Dom Dimas critica posição do CFM sobre aborto e diz
que problema é ineficiência na saúde
Mayara Sá
http://www.midiamax.com/noticias/844727-dom+dimas+critica+posicao+cfm+sobre+aborto+diz+problema+ineficiencia+saude.html
O arcebispo da arquidiocese de Campo
Grande Dom Dimas Lara Barbosa se reuniu nesta quarta-feira (3) com médicos,
advogados e representantes da sociedade civil para discutir a posição do CFM
(Conselho Federal de Medicina) sobre o aborto. No ultimo dia 21, o CFM anunciou
que levaria à comissão especial do Senado - que trata da reforma do Código
Penal – uma proposta com posição favorável ao aborto em gestações de até três
meses.
Após as declarações, muitas entidades
se manifestaram contrárias à posição do Conselho e emitiram notas de repúdio.
Dom Dimas afirmou que é preciso falar sobre isso e mostrar que a opinião do
Conselho não representa a da sociedade.
Para Dom Dimas o problema é que o
sistema de saúde é ineficiente e por isso apresenta soluções escapatórias a sua
própria deficiência. “Ninguém menciona que milhares de mulheres que fazem a
curetagem ficam em filas para tratamento psicológico e psiquiátrico pelo trauma
do aborto”, criticou.
Ele revelou ainda que tem visto
diariamente, junto ao trabalho das pastorais, que quando se conversa com a
mulher gestante e dá chance a ela de ter uma gravidez com assistência médica,
dignidade, ela não opta pelo aborto. Mesmo, em casos de violência.
Para o arcebispo, a declaração banaliza
a vida. “Estou muito preocupado com o rumo que a defesa da vida tem tomado”,
disse. “Não somos contra as escolhas das mulheres. Não lhes negamos o direito
ao próprio corpo. Mas, o feto é um ser vivo que apenas habita o corpo da mulher.
Assim, ela não tem o direito de negar-lhe a vida”, concluiu.
Questionado que apenas mulheres pobres
e sem recursos morrem pela prática ilegal do aborto, já que quem tem dinheiro
faz o procedimento em clínicas clandestinas foi categórico: o sistema de saúde
é ineficiente e apresenta soluções escapatórias. Uma vez, quando eu ainda
estava na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o então ministro da
saúde declarou que todos sabem que existem clínicas clandestinas de aborto e
que se deve tratar o caso como saúde pública. Eu afirmei: que já que todos
sabem porque não colocam a polícia atrás desses criminosos”, revelou.
Pela lei atual o aborto é consentido em
casos de gravidez seguida de estupro ou quando a gestante corre risco de morte.
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