Edileuza
trabalha bastante e como trabalha, todo dia, das 7h à meia-noite
Viviane
Oliveira e Anny Malagolini
Edileuza Martins Cardim mantém há 8 anos
uma jornada de 14h de trabalho. Hoje com 46 anos, ela começa a pensar em deixar
um dos empregos, mas
afirma que se sente uma mulher realizada por ter conseguido ultrapassar os
obstáculos que a vida lhe impôs.
Há 20 anos, Edileuza, decidiu abandonar
tudo em Valença, no estado da
Bahia, para acompanhar o marido que queria tentar uma oportunidade no ramo da
culinária em Campo Grande.
Após cinco anos vivendo na cidade, o
casamento não deu certo e os dois resolveram se separar. Sem os familiares por
perto, morando de aluguel com dois filhos pequenos para criar, Edileuza conta
que tinha duas opções: arregaçar as mangas e trabalhar ou ficar se lamentando
da sorte.
“Tive que
me virar e arrumar dois empregos para conseguir manter as despesas da casa. Na
época em que me vi sozinha, o meu filho mais velho tinha 13 e a mais nova, 9
anos”, disse.
Primeiro Edileuza conseguiu uma vaga de
garçonete em uma churrascaria na avenida Bom Pastor. Lá a jornada de trabalho é
das 18h a 00h15. Mais o salário ainda
não era o suficiente para manter sozinha uma casa, então resolveu arrumar outro
emprego durante o dia.
Edileuza então passou a estudar e conseguiu
passar em um concurso público da Prefeitura para
agente de saúde, onde trabalha de segunda a sexta das 7h às 17h. “Só vou
descansar daqui 12 anos, quando me aposentar. A gente tem que trabalhar
enquanto está nova e tem energia”, destaca.
Com o esforço, a agente de saúde, conseguiu
conquistar a casa própria, um carro, e realizou o sonho de ver a filha, hoje
com 24 anos, formada em Jornalismo.
“Eu posso
dizer com todo orgulho que conquistei com o fruto do meu trabalho tudo o que
queria. Tenho uma casa boa, tirei minha CHN (Carteira Nacional de Habilitação),
comprei um carro e ajudei a minha filha a comprar uma moto”, conta.
Na quarta-feira (1), dia do Trabalho,
Edileuza afirma que só tem a comemorar e agradecer a Deus pelos dois empregos
que conseguiu manter durante todos esses anos. “A gente não pode ficar parada,
tem que erguer a cabeça e ir à luta”, finaliza.
http://www.campograndenews.com.br/lado-b/comportamento-23-08-2011-08/edileuza-trabalha-bastante-e-como-trabalha-todo-dia-das-7h-a-meia-noite
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