quinta-feira, 20 de junho de 2013

Protestos no país.

Poderia dizer aqui que escrevo sobre esses protestos afim de que eu consiga parar de me atentar para tantas coisas que estão pipocando por aí, nos mais diversos meios de comunicação sobre o assunto. Como se fosse um caso encerado pessoalmente. Mas confesso que o fato real na verdade, é que eu no fundo do fundo, acho que todos queremos dar um "pitaco", ops "protesto".

Várias são as coisas que passam pela minha cabeça.
Começo com uma conversa que tive com um amigo, uma semana antes das primeiras manifestações.
- na conversa com ele, ele deixou bem claro que não é porque uma pessoa (ele no caso) critica um determinada posição (no dia estávamos falando principalmente de política) é que estará defendendo outras. É o criticar pelo criticar.
- baseando na minha limitada concepção de tudo isso que está ocorrendo nas ruas, acho que isso é bem claro: é a crítica pela crítica. Todos sabemos que as coisas em muitos aspectos não estão nada bom. Agora: o que defender?Quais propostas levantar? Que caminhos seguir? Esse para mim é um dos pontos mais frágeis dessas manifestações. 
É muito interessante a crítica. Mas é muito mais interessante apontar os caminhos. E é mais interessante ainda, acreditar e vestir a camisa desses caminhos.  
Confuso, eu sei.
- Como foi emblemático essas manifestações  começarem na capital paulista. O governo PSDB, a prefeitura PT- mais um sinal de que "nem para um lado, nem para o outro". Lembrei daquela famosa frase da Clarice Lispector, que é mais ou menos assim: PERDER-SE TAMBÉM É CAMINHO.
- Eu fico imaginando a cara de dissimulação do Geraldo Alckmin, dias depois de suas declarações dos primeiros protestos, chamando a galera de "um punhado de baderneiros". Ela falou isso no exterior, querendo trazer mais um evento "panaceia" para o Brasil. E também como ele é um sujeito totalmente escroto, mandando a polícia meter o cacete nos manifestantes. Ao invés de cuidar da educação, da saúde, transporte, creches, do estado mais rico do país, ele manda a polícia bater, além de incentivar a criação de da Lei da Maioridade Penal para adolescentes. Parece que a menina dos seus olhos é a força truculenta do estado mesmo.
- Li um artigo que dizia que o povo que estava nas ruas não eram em sua maioria das "periferias". As vezes, a maioria ali nem mesmo andasse de ônibus. Aqui na minha cidade, a primeira manifestação que aconteceu, foi em um lugar onde praticamente as pessoas só chegam de carro. Devido a precariedade de ônibus coletivos que não circulam na região. O cara do artigo dizia que a era econômica (consumo) incentivada pelo Lulismo, talvez não tenha causado quase nada de impacto em termos educacionais, a ponto das pessoas das periferias não se sentirem afetadas politicamente com essas manifestações para ao menos participarem delas.
Ou pode ser que para elas, talvez as coisas podem estar quase tudo numa boa? Pode ser...
E essa classe média nas manifestações, o que significa? A classe média não é tão média que nem sai da média?
- A amplitude dessas manifestações não eram vistas desde o movimento das Diretas Já, e dos Caras Pintadas... (Dessa última eu participei, "guri") É de arrepiar ver aquela multidão em alguns momentos.
- Foi muito bom também ver que entre as milhares de pautas e cartazes dos manifestantes, uns dos protestos mais incisivos era contra a mídia imperialista do nosso país, principalmente da Globo, que teve que até esconder seus microfones (eles agora acho que estão cobrindo as manifestações a distância, pelo GLOBOCÓPTERO), e contra a FIFA. Impressionante que após vários "nós na garganta" que a Fifa nos enfiou "goela" abaixo, como declarações que merecíamos um chute na bunda, preço dos ingressos, desapropriações violentas, bebida alcóolica nos estádios, fora a dinherama gastada.. Tudo isso também foi alvo dos protestos. Isso muito bom. 
- Por fim (pelo menos só por hoje), foi muito bom assistir também o professor de história e uma estudante de direito, irem ao centro do Roda Viva, para serem entrevistados, como integrantes do Movimento do Passe Livre (umas das primeiras coisas que declararam, foi que esse movimento, como outros contidos nas manifestações, tem ojeriza por lideranças). Foi bonito ver um rapaz tão jovem, responder com tanta firmeza e convicção, representando uma boa parte e talvez o inicio, desses protestos que tomaram tamanha amplitude. Ele é um professor de alguma escola estadual ou municipal, do ensino médio, de história, que entre uma prova e outra que corrigi dos seus alunos, milita por um mundo melhor para se viver.
- Por fim (agora é por fim mesmo). O nosso transporte público é uma merda. Como uma conhecida minha sempre diz: país desenvolvido é país com poucos carros e muito transporte público de qualidade boa, com pessoas andando a pé e de bicicleta. Aqui, o transporte público, como quase tudo, é concedido em por meio de licitações pegajosas, combinadas, fraudulentas, e tem entre os "vencedores", tipos como o Constantino, dono da Gol, e de milhares de ônibus e companhias espalhadas pelo país. 

Abaixo alguns imagens que com certeza ficarão na memória:

 




 

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