segunda-feira, 10 de junho de 2013

Saúde de nossos professores...

Aumenta o número de professores da rede pública que entram de licença

No Distrito Federal, mais de 10 mil professores tiraram licença desde o início de 2013; número representa mais de 30% do total de professores.

 
 
É cada vez maior o número de atestados médicos apresentados pelos professores da rede pública. No Distrito Federal foram mais de 10 mil desde o início do ano.
Esse número representa mais de 30% do número total de professores no Distrito Federal. O que chama a atenção são os motivos desses afastamentos: na maioria, problemas psicológicos e doenças musculares.
Em um vídeo, os alunos brincam, dançam na sala de aula. Foi feito em uma escola de Brasília, em uma turma do nono ano. 
A bagunça, segundo as estudantes, é comum, quando  o professor não aparece. Indignadas, alunas mostraram as imagens para a mãe.
“Te surpreendeu, Rose, saber que no horário de aula a turma estava assim?”, pergunta a repórter.
“Com certeza, se seu filho está na escola, você acredita que está estudando”, declara Rose Mendonça, mãe de um aluno.
Um grupo de alunos chegou a fazer um abaixo assinado para tentar resolver a situação. Mas o número de professores temporários, hoje 1.880, não é suficiente para cobrir os que estão de licença.
“Eu acho um descaso. Quem está perdendo somos nós com os estudos”, diz o estudante Lucas Paulino.
No Distrito Federal, são 29 mil professores. Nos cinco primeiros meses do ano foram apresentados quase 11 mil atestados médicos. A Secretaria de Educação admite que o número é preocupante.
O governo diz que pensa em agir preventivamente, mas por enquanto a medida está em estudo. “Hoje o que nós temos internamente é só perícia médica, não existe nem médico nem psicólogo que possa dar outro tipo de assistência para o nosso trabalhador”, diz a subsecretária de educação do DF, Patrícia Jane Lacerda.
Jenise Maluf Silva diz que é preciso muito mais que isso. Professora há 16 anos, está de licença médica há dois meses. “Você não tem uma estrutura boa para trabalhar. Salas lotadas, muitos alunos na sala de aula. Isso tudo faz com que a gente adoeça”, declara.
O pesquisador da Universidade de Brasília Mário Cesar Ferreira diz que em todo o país a situação é a mesma. Uma alta incidência de professores doentes e afastados.
“Uma síndrome do esgotamento profissional, ou seja, exaustão emocional, cansaço crônico, frustração, desmotivação. Muitos professores já pensam em abandonar a carreira”, explica.
No Rio de Janeiro, segundo a Secretaria de Educação, já foram apresentados 15 mil atestados desde o início de 2013.
 

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