quinta-feira, 11 de abril de 2013

Santa Casa ignora escândalo e mantém contrato de R$ 119 mil mensais com a Neorad

10/04/2013 18:49

Santa Casa ignora escândalo e mantém contrato de R$ 119 mil mensais com a Neorad 

Vinícius Squinelo
 
 
Mesmo com as informações de desvios de verbas públicas reveladas pela Operação Sangue Frio, a Santa Casa de Campo Grande continua com contrato com a Neorad, empresa envolvida nas irregularidades, segundo o Ministério Público Estadual.
O contrato é datado de setembro de 2012, com pagamentos mensais de até R$ 119 mil, o que gera um montante de R$ 833 mil até hoje. Antes, a Santa Casa, que nunca teve um serviço próprio de radioterapia, tinha contrato ativo com o Hospital do Câncer Alfredo Abrão, também em Campo Grande.
Na Operação Sangue Frio foi revelado que O HC pagava 70% a mais do que a tabela do SUS à Neorad, empresa de Adalberto Siufi, então presidente do hospital. Já a Santa Casa garante que paga apenas o instituído pela tabela do SUS, e ainda receberia 4% do valor como contrapartida.
As informações foram prestadas pela diretoria da Santa Casa, em reunião na tarde desta quarta-feira (10), com comissão composta pelos vereadores Zeca do PT, Alex do PT, Waldecy Chocolate e Cazuza, ambos do PP, além de Luiza Ribeiro (PPS).
A reunião foi marcada pela polêmica envolvendo o contrato com a Neorad, e o fato da Santa Casa ter negado uma máquina de radioterapia, doada pelo Ministério da Saúde em 2010. “É tudo muito estranho, mas ainda temos que analisar”, frisou Luiza Ribeiro.
A direção da Santa Casa alega que o alto custo de manutenção física, e de profissionais, inviabiliza a instalação de um setor de radioterapia no hospital, sendo mais barata a terceirização.
Os vereadores Zeca e Alex afirmaram que estranharam a posição do hospital, e que um estudo mais profundo será realizado pelos parlamentares. A mesma opinião de Cazuza e Chocolate.
Operação
A Operação Sangue Frio foi deflagrada no dia 19 de fevereiro, com efetivo de mais de cem policiais e 15 servidores da CGU (Controladoria Geral da União) que cumpriram 19 mandados de busca e apreensão e 4 ordens judiciais de afastamento de servidores no HU, entre eles o diretor Geral, José Carlos Dorsa.
Os crimes investigados são: fraude em licitação, superfaturamento, corrupção passiva, peculato e formação de quadrilha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário