segunda-feira, 3 de junho de 2013

A China não é aqui

O blogueiro chinês Han Han

Com um público de mais de 300 milhões, Han Han é uma das mais influentes personalidades da China online. Judith Bruhn olha para o seu blog como um exemplo de um cidadão que cria mídias mais abertas e diversificadas em circunstâncias adversas.
Han Han
Han Han (Photo by Iaihu under a Creative Commons Attribution-only licence)

O caso

Em janeirod e 2011, o chinês Han Han publicou um texto em seu blog sob o título “A verdade ou a verdade que supre suas necessidades”. O texto descreve a misteriosa morte de Qian Yunhui, uma ativista e funcionária pública de um vilarejo chinês, que protestava contra requisições oficiais de terras. As agências de notícias oficiais chinesas abordaram o caso como sendo um acidente, mas muitas pessoas suspeitaram que as autoridades locais estavam envolvidas no homicídio e tentavam abafar o caso. Em seu blog, Han Han critica abertamente a conduta das autoridades locais no caso e também a maneira de lidar com ativistas e cidadãos. Ele aponta falhas do governo que geraram uma descrença generalizada por parte da população chinesa e suspeitas de envolvimento de autoridades locais na morte de Qian. Além disso, Han Han usa o caso para falar de injustiças nas questões de requisição de terras nas zonas rurais chinesas que ele mesmo testemunhou em sua cidade natal, Shangai Jinshan. Ao mesmo tempo, Han Han nega os comentários de alguns internautas que diziam ser tais afirmações apenas especulação, e relembra aos leitores que é importante buscar a verdade e não somente a verdade que supre as suas necessidades.
Este é apenas um exemplo de como o blog de Han Han serve como plataforma para um jornalismo cidadão, tratando de assuntos que a imprensa oficial não pode publicar de nenhuma maneira ou às vezes com restrições. Alguns de seus textos são regularmente apagados para evitar que ideias e informações contrárias à linha editorial oficial se espalhem pelo país. O blog fez de Han Han uma das mais influentes personalidades da China, com um público leitor de aproximadamente 300 milhões de pessoas.
 

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