quinta-feira, 6 de junho de 2013

CAOS na maior hospital do Estado: médico que cobrava até R$ 30 mil de pacientes do SUS

Eles poderiam ampliar as investigações para outros procedimentos também, que o SUS paga,  como as milhares de cesarianas (entres outros) realizadas nos hospitais públicos do estado...

E ainda nem começamos a falar dos resultados da CPI da Saúde...

 

Santa Casa afasta e polícia investiga médico que cobrava até R$ 30 mil de pacientes do SUS

 
Graziela Rezende
 
 
Um médico neurocirurgião é acusado de cobrar até R$ 30 mil de pacientes que foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Campo Grande. Além de ser investigado pela Polícia Civil, o profissional já foi afastado das atividades pela Santa Casa de Campo Grande.
O médico E.L. de S., de 40 anos, que não terá o nome divulgado porque só existem indícios dos crimes, foi denunciado formalmente por duas famílias à Polícia Civil. Nos dois casos, os pacientes são do interior do Estado.
No primeiro caso, um paciente com tumor no cérebro veio de Bodoquena, a 260 quilômetros da Capital, para a Santa Casa. “Lá o médico teria retirado a vítima do hospital público e encaminhado para o local onde atende, uma clínica particular. Ele ressaltou que o paciente precisava de uma intervenção cirúrgica muito urgente, sendo que seria cobrado R$ 30 mil. A família chorou muito, insistiu e ele disse que poderia diminuir um pouco o valor”, conta a delegada responsável pelo caso, Christiane Grossi.
Pouco tempo depois, a irmã da vítima decidiu conversar com outros profissionais da Santa Casa. Eles ressaltaram que ‘quando o paciente é internado pelo SUS, nada deve ser cobrado’. “Foi o momento em que ela foi reclamar com o neurocirurgião e este falou que o SUS poderia cobrir a cirurgia, mas que precisava de R$ 6 mil para a compra de um cateter”, explica a delegada. A família não fez nenhum pagamento e a vítima faleceu logo depois.
Prazo para depósito
No outro caso, quando um homem sofreu um acidente de moto em Nioaque, a 187 quilômetros de Campo Grande, o diagnóstico foi de fratura na coluna dorsal. Diante dos três filhos da vítima, desesperados com a saúde do pai, o médico disse que precisaria de R$ 15 mil para uma cirurgia urgente.
O dinheiro, segundo a família da vítima, seria para o acompanhamento de outros dois médicos na cirurgia, a ser realizada também na Santa Casa. “No desespero, os parentes depositaram R$ 9 mil na conta particular do médico e pediram a ele um prazo para depositar o restante. Os filhos choraram e o suspeito ainda deu um prazo de dez dias para receber o restante do dinheiro”, comenta a delegada.
Na data prevista, na qual os três filhos decidiram que cada um deveria ‘se virar’ para dar R$ 2 mil, dois não conseguiram. “Ironicamente ou não, o médico ainda causou uma intriga na família e acabaram desistindo porque não tinham todo o dinheiro”, ressalta a delegada.
Assim que a diretoria da Santa Casa tomou conhecimento das irregularidades, segundo a delegada, o profissional foi afastado. “A irmão do paciente já falecido ainda será intimada, mas no hospital existem relatos de que ele voltou lá para ameaçá-la e dizer que iria contratar um advogado para processá-la porque foi afastado do hospital”, diz a delegada.
Se for comprovado, o profissional poderá responder pelo crime de concussão (crimes praticados por funcionário público ou alguém que esteja exercendo a função). A pena é de dois a oito anos de reclusão e multa.
Caso tenha sido vítima, segundo a delegada, a vítima deve comparecer à 1ª Delegacia de Polícia ou ligar para 3312-5741 para formalizar a denúncia.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário