quinta-feira, 4 de abril de 2013

Dom Dimas critica posição do CFM sobre aborto e diz que problema é ineficiência na saúde

03/04/2013 18:09

Dom Dimas critica posição do CFM sobre aborto e diz que problema é ineficiência na saúde

Mayara Sá

http://www.midiamax.com/noticias/844727-dom+dimas+critica+posicao+cfm+sobre+aborto+diz+problema+ineficiencia+saude.html

O arcebispo da arquidiocese de Campo Grande Dom Dimas Lara Barbosa se reuniu nesta quarta-feira (3) com médicos, advogados e representantes da sociedade civil para discutir a posição do CFM (Conselho Federal de Medicina) sobre o aborto. No ultimo dia 21, o CFM anunciou que levaria à comissão especial do Senado - que trata da reforma do Código Penal – uma proposta com posição favorável ao aborto em gestações de até três meses.

Após as declarações, muitas entidades se manifestaram contrárias à posição do Conselho e emitiram notas de repúdio. Dom Dimas afirmou que é preciso falar sobre isso e mostrar que a opinião do Conselho não representa a da sociedade.

Para Dom Dimas o problema é que o sistema de saúde é ineficiente e por isso apresenta soluções escapatórias a sua própria deficiência. “Ninguém menciona que milhares de mulheres que fazem a curetagem ficam em filas para tratamento psicológico e psiquiátrico pelo trauma do aborto”, criticou.

Ele revelou ainda que tem visto diariamente, junto ao trabalho das pastorais, que quando se conversa com a mulher gestante e dá chance a ela de ter uma gravidez com assistência médica, dignidade, ela não opta pelo aborto. Mesmo, em casos de violência.

Para o arcebispo, a declaração banaliza a vida. “Estou muito preocupado com o rumo que a defesa da vida tem tomado”, disse. “Não somos contra as escolhas das mulheres. Não lhes negamos o direito ao próprio corpo. Mas, o feto é um ser vivo que apenas habita o corpo da mulher. Assim, ela não tem o direito de negar-lhe a vida”, concluiu.

Questionado que apenas mulheres pobres e sem recursos morrem pela prática ilegal do aborto, já que quem tem dinheiro faz o procedimento em clínicas clandestinas foi categórico: o sistema de saúde é ineficiente e apresenta soluções escapatórias. Uma vez, quando eu ainda estava na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o então ministro da saúde declarou que todos sabem que existem clínicas clandestinas de aborto e que se deve tratar o caso como saúde pública. Eu afirmei: que já que todos sabem porque não colocam a polícia atrás desses criminosos”, revelou.

Pela lei atual o aborto é consentido em casos de gravidez seguida de estupro ou quando a gestante corre risco de morte.

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