio da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, localizado na Cidade Universitária (Zona Oeste de São Paulo). O investimento total na obra foi de R$ 130 milhões e também fazem parte das instalações um auditório, salas de exposição, instalações para digitalização e restauro de livros e espaço para projetos de pesquisa. A cerimônia de inauguração teve a participação do reitor da USP, João Grandino Rodas, do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e da ministra da Cultura, Marta Suplicy.

O edifício, com 20 mil metros quadrados de área, abrigará 60 mil volumes de livros e documentos sobre o Brasil, com destaque para a coleção reunida pelo advogado, empresário e bibliófilo José Mindlin, doada a USP em 2005. A cerimônia teve início com a exibição do vídeo “Uma Vida Entre Livros”, que relatou a trajetória de Mindlin e da formação de seu acervo. Em seguida, o professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciencias Humanas (FFLCH) da USP, Antonio Cândido lembrou que Mindlin era muito mais que um simples bibliófilo. “Ele não se resumia a ser um colecionador de livros, era um grande leitor, com muito discernimento, e a formação de sua Biblioteca lembra um escritor compondo sua obra”, contou. “Queria que todos usufruíssem de seu acervo. Era um desses homens que fazem a vida parecer melhor”.

Falando em nome da família de Mindlin, o filho Sergio Mindlin fez um agradecimento a todas as pessoas da USP que colaboraram na realização do projeto, em especial ao Reitor e aos professores Antonio Marcos de Aguirra Massola, diretor executivo da Fundação de Apoio à USP (Fusp), que supervisionou a execução da obra, e Istvan Jancsó (que morreu em 2010), primeiro diretor da Biblioteca. “Com esta inauguração, o que era uma iniciativa familiar, com minha mãe, Guita Mindlin, cuidando da conservação e restauro do acervo, se transforma em um centro de estudos para pesquisadores do mundo todo”, afirmou. “As pessoas passam e os livros ficam. Uma longa vida a Biblioteca”.

A cerimônia se encerrou com o descerramento da placa comemorativa da inauguração da Biblioteca. Após a solenidade, o reitor da USP destacou a importância da doação realizada por Mindlin e sua família. “No Brasil, não existe essa tradição de doações, o processo não é simples, mas aqui foi plantada a semente para que outras pessoas façam o mesmo gesto”, disse Rodas. “Para a USP, a inauguração deste edifício é um divisor de águas, pois recupera a ideia que havia nos anos 1960 e 1970 de um bem público monumental, moderno e de ponta, e leva aos brasileiros o ideário de que doar ao poder público e um excelente modo de disseminar a cultura e o conhecimento”.

O prefeito Fernando Haddad declarou que com a inauguração, São Paulo está um pouco maior e espiritualmente mais rica. “Além de seu grande acervo, a Biblioteca também é um chamamento para pensar mais o Brasil, um convite para a reflexão sobre a história do País e o seu futuro”. A ministra Marta Suplicy lembrou do apoio do Ministério da Cultura ao projeto, por meio da lei de incentivo cultural (Lei Rouanet) e do Fundo Nacional de Cultura, levantando recursos da ordem de R$ 23 milhões. “O conteúdo desta obra é extraordinário”, disse. “No auditório, o Ministério irá instalar um dos cinemas digitais que utilizam o cabeamento de fibra óptica da Rede Nacional de Pesquisa (RNP)”. A construção da Biblioteca também teve o apoio da Petrobras, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de empresas privadas.

O projeto do edifício da Biblioteca foi elaborado pelos arquitetos Eduardo de Almeida e Rodrigo Mindlin Loeb, com assessoria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. “Além de um ambiente protetor, este será um centro de referência da cultura brasileira”, disse Almeida. Loeb, que é neto de Mindlin, afirmou que a inauguração representa a realização do sonho não apenas de seus avós, mas de todos que colaboraram com a concretização da obra. “A família nunca se sentiu dona dos livros, mas guardiã deles, e sempre permitiram sua utilização em pesquisas e exposições. Agora esta iniciativa terá continuidade, pois este é um patrimônio de todos”, destacou. “Este é um espaço pensado para ser 100% aberto ao público, 24 horas por dia”.

O diretor da Biblioteca, Pedro Puntoni,  disse que o acervo possui 60 mil volumes, que incluem a coleção de Mindlin e outros acervos, como o do professor Istvan Jancsó (1.000 volumes) e a coleção completa do jornal “O Estado de S.Paulo”, desde o primeiro número, publicado em 1875 (7.000 volumes). “O espaço tem capacidade para 150 mil volumes, e possui potencial para crescimento”, afirmou. “Haverá recursos para aquisições, que também poderão ser obtidos em projetos de incentivo fiscal, além do recebimento de novas doações”, afirmou.

Segundo o diretor, a Biblioteca possui 16 funcionários, número que deverá chegar a 33, e seis professores colaboradores que realizam projetos de pesquisa desde a criação da Biblioteca, em 2005. “A ideia é trazer outros pesquisadores, nas áreas de história do Brasil, literatura, tecnologias de acesso à informação, entre outras”, disse. “Na origem de tudo, quando José Mindlin doou seu acervo, a intenção não era apenas a de oferecer uma Biblioteca para ficar guardada, mas de criar um centro de estudos e pesquisas dentro da USP”.

Puntoni relatou que a Biblioteca planeja a realização de exposições e atividades no auditório ao longo do ano, e está em estudo a criação de cursos de pós-graduação em Humanidades Digitais. No primeiro andar da biblioteca estão localizados os livros reunidos pelo colecionador Rubens Borba de Moraes, que foram incorporados à coleção de José Mindlin, livros de História, relatos de viajantes e de expedições científicas no Brasil desde o século XVI, obras sobre a presença dos jesuítas no País, além de manuscritos e provas tipógraficas de livros, como “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa. Também há um setor de mapas e livros de grande formato. O segundo andar possui obras de literatura brasileira, entre elas primeiras edições de escritores como Machado de Assis e Euclides da Cunha, e livros do sociólogo Gilberto Freyre e do folclorista Luis da Câmara Cascudo. No terceiro andar estão obras de referência, como dicionários e enciclopédias, livros de arte e periódicos.

O subsolo abriga um salão de exposições temporárias. Também há um espaço com as máquinas de digitalização de livros e instalações para tratamento de imagens, além de um laboratório para conservação e restauro de livros e documentos. O local possui ainda um arquivo deslizante, com capacidade para 90 mil volumes, e painéis para guardar quadros e obras de arte. Outras áreas do edifício sediarão o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), o Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi) da USP e uma livraria da Editora da USP (Edusp), que deverão ser entregues até o final do ano.

As primeiras exposições da biblioteca estarão abertas para o público a partir de 25 de março, de segunda-feira a sexta-feira, das 9h30 às 18h30. “Não faço nada sem alegria” é uma exposição de longa duração com painéis, fotos e vídeos sobre a vida de José e Guita Mindlin, a formação do acervo da Biblioteca, a construção do edifício, a cultura do livro, a história da imprensa e o prazer da leitura. “Destaques da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin” é uma mostra de cerca de cem títulos da coleção que estarão expostos até 28 de junho. A entrada é gratuita. O acesso ao acervo para consultas terá início no dia 2 de abril, das 13 às 17 horas, mediante agendamento. O endereço é Rua da Biblioteca, s/nº, Cidade Universitária, São Paulo.

VIA: http://www5.usp.br/24376/usp-inaugura-biblioteca-brasiliana-guita-e-jose-mindlin/

 

01/03/2011 15:17

Pecuarista cancela doação milionária para obra do Hospital do Câncer

Marta Ferreira

Um ano depois de ter sido anunciada a doação de R$ 15 milhões pelo pecuarista Antônio Moraes dos Santos para a construção de um novo prédio do Hospital do Câncer Doutor Alfredo Abrão, em Campo Grande, o benfeitor divulgou hoje que não vai mais doar o dinheiro, em razão de uma série de problemas que já haviam sido externados por ele anteriormente.

A decisão de Antônio Moraes vem quando a obra já está em andamento, com as fundações prontas, e uma despesa de R$ 1,7 milhão já contratada. Ele garante que vai pagar essa despesa, mas que os valores prometidos para o hospital serão destinados a outra obra.

O pecuarista afirma, em nota divulgada na imprensa, que desistiu de fazer a doação, porque a Fundação Carmem Prudente, que administra o hospital, não foi capaz de se comprometer a atender as exigências feitas por ele. A principal exigência foi a garantia de que o prédio não pudesse ser usado para outra finalidade, nem vendido ou penhorado.

Como se trata de uma fundação, foi preciso o parecer do MPE (Ministério Público Estadual) e, mesmo sem o conhecimento do teor do parecer, Antônio Moraes já teria sido informado de que o entendimento foi negativo quanto ao cumprimento das exigências impostas por ele.

Na nota divulgada hoje, o pecuarista afirma que a instituição deveria ter se certificado com antecedência da possibilidade de cumprir com as exigências.

Insatisfação-Em agosto do ano passado, Antônio Morais já havia

sinalizado descontentamento com o andamento do processo para a construção do hospital, e divulgou nota informando que mantinha a doação, mas não estaria mais à frente da construção do hospital.

Ao informar hoje o cancelamento da doação, ele afirma que a intenção era iniciar as obras do hospital em janeiro de 2011, de acordo com o termo de doação, “que só veio a se concretizar 9 meses após a primeira manifestação de assim o fazê-lo”.

O pecuarista salienta que, mesmo havendo pendências de documentação por parte da fundação, as obras foram iniciadas em dezembro do ano passado, e, com dois meses de atraso, em fevereiro, foram iniciadas as tratativas pela Fundação para regularizar a documentação.

Sem a comprovação de que suas exigências podem ser atendidas, o benfeitor decidiu destinar os recursos a outra obra social.

Ele encerra o texto dizendo que o “montante que foi por nós separado para a doação que pretendíamos realizar, jamais encontrará, em nossas contas correntes, qualquer amparo ou aconchego, pois é decidido que nós realizaremos este sonho de outra forma, pois caro para nós é, mais do que tudo, que seja efetivado”.

Outro lado- No hospital, a informação é que os conselheiros da Fundação Carmem Prudente estão reunidos tratando do assunto e devem se manifestar ainda hoje.


Após escândalo, luta contra o câncer ganhará reforço em junho


Aline dos Santos

A inauguração de um centro de diagnóstico e a chegada de uma unidade móvel vão reforçar, a partir de junho, a luta contra o câncer em Campo Grande. Ambos são fruto da doação de R$ 12 milhões feita pelo pecuarista Antônio Moraes dos Santos.

O centro, que é construído na avenida Ernesto Geisel, após o HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian, fará exames laboratoriais e procedimentos de pequenos portes. Já a carreta vai rodar os bairros de Campo Grande realizando exames preventivos.

A unidade móvel, montada pelo Hospital de Câncer de Barretos, já está pronta, inclusive foi visitada pelo ex-presidente Lula (PT), e vai entrar em funcionamento logo que o centro for inaugurado. O hospital monta as carretas, dotando cada laboratório sobre roda com equipamentos para diagnóstico de câncer de mama, pele e próstata.

A doação milionária foi oficializada em agosto de 2011, com a presença do presidente do Hospital do Câncer de Barretos, Henrique Prata. Na ocasião, o pecuarista declarou que há muito tempo queria fazer um hospital do câncer para atender a população menos favorecida. O foco do atendimento será na prevenção.

Em 2010, Antonio Moraes doou R$ 15 milhões para o Hospital do Câncer de Campo Grande, administrado pela Fundação Carmen Prudente. Passado um ano, ele desistiu do projeto. A principal exigência não atendida pela direção foi a garantia de que o prédio não pudesse ser usado para outra finalidade, nem vendido ou penhorado.

Na última semana, o Hospital do Câncer da Capital entrou na mira do MPE (Ministério Público Federal) e da PF (Polícia Federal). Foi pedido à Justiça o afastamento da direção. Dias depois, a operação Sangue Frio apreendeu documentos na unidade hospitalar.

A direção acabou afastada por decisão administrativa do Conselho Curador. Conforme denúncia do Ministério Público, o médico e ex-diretor-geral do hospital, Adalberto Abrão Siufi, fez manobra privilegiar a empresa Neorad, do qual é um dos donos.

VIA: http://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/apos-escandalo-luta-contra-o-cancer-ganhara-reforco-em-junho

 

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